Gravado em outubro de 2014 no estúdio Rancho de la Luna, em Joshua Tree, no deserto da Califórnia, segundo álbum da banda goiana será lançado em junho pelo selo HBB

Augusto Chita, Diogo Fleury, Braz Torres e Rodrigo Andrade lançam em junho o disco Peyote, segundo da carreira do Hellbenders | Foto: Pedro Margherito
Augusto Chita, Diogo Fleury, Braz Torres e Rodrigo Andrade lançam em junho o disco Peyote, segundo da carreira do Hellbenders | Foto: Pedro Margherito

O novo disco do Hellbenders, banda goiana de stoner rock, traz na bagagem cinco fatos mais do que relevantes. O primeiro deles é o de ter sido a gravação, pela primeira vez, de um artista ou músicos brasileiros no Rancho de la Luna, estúdio que fica no deserto da Califórnia, em Joshua Tree (Estados Unidos), pelo qual já passaram Kyuss, Queens Of The Stone Age, Foo Fighters e Arctic Monkeys, para a lista não ficar muito grande.

O segundo fato do novo disco do Hellbenders, que ganhou o nome de Peyote, é que as oito canções gravadas em outubro de 2014 no estúdio do deserto californiano foram bancadas com um crowdfunding (financiamento coletivo) de 60 dias, entre 4 de agosto de 2014 e 3 de outubro daquele ano. A banda queria arrecadar R$ 30 mil, mas conseguiu R$ 38.233, o que representa 127% do valor pedido inicialmente.

Como pagamento do crowdfunding que possibilitou a viagem e a gravação, a banda lançou 11 pacotes de brindes em retribuição às doações, que vão de nome na lista de agradecimentos do CD e link para baixar o álbum antes do lançamento até show particular do grupo e direito de uso de imagem empresarial no material do Hellbenders por um ano.

No terceiro lugar vem a gravação com o baixista Augusto Scartezini, o Chita, em sua primeira participação de estúdio com o Hellbenders. Membro da banda desde janeiro de 2014, após a saída de Vitor Noah, Chita não era integrante do conjunto de Goiânia quando o disco Brand New Fear foi lançado, em 2013.

Com Chita, Diogo Fleury (vocal e guitarra), Braz Torres (vocal e guitarra) e Rodrigo Andrade (bateria) estão juntos nessa formação há pouco mais de dois anos e gravaram o Peyote no Rancho de la Luna.

Em quarto, aparece a parceria com o selo paulistano HeartsBleedBlue (HBB), pelo qual o disco Peyote será lançado em junho. O álbum, produzido por David Catching, do Eagles Of Death Metal e ex-integrante do Queens Of The Stone Age, e Matthias Schneeberger, do Masters of Reality e Brant Bjork & The Operators, só foi gravado no Rancho de la Luna porque a banda foi convidada para gravar lá, o que só acontece com grupos que são convidados por David, um dos fundadores do estúdio com o falecido Fred Drake.

Esta é a capa do disco Peyote, que sai em junho pelo selo HBB | Imagem: Bicicleta Sem Freio
Esta é a capa do disco Peyote, que sai em junho pelo selo HBB | Imagem: Bicicleta Sem Freio

Para você ter ideia da importância do Hellbenders no Rancho de la Luna, primeira banda brasileira a gravar no estúdio do deserto da Califórnia, era lá que acontecia o The Desert Sessions, que foi produzido entre 1997 e 2002. O novo disco do Hellbenders já está em pré-venda pelo site da HBB.

O último fato, talvez um dos mais legais, é a parceria com os goianos do Bicicleta Sem Freio, que assinam a arte de capa do disco Peyote.

Clipe novo

Para anunciar a data de lançamento do disco, que sai em junho pela HBB, o Hellbenders soltou na tarde desta quarta-feira (30/3) o videoclipe da canção Bloodshed Around, que mostra imagens de uma espécie de ritual com uso de substâncias alucinógenas em um galpão abandonado no meio do mato, que envolve uma sequência de crimes.

