Diplomatas de Cuba, EUA e Rússia revelam pela primeira vez os bastidores da era Castro em filme
11 abril 2021 às 00h00
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Além dos depoimentos, o documentário exibe um vasto acervo de imagens históricas, entrevistas, pronunciamentos, cenas de Castro e seus aliados e registros dos conflitos e do cotidiano dos moradores da ilha
Uma revolução que mudaria totalmente a história das Américas e que colocaria uma pequena ilha do Caribe entre os territórios mais disputados pelos blocos capitalista e socialista, durante a Guerra Fria. Essa história, desde a famosa batalha de Sierra Maestra — quando Che Guevara, Fidel Castro e demais guerrilheiros tomaram o poder, em 1959 — até o declínio econômico após a derrocada da União Soviética, é contada no documentário francês “Cuba, A Revolução e o Mundo”, exibido pela primeira vez no Brasil pelo Curta!, em duas partes. O filme também está disponível no Curta!On, o clube de documentários do Curta! no NOW, da NET / Claro.
A história recente de Cuba é contada, no filme, sob uma nova perspectiva: a das pessoas que tiveram um papel-chave ao longo do processo revolucionário e suas decorrências. Pela primeira vez, dirigentes, membros dos serviços de inteligência, diplomatas cubanos, norte-americanos e russos estão reunidos em um único filme para revelar os bastidores do governo de Fidel Castro.
Além dos depoimentos, o documentário exibe um vasto acervo de imagens históricas. Estão ali entrevistas, pronunciamentos, cenas de Castro e seus aliados, além de registros dos conflitos e do cotidiano dos moradores da ilha.
A primeira parte do filme, dirigida por Mick Gold, fala da própria revolução e de seus primeiros desdobramentos. Entre eles, a instabilidade política e econômica que se seguiu à reação dos Estados Unidos e a resistência cubana às tentativas de invasão por parte daquele país. E, enfim, o respaldo soviético, tratado como uma forte interferência das potências orientais no Ocidente, em plena Guerra Fria.
O filme mostra também o impacto e a influência em outros países, como a Argélia, onde também houve uma guerrilha contra a dominação francesa. “Cuba, com apenas 110 mil km², se comporta quase como uma grande potência”, conta Oleg Darusenkov, diplomata soviético que viveu em Havana, um dos entrevistados do filme.
No final da primeira parte, a derrocada do bloco soviético, no início dos anos 1990, marca também o fim de seu respaldo financeiro e militar a Cuba. Abrem-se, então, as portas para a continuação do filme, a ser exibida na semana seguinte, sobre a realidade de escassez de recursos em uma ilha mais desenvolvida que as vizinhas, mas que vive ainda sob embargo econômico. A estreia é na Sexta da Sociedade, 16 de abril, às 23h.