Livro de poesias mostra que o amor supera tempos sombrios
04 abril 2021 às 00h00
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O livro de poesias ‘O secreto silêncio do amor’, de Álvaro Alves de Faria e Denise Emmer, mostra que o amor vence mesmo em tempos áridos que secam as lágrimas da sensibilidade
Mostrar que o amor é capaz de vencer mesmo em tempos áridos que secam as lágrimas da sensibilidade. É com essa temática que os poetas consagrados Álvaro Alves de Faria e Denise Emmer lançam seu mais novo livro de poesias “O secreto silêncio do amor” (Editora Penalux, 2021).
Na obra, o Amor é visto de forma ímpar e singular pelos autores que tecem em seus versos os acordes do desejo. Em 42 poemas bem cantados e narrados, eles apresentam o poder das flechadas de Eros que dilaceram as almas e os dois seres que se correspondem por meio de cartas. Por meio do lirismo, os poetas apresentam o desejo como a busca do encontro, do enlaçamento de duas vidas que se tocam pelo labirinto da poeticidade.
O prefácio é assinado pela escritora, tradutora e editora Thereza Christina Rocque da Motta, que analisa a obra pela ótica das cartas trocadas entre emissor e destinatária, citando trechos para a compreensão da comunicação entre dois seres tocados pelo Amor. A obra mostra também que o Amor tem seus reveses, o lado paradoxal, que reúne, na imagem poética, o sonho e o dilaceramento da carne e do espírito.
Álvaro, por exemplo, em alguns versos, nos traz a dimensão desconhecida e misteriosa desse sentimento, que nos ataca sutilmente, como mostra nos versos: “então estar dentro de ti para te sentir mais,/tão mais que não saiba o caminho de volta,/assim tão mais e tão profundamente/a me sentir ser parte do teu corpo”.
Já Denise reafirma, com sua voz própria, o silêncio e a linguagem calada desse sentimento mor. O livro ainda mostra as falas originárias e diferenciadas do homem e da mulher, que se tangenciam pela potência de Eros em aproximar as mentes e os corpos do amante e da amada, como apresenta nos versos: “Ao teu lado sou uma mulher com pássaros nas saias/Ao caminharmos num parque onde serás a noite//E eu a madrugada desnuda que se abre/Em algum leito longínquo e estrelado”.