O videoclipe foi produzido pela Infravermelho Filmes, com direção de Raphael Borghi, direção de produção de Armando Fonseca, direção de fotografia de André Sigwalt e contou com uma equipe que inclui André Freitas Rasfilms (1º assistente de fotografia), Akira Martins, Fritz Delangelo, Renan Montenegro e Pedro Beiler (produção), que também é o 2º assistente de fotografia), Pedro Nasser (drone), Kapel Furman (máscara), Gabriel Lara (making of), Rodrigo Cunha e Matheus Paes (assistentes de produção) e Aloizio Michael (sound design).

Além dos nomes citados, o videoclipe teve o apoio de Tao Luz e Movimento, Yvã Santos, Hotel Central, Divilmar de Moraes, da cidade de Bonfinópolis (GO), Pulsar e Rodoferrô. O elenco que aparece no clipe, além da banda, é formado por Cecília Caixeta, Kuka, Acoris Albuquerque, Tiago Zancopé, Richard Augusto, Danilo Xidan e Wolder Leão.

Assista ao videoclipe de Bloodshed Around, primeira música lançada do disco Peyote:

O Jornal Opção conversou com o vocalista e guitarrista Diogo Fleury para saber mais detalhes do novo disco, Peyote, que sai em junho. Confira abaixo a conversa completa:

Como tem sido o repertório dos shows que antecedem o lançamento do disco novo?

A gente tem feito um mix de músicas antigas com músicas novas, até porque a gente não está aguentando mais segurar. A gente está bem ansioso para lançar esse disco. A galera pode esperar muita energia honesta aí e bater cabeça, viajar no som.

O que falta para o lançamento do disco?

Está tudo pronto. A gente só está prensando o disco. A expectativa era a de sair até março ou abril, mas mas ficou para junho. A gente dependia da galera voltar o CD prensadinho para lançar.

Já tem uma definição de quantas faixas vão ser lançadas e por qual selo vai sair o álbum?

São oito faixas e a gente está trabalhando junto com um selo lá de São Paulo que chama HeartsBleedBlue (HBB), uma galera que está fazendo um rolê muito massa de verdade, lançando várias bandas independentes muito foda e dando um apoio para essa cena muito grande. Vai ser ótimo tê-los como parceiros até porque a gente acredita no trabalho deles e eles estão acreditando muito no nosso também.

Essa é aquela gravação do Rancho de la Luna que está guardada há mais de um ano?

Exatamente. Nesse ano passado a gente estava viabilizando todo o rolê, porque a gente gravou no finalzinho do ano retrasado, só que no ano passado a gente estava fazendo a mix (mixagem), a master (masterização) e também pagando as coisas. Porque o processo todo desse disco foi diferente quanto ao lance de ser por crowdfunding, por ser uma parada bem colaborativa com relação aos nossos fãs, e isso para a gente foi realmente emocionante. E agora a gente está entregando todos os prêmios e logo mais vai estar aí o CD para todo mundo ouvir.

O crowdfunding foi para viabilizar a viagem em 2014?

Isso, viabilizar a gravação do disco. Nem todo o disco a gente conseguiu pagar com o crowdfunding, a gente também teve que tirar grana do bolso. Mas posso dizer com toda a certeza que se não fosse o crowdfunding, se não fosse essa base de fãs e da galera que acreditou na gente, esse disco não teria saído.

Como está a agenda de vocês a partir do lançamento?

A gente está finalizando o planejamento desse ano. A gente ainda não tem nada concreto, mas o que eu posso te garantir é que assim que o disco sair a gente vai botar o pé na estrada e fazer turnê em cima de turnê para apresentar esse disco para a galera e fazer o que a gente faz de melhor que é estar em contato com o nosso público e com a galera que não conhece a gente e tentar de alguma forma emocionar a galera através da nossa música.