Nilson Jaime escreve poema para Gilberto Mendonça Teles
11 julho 2019 às 22h53
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“Fica, professor! / Um mundo de letras aguarda ser escrito. / Palavras soltas fazerem-se odes /e poesias no Cis-Paranaíba/ e nos Brasis”
Imortal
Nilson Jaime
Fica, Gilberto! / Não se vá, que ainda é cedo. / Não dê ouvidos a um coração claudicante. / O Parnaso pode esperar / e o Hades terreno carece da tua poesia. //
Temos um trato, lembra? / Teus ancestrais esperam um encontro com a história. / De quem, entre as miríades de miríades de Teles e Mendonças / emprestastes tua generosidade / tua mente inquieta / e tua nobre alma de poeta? //
De quem o altruísmo / a curiosidade nata / a diligência / a inteligência arguta/ a metodicidade / e o espírito servil? //
Se se vai o mestre / como ficarão teus pupilos? / Se viaja seu filho ausente mais presente / em quem se espelhar a goianidade? / Nessas plagas entre a Geral e o Araguaia / ansiamos outro imortal / — em nosso cardio — já imortal. //
Fica, professor! / Um mundo de letras aguarda ser escrito. / Palavras soltas fazerem-se odes /e poesias no Cis-Paranaíba/ e nos Brasis.
Se teses, ensaios, artigos e prefácios são fardos/ para teu corpo octogenário/ seduz teu coração pra mais uma jornada. / De sonhos.
Fosse poeta, far-te-ia poesia. / Não o sendo/ receba a oração. / E o apelo.//
Fica, amigo!
(Escrito como oração ao Infinito, às margens da BR-153, Estrela do Norte, GO, 11/07/2019, 7h 30 min).
Nilson Jaime é escritor e doutor em agronomia pela Universidade Federal de Goiás.