Além de ser possível escutar pela 1° vez a voz do poeta, em 2015 completam 70 anos de seu falecimento; Mário de Andrade será o autor homenageado nesta edição da Flip

Foto: Reprodução
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Yago Rodrigues Alvim

“Mário, o que você gravou?”, pergunta o entrevistador. “Eu gravei uma canção de mendigo colhida por mim mesmo na zona do Catolé do Rocha, no sertão da Paraíba. Os mendigos do Brasil costumam sempre pedir esmolas cantando, principalmente pelo interior. Foi uma dessas questões que cantei”, responde o escritor de “Macunaíma” Mário de Andrade, dando sua voz ao mundo.

É que até então, só existia um filminho curto em que não se ouvia a voz de Andrade; mal até era possível vê-lo em movimento, pois, logo que a câmera o filma, ele estende a mão, passando o foco à Festa do Divino Espírito Santo, em Santa Isabel (SP). Isso, em 1933, quando foi gravado o vídeo.

Após 70 anos de seu falecimento, foi encontrado, em meio a arquivos da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, o único registro em áudio do escritor. No registro, o poeta canta acompanhado da escritora Raquel de Queiroz e Mary Pedrosa, esposa do crítico Mário Pedrosa. A professora do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB), Flávia Toni, e o professor da Universidade Federal de Pernambuco, o musicólogo Carlos Sandroni, atestaram que se trata, realmente, da voz do poeta devido a escolha do repertório cantado.

Neste ano, Mário de Andrade será o autor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Escute abaixo duas, das cinco faixas encontradas.