Goiânia “and all that jazz”: conheça quem dá o tom da cena na capital

17 fevereiro 2019 às 00h01

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Com uma sonoridade própria e cheia de groove, eles movimentam o circuito que contribui para uma popularização cada vez maior do gênero
Primor técnico, tributo às raízes e, ao mesmo tempo, sintonia com as novas tendências que são incorporadas à música instrumental. Essas são algumas das características dos artistas que dão o tom da cena jazz em Goiânia. Com uma sonoridade própria e cheia de groove, eles movimentam o circuito que contribui para uma popularização cada vez maior do gênero, com um número de espaços que cresce e cada vez mais está de braços e palcos abertos para receber seus adeptos.
Muitos podem se surpreender, porque a palavra jazz está fortemente atrelada àquela romântica imagem de New Orleans e Nova York, e nomes como Billie Holliday, Miles Davis, Chat Baker, Ella Fitzgerald e John Coltrane. Mas de lá para cá, são quase 130 anos de história e o gênero hoje dialoga com uma enormidade de estilos. Muita água já rolou de lá pra cá e nelas atualmente nadam artistas que agregam novas linguagens, novos ritmos e técnicas.
Enquanto o jazz pode ser de difícil definição, improvisação é claramente um de seus elementos essenciais. Os músicos tocam um tema conhecido dentro de uma certa estrutura harmônica, explorando com muita liberdade todas as possibilidades de execução, não se apegam a uma partitura, dando asas à interpretação, criando e desenvolvendo melodias a partir de um determinado tema.

“O termo ‘jazz’ virou uma marca que engloba um universo amplo. Por isso, há muitos artistas e bandas que já não se enquadram em suas características essenciais. A única coisa que possuem de jazz é o aspecto da improvisação e dissolução das levadas com aspecto mais latente.” Todas estas colocações são do prestigiado baixista Bruno Rejan. “É interessante observar quer o jazz tradicional não está em alta mais. Não vemos grande artistas em alta nos festivais e nas redes sociais executando aquele jazz tradicional, com a levada do swing e do bebop. Essa concepção de condução rítmica já foi se desfazendo. É comum ir a uma apresentação e não ouvir um baixista tocando linhas de walking bass. Aqui em Goiás, não é diferente”, exemplifica.
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“É preciso fazer uma distinção entre jazz e música instrumental. O jazz virou quase uma ‘academia’ de música. Os estudantes de música popular trabalham a questão do improviso e criação de melodia. O pessoal do sopro gosta muito do jazz porque dá mais liberdade para a improvisação. Apesar de que essa liberdade de criação também pode existir no choro, no samba, no baião, em qualquer tipo de música.” Quem comenta é um de seus maiores expoentes em Goiânia, Marcelo Maia.
Com trinta anos dedicados à música, Marcelo Maia desponta como um dos mais requisitados sideman (músico que acompanha outros e dá base harmônica para outros instrumentos, como guitarra e sax). A formação mais tradicional dos grupos de jazz inclui um instrumento solista (como trompete) acompanhado por uma secção rítmica (bateria) e instrumentos harmônicos (piano, guitarra e contrabaixo). O jazz pode ser interpretado tanto por um único músico, ao estilo Joe Pass e Keith Jarrett, como por trios, quartetos ou as chamadas big bands de vários integrantes.

