Em sua exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco, artista explora a memória afetiva suscitada pelo estilo arquitetônico, que comemora 15 anos de tombamento em Goiânia. Locais como o Coreto da Praça Cívica e o Teatro Goiânia inspiraram as peças 

Rossana Jardim traz a Goiânia exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco: “São reminiscências de minha vida” | Foto: divulgação

Marília Noleto

Lembranças que remontam à infância, quando ao ir dormir ou ao acordar, ouvia o badalar do relógio da Avenida Goiás, já que seus avós moravam bem perto do monumento. Recordações de passeios ao Lago das Rosas, brincadeiras no Coreto, idas ao Teatro Goiânia, e as viagens de trem feitas pelos meus avôs Germano Roriz e Solon de Almeida, que partiam e chegavam à Estação Ferroviária.

Todo esse relicário de imagens afetivas serviu de inspiração para a arista plástica Rossana Jardim, que traz a Goiânia a exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco. A mostra comemora os 15 anos de tombamento do patrimônio art déco de Goiânia, considerada um dos mais ricos do mundo.

Locais como o Coreto da Praça Cívica, o Relógio da Avenida Goiás, a Mureta do Lago das Rosas, o Teatro Goiânia, o Relógio da antiga Estação Ferroviária e o trampolim do Lago das Rosas surgem nas peças que compõem a exposição. De cada um deles, Rossana extrai detalhes que ganham destaque em cada uma das 18 telas, à exceção do Coreto e do Trampolim, que aparecem inteiros. Do Teatro Goiânia, por exemplo, a artista optou pela lateral do prédio.

Detalhes que ganham destaque: o trampolim do Lago das Rosas se desdobra em uma mandala | Foto: Divulgação

“Primeiro, eu observei e depois escolhi um ângulo e, então, uma perspectiva. Então eu tinha de fotografar desta perspectiva para depois reproduzir com minha técnica. Mas a perspectiva mais adequada só era possível se a fotografia fosse tirada exatamente de uma janela da sobreloja do que hoje é uma igreja evangélica no prédio do antigo Cine Ouro. Para conseguir a foto, contei com a ajuda de uma das fiéis da igreja, pois não me foi permitido entrar na sala que tinha o exato ângulo de que eu precisava. Foi essa moça quem tirou a foto”, conta.

Desses elementos únicos nascem os cicloramas, que por sua vez dão origem aos trabalhos em forma de mandalas, elementos preferidos de Rossana. Segundo a artista plástica, a exposição é também uma homenagem aos pioneiros de Goiânia que, como seus avós, se mudaram da antiga Vila Boa para Goiânia logo nos primeiros anos da nova Capital.

Serviço:
Exposição Cicloramas – Grafismo Art Déco em Goiânia
LOCAL: Sede regional do Iphan
ENDEREÇO: Avenida 84, nº 61 – Setor Sul – Goiânia-GO
Em cartaz até 1º de novembro.
Entrada franca