Soneto da Etérea Paixão
24 maio 2016 às 13h44
COMPARTILHAR
[relacionadas artigos=”66369″]
Nesta Terça Poética, branca na folhinha, caro leitor, você se apaixona etereamente por Maria Lúcia Gigonzac, sonetista reclusa, graduada na Universidade de Saint-Denis, em Paris, capital da França. Originalmente, o poema foi publicado na antologia “Literatura Goyaz”, de 2015, organizada por Adalberto de Queiroz. Faça parte do “Terça Poética”, um projeto que borda de poesia suas tardes modorrentas de terça-feira. É só enviar-nos seus poemas para [email protected]. E fique de olho, pois logo você conhece mais um projeto do Opção Cultural; desta vez, voltado para contos e crônicas. Eis “SONETO DA ETÉREA PAIXÃO”.
Maria Lúcia Gigonzac
De encantos sucumbistes às rimas amorosas
E ardendo de paixão, encontro então marcaste.
Desejos declaraste, em versos e em prosas,
À folha virginal, tão logo tu chegaste.
Deitaste sem pudor tua alma simples, nua,
Sobre a página branca, e ao amor te entregaste.
As palavras: lençóis e véu em rima tua,
E penetrando a trova, em êxtase entraste.
Nas folhas do teu leito, então bardo, cantaste,
E teu canto ecoou; acordaram-se estrelas
Lá do alto dossel: diamantes dos engates
Caíram no lençol e o verso pôde tê-las.
Sutis trovas, então, do enlace refulgente,
Voaram pelos céus como estrela cadente!