Trilogia em quadrinhos une ficção científica, terror e diversão para levar mensagem de resistência e ativismo negro
11 julho 2021 às 00h00
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Ciclo da obra “Mugambi”, do quadrinista Geuvar Oliveira, será fechado com aventurado herói em missão para destruir vírus mortal à humanidade
Rei, alegre, criativo, volátil…As reticências são a melhor expressão da variedade de significados do nome de origem africana Mugambi. Intensa e versátil também é a obra de história em quadrinhos (HQs), totalmente tocantinense, que leva o mesmo nome e que agora chega ao seu final. A trilogia, caracterizada como de ficção científica e terror, teve seus dois primeiros volumes lançados em 2010 e 2016, etem a previsão de lançamento do terceiro e último capítulo até o mês de setembro.
De autoria do quadrinista Geuvar Oliveira, o terceiro capítulo de Mugambi é uma história de ficção científica que conta a trajetória de um jovem, que veio do futuro para realizar uma tarefa no presente. Sua principal missão é evitar que um vírus mortal dizime a humanidade, até que o herói percebe que existe algo tão ruim quanto esse vírus letal. Em 96 páginas, com o tom regionalista característico dos quadrinhos de Geuvar, a história se passa em três tempos: passado, presente e futuro, em locais de referência no Estado, Palmas e a Ilha do Bananal.
O protagonista é ilustrado por um personagem negro, maioria no povo brasileiro, diferentemente, porém, dos heróis das histórias nacionais em quadrinhos. A proposta de Geuvar com Mugambi é trazer então uma mensagem de empoderamento e ativismo. “Trazemos o negro para o centro das discussões e junto todos os problemas que devem ser discutidos à exaustão, para que haja melhora nas relações internas do país”, declara o artista.
Após o lançamento, a HQ poderá ser adquirida diretamente pela rede social @gcomicsEditora (Instagram)ou nas lojas especializadas em Palmas. Além disso, 15% dos exemplares da HQ serão destinados para bibliotecas públicas, com o objetivo de fomentar a literatura e cultura na juventude.
Projeto
A organização das publicações dos quadrinhos de Geuvar Oliveira é de responsabilidade da produtora cultural Antônia Iédes Mendes da Silva, que é também proponente do projeto. O patrocínio é do Prêmio Emergência Cultural, via Lei Aldir Blanc, do Governo do Estado do Tocantins, com apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura.
O primeiro volume foi lançado com recursos do próprio autor com bastante aceitação em Palmas, com todas as impressões vendidas. O primeiro capítulo foi lançado internacionalmente no Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte (MG) em 2015. Já o segundo volume, com recurso do edital Promic em 2016 e repetiu o sucesso do anterior.
O autor
Geuvar Oliveira é natural do Maranhão, mas mora no Tocantins desde 1997. É graduado em Letras pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e em Teatro pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).Sua primeira história em quadrinhos foi publicada ainda no ano em que chegou ao mais novo Estado do Brasil, a revista Girafoi baseada na quantidade de girassóis que havia em Palmas. Também é conhecido pela criação das aventuras da Liga do Cerrado, formada pelos super-heróis Homem Suvaco, Maria Paulada, Jeitosa, Homem Pochete, Homem Pichilinga, Senhor Gambiarra e Caryocal. Geuvar é ainda autor da HQ Viagem ao Centro da Gramática.