Em seu currículo, Marcelo tem incontáveis apresentações no Brasil e no exterior, além de apresentações em diversos festivais. É também produtor musical, arranjador e professor licenciado pelo Instituto Federal de Goiás. Conclui neste ano de 2019 seu mestrado em Música na Universidade Federal de Goiás (Emac/UFG). Participa do Grupo Solo Brasil desde sua criação, (1999) com o espetáculo “Uma viagem através da música do Brasil”; o Trio Cerrado, formado com o pianista sérvio Dejan Cosic e o baterista goiano Fred Valle; e o Trio Makimatrio formado com o pianista Kiko Continentino e o baterista Renato Massa.
Tem três CDs autorais gravados: “Cafundó” (2005), considerado um dos melhores da categoria Jazz Brasil do ano 2005 por críticos do site americano Amazon.com; “Cores da Rua” (2013), em parceria com o pianista e arranjador Kiko Continentino, Toninho Horta, Marcelo Martins, Marcio Bahia, Edilson Moraes, Aldivas Aires e Pedro Braga; e “Reisado Jazz Club” (2014), o qual contou com a participação dos músicos Renato Massa, Marco Lobo e Bernardo Bosisio. Em 2008, Marcelo Maia gravou seu primeiro DVD.
O gosto pela música instrumental veio do pai, Gutemberg Maia. “Ele ouvia muito música instrumental, mas não era músico”. Entre os seus favoritos estava Henry Manciny, compositor do clássico tema da Pantera Cor de Rosa. Eu comecei a ouvir Hermeto Pascoal muito novinho. Naquela época, esse estilo tinha muito mais espaço. Hoje, com a hegemonia do mercado, qualquer outro estilo fica comprometido no acesso. Por outro lado, há muita oferta na internet. Quem quer, escuta música do mundo inteiro. Mas quem não pesquisa, ouve aquilo que é ofertado.”
Por isso, o músico ressalta a importância das leis de incentivo enquanto propulsoras da cultura e artistas independentes, além da formação de novos públicos e promotora da educação musical. “Sem essa luz, a pessoa desconsidera qualquer outra coisa além daquelas que são ofertadas pelo mercado”, pondera.
“Vejo o senso comum dizendo que os artistas ‘mamam nas tetas do governo’, mas só quem vive de cultura consegue entender que isso é uma falácia. Na verdade, a grande população deveria ter acesso às artes plásticas, fotografia, pintura… as crianças deveriam ter isso já nas escolas. As leis, como a Rouanet, promovem festivais de jazz, de música alternativa. E o povo acha que isso só serve para roubar dinheiro público em benefício próprio. Quando acontece esse tipo de coisa, diminui drasticamente os espaços para os músicos tocarem. Aqui no Brasil, os festivais estão perdendo força sem os incentivos, porque o público não paga ingresso. A ideia de que você vai viver com dinheiro que o público te dá é algo utópico. Inclusive na área sertaneja, que á uma das mais em evidência atualmente no País.”
Apesar desta resistência em torno da cultura, dos artistas e das leis de incentivo, o músico se diz otimista com o futuro. “É só um momento de transição, que gera todas essas expectativas e aflições. Acredito muito na arte, na força da classe artística e das conquistas que a gente teve. Acho que é uma questão de esclarecimento para o governo local e para público entender a importância de se dar valor a arte, é uma ferramenta para mudar a vida das pessoas. Eu tenho feito muito esse trabalho de educar musicalmente o povo. A gente precisa de formação de plateia. Os mais jovens precisam conhecer nossa música – os grandes nomes e as novas gerações.”
Tudo junto e misturado
Bruno Rejan observa que, com a mistura e excesso de contemporaneidade, os estilos foram se dissolvendo e fica praticamente impossível estabelecer conceitos “puros”. “Quando a gente lembra dos grupos da década de 70, como Zimbo Trio, Azymuth, o próprio Hermeto, havia muitas regras estabelecidas. Já na atualidade, a música promove a fusão de elementos e os estilos foram sendo desconstruídos. Hoje, você ouve uma música e não consegue defini-la só como samba, ou frevo. Você se pergunta ‘que estilo é esse?’, e a única resposta possível é de um estilo brasileiro. Essa é uma marca que vemos em trabalhos mais recentes, até do próprio Hamilton de Holanda, do Quinteto Brasilianos. Há também grupos que fazem uma mistura bem explícita com o jazz norte-americano, que já incorporou essa tendência”, comenta.
Mas Rejan deixa claro: não há nada errado com isso. “Pelo contrário: está tudo certo! A música improvisada pode ocorrer em qualquer esfera e, no Brasil, com toda sua imensa variedade sonora e estilos rítmicos, isso deixa tudo mais interessante.”

