Adaptação de Marcos Fayad, que também assina a direção, a peça fica em carta de quinta a sábado

Marcos Fayad | Foto: Reprodução
“‘Eu queria alguém que me abençoasse…” — ele disse. Aí, meu coração tomou tamanho.” — Guimarães Rosa
Nos dias 9, 10 e 11 de junho, o Teatro Sesi recebe “Cara-de-Bronze”, uma adaptação teatral de Marcos Fayad do conto do grande João Guimarães Rosa. “Corpo de Baile” reúne, além de “Cara-de-Bronze”, novelas que revelam a poética de Guimarães. Ele decodifica entidades mitológicas antigas do sertão mineiro, interpreta símbolos das tradições erudita e sertaneja, o que Fayad leva para a cena. Também na direção, Fayad conta com os Karla Araújo e, dentre outros atores, Denis Malaquias no elenco; na direção musical, Roberto Corrêa, que conta com Vavá Araújo no berrante. A apresentação, de quinta a sábado, será às 21h e os ingressos custam R$ 25, a meia-entrada.
Serviço
Cara-de-Bronze
Teatro Sesi
21h
R$ 25, a meia-entrada
Goiânia entra novamente no mapa do teatro de excelência, com o retorno do diretor Marcos Fayad. Superando dificuldades pessoais enormes, o cidadão Fayad devolve o que a comunidade quase não lhe dá em troca: o grade teatro.
No ano do 4o. Centenário da morte de Shakespeare, Fayad continua mostrando que o Teatro Vive! Que a literatura pode ser bem adaptada ao palco. Viva Guimarães Rosa, que nos legou contos imortais, personagens como o Cara-de-Bronze e tantos outros; estórias que 60 anos depois continuam com sua força primitiva e primeva.
Segundo a profesora Maria da Glória Sá Rosa, “Cara de Bronze” é um dos mais notáveis contos de João Guimarães Rosa, no qual ele narra a história de um rico fazendeiro, que vive fechado em sua propriedade, rodeado de vaqueiros, que são seu único canal de comunicação com o mundo. Tudo se passa num único dia e em nenhum momento temos acesso à voz direta da personagem. Através de diferentes formas de discurso, descobrimos que ele se esconde, porque pensa ter assassinado o próprio pai. Quarenta anos depois, descobre que o pai tinha caído, porque estava sob o efeito do álcool e não atingido pela bala de seu revólver. Sozinho, perto da morte, pede a Grivo, seu mais fiel vaqueiro que vá procurar numa longa viagem a essência da vida, “o quem das coisas”.
O que ele queria era receber do Grivo os relatos de seu tempo perdido, uma espécie de medicamento em forma de palavra.”
Ao imortal Guimarães Rosa, adicionemos a flor do drama nos palcos goyanos. A província de Goyaz só pode cantar o sertão, na direção segura do Fayad, com Músicas e Direção Musical: violeiro Roberto Corrêa
Release oficial do site do teatro SESI:
Cia. Teatral Martim Cererê estreia espetáculo Cara-de-bronze
CIA. MARTIM CERERÊ ESTREIA NOVO ESPETÁCULO NO TEATRO SESI
Cara-de-bronze estreia dia 9 de junho, às 21 horas, no Teatro SESI, onde ficará em cartaz até o dia 11.
Adaptação e direção de Marcos Fayad, Cara-de-bronze é baseado no conto de Guimarães Rosa, extraído do livro Corpo de Baile, publicado há 60 anos. A história se passa em um único dia dentro de um curral de ajunta de bois. Dez vaqueiros conversam sobre o dono da fazenda, o tal Cara-de-bronze, homem poderoso e sábio como Deus, escuro e feio como o diabo, fisionomia dura, áspera. Um enigma.
Toda a encenação é pontuada pela música do violeiro e cantador Roberto Corrêa, responsável também pela direção musical. “Cara-de-bronze é uma obra que inspira, desperta e transforma os que entram em contato com a beleza, o tema e a linguagem de Guimarães Rosa”, afirma o diretor.
Foram seis meses de preparação para que Cara-de-bronze ganhasse o palco. Intensa pesquisa sobre o universo roseano foi realizada, desde o linguajar característico do autor até o sertão poético e violento, misterioso e intrigante.
“A linguagem de João Guimarães Rosa não será facilitada para melhor compreensão dos que não a conhecem, porque sobre essa linguagem original, muito musical, quase um idioma próprio, é que se construiu o espetáculo”, explica Fayad. O trabalho conjunto de atores e diretor resultou em uma grande produção. “Durante o processo de ensaios “pisamos em ovos” um bom tempo até vislumbrar o interior do sertão e caminhar em direção a ele, mundão fascinante, forjado na nossa história. Trabalhamos mergulhados nele porque o sertão nos envolve, mesmo que nenhum de nós o habite particularmente. O sertão está em toda parte”, destaca.
Toda a ação se passa no curral de bois, desenhado pelo próprio diretor, com o auxílio do marceneiro Elisemar Alves. Confeccionado em tecidos rústicos e couro, o figurino remete às figuras míticas do sertão goiano e mineiro. Para criá-los, Fayad contou com a assessoria de Bia Castro.
Encenar a obra do autor de Grande Sertão: Veredas era um sonho antigo do diretor da Cia. Teatral Martim Cererê. Em 1999, Marcos Fayad dirigiu o mesmo Cara-de-bronze, mas com dificuldades de patrocínio, fez apenas três apresentações no Teatro Goiânia. Desta vez, pretende ficar mais tempo em cartaz. Depois do Teatro SESI, fará outras três sessões no Teatro Goiânia.
ELENCO E FICHA TÉCNICA
Espetáculo: Cara-de-bronze
Texto: João Guimarães Rosa
Adaptação e direção: Marcos Fayad
Cenário e Figurinos : Marcos Fayad
– Colomira – Karla Araujo
-Vaqueiro GRIVO – Newton Murce
-Vaqueiro CICICA- Gerhard Sullivan
-Vaqueiro ADINO – Edimar Pereira
Vaqueiro MAINARTE – André Larô
Vaqueiro ZAZO – Saulo Dallago
Vaqueiro Mudinho – Tiago Barreto
Vaqueiro TADEU – Danilo Alencar
Vaqueiro SACRAMENTO – Tarik Hermano
Vaqueiro DOIM – Tarcisio Peris
Violeiro Denis Malaquias
Músicas e Direção Musical: violeiro Roberto Corrêa
Produção Executiva: Um homem
Programação Visual: Josemar Callefi
Serviço:
Espetáculo: Cara-de-bronze
Texto: João Guimarães Rosa
Adaptação e direção: Marcos Fayad
Elenco: Cia. Teatral Martim Cererê
Dia: 9 a 11 de junho (quinta a sábado)
Horário: 21 horas
Local: Teatro SESI (Av. João Leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva. Telefone: 3269-0800)
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Estudantes, idosos acima de 60 anos e industriários mediante comprovação pagam meia entrada.