Casarão Cultural Nicolau Lunardelli inaugura busto da escritora e arquiteta Narcisa Abreu Cordeiro
05 outubro 2024 às 17h50
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Sinésio Dioliveira
O Casarão Cultural Nicolau Lunardelli funciona dentro da Ecovila Santa Branca, em Terezópolis de Goiás. O espaço foi criado pelo empresário Jeremias Lunardelli Neto, que nomeia a entidade com o nome do seu pai. Por lá, sempre acontecem eventos culturais. E na sexta-feira, 4, houve a inauguração do busto da arquiteta, urbanista, pesquisadora, escultora, musicista e escritora Narcisa Abreu Cordeiro. Ela é membro do IHGG, Icebe, Aflag, UBE-GO, AGI, Atleca e Eco-Academia. Esta uma entidade idealizada dentro da Ecovila Santa Branca.
O empresário e ambientalista Jeremias Lunardelli Neto abriu a solenidade, falando de sua satisfação com o evento, destacando que o Casarão ficou mais enriquecido com aquele busto, haja vista que ele representa uma homenagem em vida a uma pessoa realmente merecedora da homenagem. “O busto está aqui abrilhantando este espaço essencialmente pelo fato de ela ter participado decisivamente da proposta de criação do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e assim sendo reconhecida como patrona do respectivo parque”, disse.
Falou que o fato de as pessoas estarem ali no evento fazia com que o Casarão acontecesse dentro do propósito em que foi criado: de agregar pessoas movidas por amor à cultura. Jeremias é neto do famoso “rei do café”. Só que a grafia do nome do avô era com a letra G e não tinha S no final. Ele possuía 18 milhões de pés de cafés esparramados em diversas fazendas de vários Estados, inclusive Goiás, e até no Paraguai.
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Jales Mendonça iniciou sua fala relatando seu prazer de estar ouvindo o som das cigarras vindo das árvores no quintal do Casarão. Elogiou a bagagem intelectual de Narcisa, ressaltando o engajamento dela na história de Goiânia. Salientou a importância dela como membro do IHGG.
Narcisa agradeceu a todos pela presença na inauguração do seu busto. A área do hoje Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco se tornou tal porque teve ação dela nesse sentido. Contou que, na década de 90, foi procurada por uma comissão em sua empresa Narcisa Urbanismo e Consultoria, “que apresentou uma proposta para realização de um loteamento na fazenda”. Ela então, “movida por um impacto de ambientalista”, aceitou analisar o projeto, mas não com esse propósito.
“Segundo ela, “se não aceitasse analisar o projeto de loteamento, eles, com certeza, iriam procurar outro escritório de urbanismo e que o arquiteto executaria o projeto, que seria pago em lotes na referida gleba, ou seja, um excelente negócio, muito lucrativo.”
Narcisa precisa agir urgentemente em favor da transformação da fazenda do médico e empresário Altamiro de Moura Pacheco em Parque. Ela sabia desse objetivo de Altamiro, que lhe relatou isso numa visita que fez a ele acompanhada da botânica Amália Hermano.
No dia seguinte após a visita da comissão, pegou seu fusca e foi ao escritório da Emsa, grande firma de engenharia, para falar com o empresário Anibal Crosara. “Arquiteta Narcisa, em que poderia servi-la?”, perguntou ele. Após seu relato emocionado, Aníbal já ligou de imediato ao então governador Iris Rezende “para que ele realizasse a compra do terreno, para evitar ocupação inadequada”.
Quinze 15 dias depois, veio uma notícia excelente. “Eu estava em meu fusca perto da Praça do Cruzeiro no Setor Sul e ouvi no rádio que Iris Rezende havia adquirido, por um preço simbólico. a área pertencente a Altamiro de Moura Pacheco, para execução de um grande parque”, conta.
Também presentes na solenidade, o presidente do Icebe, o polímata Nilson Jaime, a presidente da Aflag, Elizabeth Abreu Caldeira Brito, o jornalista Sinésio Dioliveira representando o presidente da AGI, Valterli Leite Guedes, o escritor Ubirajara Galli, representando o presidente da AGL, Aidenor Aires. Além de outras autoridades e moradores da Ecovila Santa Branca.