Na avaliação do baixista, essa mistura é o que torna o terreno ainda mais fértil e criativo. “Todos os artistas estão querendo mostrar o seu som, a sua identidade. Aqui em Goiás, essa busca é ainda mais fortalecida, porque o goiano tem a fusão como marca de sua identidade musical. Até pelo espaço geográfico nosso ser de passagem. No Rio, temos o samba; no Nordeste, o frevo, o bumba-meu-boi. Aqui, a gente se apropria muito do que nos chega de outras partes do País. É o mesmo que ocorre no Estados Unidos: existe a turma de New Orleans, que toca o jazz mais tradicional, enquanto que em Nova York, a galera toca coisas misturadas, deixando mais difícil de identificar e atribuir um rótulo. Mas acho que essa esfera de mistura e criação a partir dos elementos tracionais só agrega”, conclui.
Para Rejan, o crescimento significativo da música instrumental em Goiânia se deve a fatores como as leis de incentivo para shows, turnês e produção de CDs, além de eventos como o Fica, Canto da Primavera, Piri Jazz e o Goyaz Festival. Outra importante contribuinte para crescimento da cena são as escolas, como as faculdades da UFG e do IFG, além dos conservatórios como Gustav Ritter e Basileu França, que permitiram o surgimento de uma tradição de guitarristas que vem desse ambiente de estudo.
“Poderia falar de Fabiano Chagas, Marcelo Maia, Bororó, Manassés Aragão, Matheus Guerra, Brasil in Trio… E não podemos esquecer a galera do choro, que se apropriou da linguagem do jazz no estilo de improvisar. É uma galera do jazz/música instrumental que está ocupando os novos espaços que dão abertura ao espaço, como Evoé, Café Carino, Shiva, Mandala, Complexo Stúdio, Ateliê Pizzaria, a Dox. É muita gente bacana. Não dá para citar todos, pois vai ficar gente de fora.”
Rejan fez seu primeiro trabalho profissional logo aos 15 anos de idade, acompanhando a cantora de pop/rock Valéria Costa, e depois disto já acompanhou grandes nomes da música no Brasil, como o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, o contrabaixista Arthur Maia, o pianista Cláudio Daulsberg, o educador e pianista Ian Guest, o contrabaixista Thiago do Espírito Santo e o guitarrista Sandro Haic.
Como contrabaixista acústico spalla da Orquestra do Estado do Mato Grosso, atuou com nomes como Renato Teixeira, Carlos Malta, Ricardo Herz, Renato Borghetti, Cristiano Alves, Spok Quinteto, Leila Pinheiro e Banda Pequi, além de uma prodigiosa atuação na área erudita. Também um amplo trabalho em parceria com artistas goianos, cantores e instrumentistas como Grace Carvalho, Elen Lara, Fabiano Chagas, Larissa Moura, Cláudia Vieira, entre outros.
Desde sua gênese, as mulheres tiveram imensa expressão dentro do Jazz. Pianistas, compositoras, cantoras e outras artistas gravaram seu nome na história. Mari Lou Williams, Sarah Vaughan, Nina Simone são apenas alguns dos vários nomes que trouxeram vida à arte do Jazz. Aqui em nosso quintal, não é diferente e, dentre as representantes femininas, está Olívia Bayer, que vem seguindo com personalidade a trilha deixada por estas divas. Nascida em uma família de músicos no interior de Goiás, mergulhou no mundo da arte aos 6 anos de idade, iniciando seus estudos vocais, aos 8 anos.
Extremamente versátil, Olívia transita com desenvoltura tanto pelo canto popular como pelo lírico, além de compositora e instrumentista (cordas). Também é psicóloga, coach e poetisa. Aos 17 tomou a decisão de parar de cantar, mas logo depois de terapias conseguiu voltar aos palcos e dele não saiu mais. Apaixonou-se pelo jazz e pelo blues e esse tem sido seu atual repertório, além de também se dedicar à Música Popular Brasileira. “Quando voltei me descobri jazzista, não apenas por amar jazz, samba e bossa nova, mas por este ser o meu jeito natural de cantar, vai além de escolher, a música que nos escolhe!”, afirma.

