Clássico do movimento Modernista no Brasil ganha uma adaptação em áudio. O novo formato deve agradar os aficionados por podcasts, que procuram praticidade para curtir histórias repletas de paixão e reviravoltas.

Publicado em 1927, Amar, Verbo Intransitivo marcou a estreia de Mário de Andrade como autor de romances. A obra, agora lançada em formato de audiolivro pela Tocalivros Studios, chocou a sociedade da época ao abordar temas como amadurecimento e sexualidade, além de estimular o debate sobre relações de gênero.

Esta versão em áudio do romance integra o selo Tocalivros Clássicos, que resgata obras literárias atemporais para garantir o fácil acesso destas histórias às novas gerações. A produção, narrada pela atriz e escritora Adélia Nicolete, oferece uma imersão repleta de reviravoltas e permeada por críticas sociais.

O título tem como premissa a transformação causada pela governanta alemã Elza, a Fräulen, na rotina da família Sousa. Contratada sob o pretexto de cuidar das tarefas domésticas, ela, na verdade, tinha como missão conquistar o afeto de Carlos, filho dos patrões, para promover a primeira experiência sexual do jovem.

Na época, a prática de arranjar a iniciação sexual masculina com a contratação de uma mulher era comum. Este costume garantia para as famílias segurança e tranquilidade neste momento de transição entre a infância e adolescência. A conduta, porém, não era discutida abertamente e gerou muitas críticas para o autor.

Considerado um dos símbolos do Modernismo no Brasil, Amar, Verbo Intransitivo teve como base as ideias de Sigmund Freud. As teorias do “pai da psicanálise” serviram como norte para a exploração dos dramas e conflitos característicos do amadurecimento romântico e sexual.