Em sua vigésima edição, o festival envolve 32 companhias nacionais e nove internacionais em sua programação. O evento contempla oito circuitos que percorrem as cinco regiões do país e trinta cidades no Brasil e exterior

Com o objetivo de difundir, democratizar e valorizar a dança contemporânea, o festival internacional Dança em Trânsito acontece em Goiânia entre os dias 5 e 9 de agosto. Esta é a segunda vez que a capital goiana recebe o evento, sendo uma das 30 cidades anfitriãs do festival que percorre as cinco regiões do país, além de chegar até a França. Em Goiânia, o Parque Flamboyant, o Parque Vaca Brava e o Teatro Sesi serão palcos do evento nos dias 8 e 9 de agosto, com o total de dez apresentações de artistas de Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Portugal e Espanha. 

Entre os dias 5 e 7 de agosto será oferecida uma residência de criação voltada para o público infanto-juvenil com Kiko López (Barcelona/Espanha) na sala de dança do Teatro SESI, em Goiânia. O resultado deste trabalho também será apresentado no dia 9, no Teatro Sesi. De 23 a 27 de agosto, Márcio Cunha (Rio de Janeiro) oferecerá uma oficina voltada para crianças e adolescentes em Minaçu. As inscrições podem ser feitas no site www.dancaemtransito.com.br. Toda a programação é gratuita. 

A programação

No dia 8 de agosto, às 17h30, o Parque Flamboyant vai ser palco para três apresentações: “Lo que los árboles no cuentam”, com Kiko López e Hector Plaza, de Barcelona (ES); “Prosa”, com Nayane Fernandes e Fernanda Hilário (Goiânia/G) e “Adapta-bilidade” com Nimo cia de dança (Rio de Janeiro, Brasil, e Portugal). Já no dia 9 de agosto, ao meio dia, o parque Vaca Brava será palco para “Blue Monday”, com Hector Plaza e Agnes Sales, de Barcelona (ES); para “Ekesa-Sanko”, com a companhia de dança Corpus entre Mundos (Brasília/DF) e “Prosa”, com Nayane Fernandes e Fernanda Hilário (Goiânia/GO). 

Em seguida, o circuito segue para o Teatro Sesi: o Grupo Favela (Rio de Janeiro) apresenta Motiró às 19 horas. Às 20 horas será apresentado o resultado da residência com Kiko Lopez e Nayane Fernandes e Fernanda Hilário (Goiânia/GO) apresentam “Prosa”. Em seguida, às 20h30, o Grupo Tápias (Rio de Janeiro/RJ e Paris/FR) apresenta “Café não é só uma xícara”. 

Blue Monday | Foto: Divulgação

Sobre o festival 

Esta vigésima edição do evento conta com oito circuitos de apresentações, residências artísticas e oficinas reunindo 32 companhias nacionais e nove internacionais. Nesta edição, o festival passa também por Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pará, Maranhão, Paris, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Bahia. Os circuitos começaram no mês de julho e seguem até outubro. 

Criado em 2002, o festival é parte do projeto Ciudades Que Danzan, que reúne 41 cidades em diversas partes do mundo com o intuito de difundir a dança contemporânea. Há 19 anos, o projeto abarca apresentações artísticas, formação, capacitação, reflexão e intercâmbio entre grupos de dança de diversas cidades do Brasil e do mundo. Desde sua criação, o Dança em Trânsito já realizou mais de mil apresentações de dança contemporânea, passando por 30 cidades no Brasil e no exterior, para um público de mais de 60 mil pessoas. Sua versão 100% online em 2020 ganhou indicação ao Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), na categoria “difusão”. Seu formato híbrido em 2021 venceu o desafio de manter sua essência de festival itinerante, promovendo um intercâmbio cultural entre 25 cidades brasileiras.

Realizado e produzido pelo Espaço Tápias, com direção artística e curadoria de Giselle Tápias e Flávia Tápias, o Dança em Trânsito é um festival internacional de dança contemporânea que tem como objetivo democratizar a cultura e se comprometer com o fortalecimento e a divulgação da dança contemporânea brasileira.  “Seja pelo intenso intercâmbio entre artistas e companhias nacionais e internacionais, como também pelo formato itinerante, percorrendo desde as grandes cidades até pequenas localidades no interior do Brasil, em teatros ou espaços públicos”, comentam as diretoras. 

Elas também destacam a importância das oficinas de criação e das residências artísticas. “São oportunidades de se firmar parcerias criativas, abrindo canais para a troca de experiências, para a descoberta de novos talentos da dança e para a formação de plateias”, compartilham. 

Residência artística e oficina

A residência “Do Solo ao Fluxo”, com Kiko López, tem duração de quatro horas e é voltada para adultos. Os interessados devem se inscrever no site do evento e a residência é aberta a qualquer pessoa interessada. Ela acontecerá em Goiânia, na sala de Teatro do Sesi, entre 5 e 7 de agosto. A residência nasce com o objetivo de fortalecer e expandir nossa relação de fluxo com a gravidade, o movimento e o espaço onde nos relacionamos. A experiência começa com um trabalho interno, onde o uso do tempo é importante para gerenciar a evolução de um padrão específico. A partir da conscientização, propõe-se ouvir o corpo para facilitar a fluidez das estruturas. Um trabalho muito completo onde incluiremos: trabalho de chão, consciência corporal/espacial, brincadeiras, improvisação e criação coreográfica.

Kiko López é bailarino e coreógrafo valenciano baseado em Barcelona.  Ele é o diretor e coreógrafo de sua própria companhia, Cia Kiko López. Sua formação é baseada no Hip hop, Dança Contemporânea, Dança Tribal e Jazz Moderno em prestigiadas academias como Alvin Ailey American Dance Theater, Debbie Reynolds Studio, Broadway Dance Center NY, Company&Company, Deltebre Danse, entre muitas outras.

Já a oficina de criação em dança para todes, com Márcio Cunha, trabalhará com jogos de improvisação e danças populares brasileiras para desenvolver um discurso cênico, uma produção em dança, tendo em vista as potências do grupo e individuais, assim como as potências do território onde estas danças acontecerão. Será oferecida entre 23 e 27 de agosto em Minaçu. Os interessados devem se inscrever no site do evento.

Marcio Cunha tem 42 anos, formado em dança, coreógrafo, performer e artista plástico. Filho de Mestres de capoeira, é pesquisador das danças populares brasileiras e das artes cênicas. São 22 anos de pesquisas e criação, com diversas obras em seu repertório. Dentre elas, suas duas últimas obras antes da pandemia, Rosario (2018) e Casa de Barro (2019), todas as duas indicadas na categoria de melhor espetáculo e melhor bailarino pelo prêmio Cesgranrio de Dança.