Idealizadora e responsável pelo espaço, a arquiteta Tereza Cristina de Oliveira Rocha explica que a proposta da Habite Galeria é justamente o de reconectar a população goiana, e em especial a goianiense, à arte

Com o avanço da vacinação, aos pouquinhos Goiânia vai retomando sua vida cultural e os goianienses têm, novamente, a opção de ocupar os espaços dedicados à arte. No movimento de reabertura dos aparelhos culturais da cidade, chegou a vez da Habite Galeria reabrir suas portas ao público, em conformidade com todos os protocolos de segurança exigidos pelos órgãos sanitários. O mesmo espaço e o fortalecimento de um propósito: um local inédito de exposições de artistas locais. Uma nova experiência para o goiainense retomar a vida cultural em grande estilo.

Quem já acompanhava o circuito cultural das artes visuais em Goiânia antes da pandemia recorda como a Habite Galeria vinha sendo importante enquanto vitrine para os jovens artistas goianos e também para aqueles que têm no estado a sua base. Ao contrário de um espaço dedicado apenas aos já consagrados, era ali que se reuniam as revelações, as promessas, a nova geração de artistas que não encontram oportunidade para compartilhar e expor seus trabalhos. E era ali que se reuniam também os interessados em acompanhar tudo isso de perto.

E mesmo diante do fechamento inesperado em razão da pandemia da Covid-19, a Habite Galeria não encerrou suas atividades. Se adaptando às novas condições impostas ao redor de todo o mundo, ela se reinventou e se manteve aberta à classe artística e ao público no ambiente digital, por meio de exposições virtuais. A experiência foi mais do que positiva e não só fortaleceu como amadureceu a proposta do espaço, que retorna ainda mais forte e mais seguro de seu propósito de aproximar as artes visuais de todo o público, desde os apreciadores, consumidores de arte, até os curiosos, que querem conhecer mais sobre este universo tão rico e diverso.

Universal e social

Idealizadora e responsável pelo espaço, a arquiteta Tereza Cristina de Oliveira Rocha explica que a proposta da Habite Galeria é justamente o de reconectar a população goiana, e em especial a goianiense, à arte. À frente da galeria desde sua abertura, a galerista acredita que há sim o interesse da comunidade pela arte e que talvez o acesso seja dificultado em razão de um sentimento de distanciamento que as pessoas podem sentir em relação a este tipo de espaço, seja por não se incluírem pertencentes ou por não se sentirem sabedoras dessa linguagem artística.

“O que queremos é que a galeria seja vista como um ambiente acessível a todo o público. O que pretendemos é atuar em razão da popularização da arte. Não há ‘excludência’ de nenhuma natureza. Dos leigos aos colecionadores, o que queremos é criar um ambiente de convivência com a arte, um local de equilíbrio. E sem essa de se sentir obrigado a comprar. A galeria está aberta a todo mundo, a quem quer conhecer, a quem deseja estar mais próximo da arte de alguma maneira”, defende Tereza.

Além disso, a galerista explica que, enquanto um aparelho cultural, a Habite Galeria desempenha um papel social importantíssimo que é o de colocar em pauta assuntos que precisam ser conhecidos e precisam ocupar o centro do debate. “Nosso acervo é múltiplo e contempla temas os mais diversos. Temos trabalhos que tratam da questão racial, outros que abordam o feminismo, a diversidade étnica, o orgulho LGBTQIA+, que colocam Goiânia como um grande centro urbano. Algumas das telas podem incomodar. E acredito que essa também é uma função social da arte”, pontua ela.

Nova geração

Tereza Cristina reforça que além da função de pautar questões sociais, a galeria surgiu, em fevereiro de 2019, com o propósito de dar oportunidade aos jovens artistas de Goiás. “Somos um espaço que se dedica à construção de uma cena mais efetiva e real. Nossos jovens artistas são reconhecidos lá fora, além das fronteiras do nosso estado. A qualidade, a autenticidade e a técnica presentes nos seus trabalhos estão equiparados aos de artistas de outros estados. O que falta aqui é justamente espaço, vitrine para que possam acessar o mercado. Nossa proposta é mostrar tudo isso. Abrir portas a essa cena artística. São falas sobre a nossa cultura que estão escondidas”, ressalta.

Sócio de Tereza nesse novo momento de reabertura, o arquiteto Iury Henrique de Oliveira Santos recorda que a Habite Galeria também é um local para convivência, para a troca de experiências. Ele diz que o local se abre a diversas manifestações artísticas, como saraus, apresentações musicais, mas que o foco é sempre na arte, não apenas no entretenimento. “Temos também um ambiente para quem quer tomar uma cervejinha, um drink. Para quem quer debater sobre arte. A intenção é aglutinar.”

Reabertura

Para evitar aglomerações, a reabertura da Habite Galeria ocorre no próximo dia 27 de julho sem um grande evento presencial, porém contempla uma programação especial com a exposição de cem obras de seu acervo e a inauguração de sua loja virtual www.habitegaleria.com. Durante toda a semana, de terça a sexta-feira (30), o espaço estará aberto a visitações livres das 14h às 19h, porém com capacidade sujeita a lotação. Após esse período, as visitações ocorrerão com agendamento, que poderá ser feito pelo público a partir das redes sociais da casa www.instagram.com/habitegaleria ou pelo WhatsApp (62) 98281-5864.

Ao todo, dez artistas goianos estarão em exposição neste primeiro momento na galeria:

Âmbar Pictórica
Deneri
Fer Cândido
Geferson Goetton
Kat Costa
Pedro Campos
Rafael Vaz
Rustoff
Sabbah
Segato
Beto Carvalho