Olívia é a prova viva de que o jazz cabe em qualquer lugar e afina-se a qualquer estilo musical. A jovem cantora é vocalista da banda de heavy metal Heaven’s Guardian. “Mas Olívia, jazz e heavy metal? Sim, fui roqueira na minha adolescência e estudiosa de música. Quando a banda, depois de um hiato de cinco anos, voltou para gravar o disco “Signs”, eles queriam incorporar algo diferente para não ser só mais uma banda de metal melódico. Então eles (a banda), sabendo do meu estilo e das minhas influências, me convidaram com a ideia de ter uma dupla de vocalistas. Gostamos do resultado da pré-gravação e aí estamos, juntos há 5 anos. Eu amo meu trabalho com a Heaven’s Guardian e não atrapalha minha carreira solo. Ah! E nossos planos agora com o DVD em mãos é uma turnê no Brasil, USA, Alemanha e Austrália”, projeta.
Sua versatilidade provém do rol de influências variadas e de alto nível. “Astrud Gilberto, Nara Leão, Sylvia Telles, Miúcha, Rosa Passos, Fátima Guedes, Leila Pinheiro, Leny Andrade… Nossa são muitas influências, cada uma com sua idiossincrasia fantástica. Eu amo a Ivone Lara, a Clara Nunes, o bolero e a boemia da Maysa e da Dalva de Oliveira. Elis me ensinou a falar as palavras enquanto as canto, a Maysa e a Dalva me ensinaram a senti-las, a Ivone e a Clara me ensinaram a ritmá-las. Etta James, a rainha do blues, também me ensinou muito a comunicação musical com sua força, bem como a Edith Piaf. E não posso deixar de citar a minha amada Ella Fitzgerald, que me fez entender o que é jazz.”

Quanto às outras mulheres que se destacam na cena local, Cláudia Vieira e Cristiane Perné são os nomes que cita. “São duas irmãs fantásticas em Goiânia que têm Jazz no repertório e eu amo ouvi-las. Também sou apaixonada noutras duas irmãs, Christina e Fernanda Guedes. Elas demonstram versatilidade musical e trazem o Jazz para seus shows.” Para Olívia, o Jazz tem mercado limitado e o entretenimento local se ascende mais para outros estilos, o que talvez seja um motivo de ainda haver poucas mulheres do gênero. “Eu sou super a favor ao empoderamento feminino. Enfrentei preconceitos por todo meu caminho, mas jamais me deixei enfraquecer por isso. O trabalho diz por si só quem somos e do que somos capazes. Eu enfrento o preconceito assim, com o meu trabalho”, conclui.
Liberdade para criar
“O jazz no Brasil, por ser um país muito rico culturalmente e de um sincretismo cultural bem interessante, é bastante variado. São várias misturas que acontecem entre o jazz e a bossa nova, o jazz e o rock, o jazz e o baião, o jazz e a música eletrônica, o jazz e o choro… e isso é bem bacana porque mostra a criatividade do músico brasileiro, que na minha opinião faz a melhor música do planeta.” As considerações são de Dênio de Paula. Guitarrista de alta linha e produtor com longa experiência, ele é idealizador da Thatband, grupo que nasceu em 2011 e é formado por por Daniel de Paula, Dênio de Paula, Fred Valle, Fred Praxedes e Carlos Foca. O baixista Pierre Lewin ainda se juntou ao grupo no lugar de Foca durante turnê na Inglaterra.
“Aqui em Goiânia, acredito que a maioria dos músicos segue esta mesma linha, porque o bacana do jazz é a liberdade que se tem para criar. Na verdade, não é só um estilo musical, é um estilo de vida”, afirma. O grupo goiano é um exemplo, tendo como influências bandas que mesclam estilos como o rock, jazz e a soul music, como Steely Dan, Neil Young, a Black Music, além de influências do cool jazz, como Chat Baker.
A banda tem dois álbuns na praça, “Mais Que a Dor” (2013) e “Almost Jazz” (2017), apresentado na Inglaterra em turnê com sete shows no Reino Unido (nas cidades de Leicester, Northampton, Wakefield, Bideford, Ilfracombe, Londres e Bath) e um pocket show em Roterdã, na Holanda.
“Almost Jazz” traz canções que batem de frente com o cenário atual do Brasil, com temáticas de corrupção e desigualdade, buscando levantar uma reflexão por parte do ouvinte. O álbum também traz canções que falam sobre amor, dentre outros temas, para dar um contraste na temática do último trabalho. Todas as canções do álbum “Almost Jazz” foram gravadas em inglês, ao contrário do que ocorreu no primeiro trabalho, “Mais Que a Dor”, visando o mercado fora do País, e o próprio estilo do som da banda – como o jazz, o blues e a soul music.

