Com uma carreira que se iniciou  em 2001, a cantora Luciana Clímaco tem visto o interesse pelo samba aumentar

Bar Glória | Foto: Reprodução / Instagram

O samba tem crescido em Goiânia. Quem afirma são os artistas e os donos de estabelecimentos dedicados ao gênero. Nos últimos anos têm se multiplicado os quintais – bares que oferecem samba e feijoada nos finais de semana em clima caseiro – e o interesse do público pelo ritmo sincopado carioca.

Ludmilla Prado, gerente do bar Glória, que há quinze anos faz a junção da feijoada com o samba aos sábados, afirma que “no início era muito cheio porque éramos os únicos a oferecer essa atração. Por alguma razão, Goiânia gostou muito disso e foram aparecendo vários outros bares. Hoje, além da feijoada, fazemos uma homenagem aos bares cariocas, temos gafieira aos domingos a noite e professores de dança por conta.”  

Luciana Clímaco, cantora goiana com 18 anos de carreira, se apresenta regularmente no bar Glória. Seu trabalho se concentra no samba de raiz e no resgate de canções antigas. A vocalista da banda Pedra 70 e do grupo Sertão já apresentou seu trabalho no festival Bananada, Canto da Primavera, FICA (Festival Internacional de Cinema Ambiental), Festival Gastronômico de Pirenópolis e outros.

Luciana Clímaco | Foto: Regina Esteves / Casa da Fotografia Rosary Esteves

O que despertou seu interesse pelo samba de raiz?

Luciana Clímaco – Por vir de uma família extremamente musical, a música permeia minha vida desde sempre. As reuniões de família sempre foram pretexto para começar uma batucada e o samba era estilo predominante nesses encontros. Desta forma a escolha do samba foi um processo muito natural, pois tinha dentro de casa um grande acervo. Mergulhei então nesse universo que já era tão presente em minha vida, passando a pesquisar mais a fundo discografias e biografias de intérpretes e compositores sambistas, como Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Assis Valente, Ataulfo Alves, Adoniran Barbosa, Clara Nunes, Ivone Lara entre outros, me apaixonando cada vez mais por esse estilo.

Recentemente, os eventos e bares que tocam esse estilo me parecem estar se multiplicando.

Luciana Clímaco – Sem dúvida há alguns anos o samba vem tendo grande destaque na cena goiana. Quando comecei a cantar esse gênero, existiam pouquíssimas pessoas que o representavam. Percebo claramente que o samba vem se popularizando principalmente entre os jovens, fenômeno este que vem ocorrendo em todo o país.

Você observa uma mudança no público e na cena relacionada ao samba ao longo desse tempo?

Luciana Clímaco – De tempos em tempos reaparecem boatos de que o samba está em baixa ou fadado ao esquecimento. Geralmente isso acontece quando algum modismo musical ofusca o valor ancestral e atemporal do samba. Como gênero musical autenticamente brasileiro, porém, sempre há de ter artistas e público que “não deixam o samba morrer”. Felizmente vivemos uma época em que o público brasileiro – e também goiano- parece valorizar suas raízes e frutos culturais. E o samba é – mundialmente, inclusive –um dos maiores símbolos do nosso povo.