“A Lapa de Goiânia”
Atuando nos palcos, mas também nos bastidores, abrindo espaço onde não havia. Essa é a grande contribuição de Fausto Noleto, cantor, saxofonista, violonista e compositor com quase 40 anos de carreira no currículo. Mas de todas as suas realizações, Fausto se enche de orgulho ao falar do Sons do Mercado, projeto que idealizou quando integrava a banda Mercado Jazz. Ele não economiza nos adjetivos e não faz questão de modéstia para falar do projeto. “É a Lapa de Goiânia”, compara. Em 2015, o projeto chegou a receber a comenda internacional de Honra ao Mérito Cultural, na Ilha de Santa Lùcia (Caribe), das mãos do embaixador do Brasil, Sérgio Curi, pelo trabalho de divulgação da arte brasileira de gratuita para os excluídos sociais.

Fausto se recorda de quando a ideia saiu do papel e teve início em 2007, segundo o músico, aos trancos e barrancos. “Até então só havia sertanejo. Não havia apoio institucional algum. Nasci e vivi a poucos metros dali e quase todos os donos de bares da região, que conheciam minha carreira, queriam um projeto para o espaço. Eu queria algo totalmente diferente, radicalmente o oposto do que havia lá. Queria mudar radicalmente a fisionomia do espaço, que sempre achei muito charmoso. Optei por escolher um dia que o mercado nem abrisse. Foi um trabalho de formiguinha por anos. Isso tudo bancado pelos comerciantes. A demanda de público era muito pequena”, recorda-se.
Neste meio tempo, tornou-se gerente de musicalidade da Secult e diretor cultural do Mercado da 74. “Progressivamente fomos ampliando o projeto para outros dias e outros estilos. O jazz acabou sendo transferido para segunda-feira, mas se consolidou na agenda. O projeto ‘Sons do Mercado’ passou por alguns hiatos, mas se consolidou como espaço. O atual secretário apostou na proposta e o projeto ganhou ainda mais adesão do público. Hoje conseguimos levar toda a sociedade para aquele espaço que é comum a todos.”
Pioneiros
Fausto Noleto faz questão de ressaltar que há muitos talentos na nova geração, mas que os frutos de hoje se devem ao caminho aberto pelos pioneiros. “Começamos há 30 anos. Uma geração que tinha, entre outros nomes, Nonato Mendes, Bud Garcia, Felipe Valoz, Paulo Amazonas, Oscar Wilde, enfim vários. Tivemos o Clube do Choro na década de 80, que naquela época chegou a ser mais importante que o de Brasília. Temos o Bororó, que já tocou com os grandes do Brasil e mundo. E hoje continua sendo um celeiro, no qual destaco Fabiano Chagas. Temos também músicos que não são goianos, mas tiveram uma passagem muito importante e ensinaram muito aos goianos, como Evaldo Robson e Chico Chagas. Hoje na internet temos tudo, mas vemos às vezes muita técnica e pouca alma. O brasileiro precisa resgatar a alma do instrumental.”
Ainda no clube dos contrabaixistas, uma das feras que surgiram do Clube do Choro e é outro grande conhecido do público é Nonato Mendes, que também atua como compositor, arranjador e produtor musical. Iniciou seus estudos musicais no Clube do Choro, mas também participou do Maternidade, Qualquer Tom e Jazzoo. Estudou com Ian Guest, Iury Popoff, e Rodolfo Stroeter. Fez o curso de Música Popular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tocou também em grupos como Bandarra, Octeto de Música Brasileira, Quarteto Fusão, Jazz Brasil Trio e Heartbreakers. Em 2007 lançou o CD “Motivos”, onde se dedicou exclusivamente às músicas instrumentais. É também professor de baixo e cavaquinho desde 1985 e agora ministra aulas de baixo e harmonia funcional no CEP em artes Basileu França e Veiga Valle (desde 2008).

Desde 2001 de volta a Goiânia, atuou como instrumentista e/ou produtor musical e arranjador em CDs, DVDs e shows a pedido de vários artistas goianos como: Gilberto Correa, Fausto Noleto, Tonzera, Gilson Mundim, Luís de Moraes, Elielson, Nilton Rabelo, Can Kanbay, Fidelinho Ramalho, Grupo Essência, Claudia Vieira, Marcos Morgado, Adauto Bento Leal, D’artangnan da Flauta, Laia Vunge, Orquestra Goyazes, Fábio Pertence, Lara & Antony, Cleyton & Camargo, Eloísa Mendes, Grupo Naquele Tempo, César Canedo, Darwinson, Luíz Morais, Sr. Blanchu, Camila Faustino, Valter Mustafé, Heróis de Botequim, Fernando Perillo, Debora di Sá e Marcelo Barra.