‘Nesta coletânea de ensaios imprimi um roteiro de debates sobre o Brasil: a história, sua formação e discussões sobre o Quinto Movimento’, afirma o autor

Foto: Agência Brasil

O ex-ministro Aldo Rebelo acaba de lançar a obra “O Quinto Movimento: propostas
para uma construção inacabada”, pela Jornal JÁ Editora, com apoio do Instituto José
Bonifácio. O livro trata da centralidade da Questão Nacional a partir da necessidade de
uma reflexão sobre o Quinto Movimento como iniciativa à retomada da construção do
Brasil pós-pandemia, posterior a quatro grandes movimentos históricos.

Com 252 páginas, O Quinto Movimento já está disponível para venda física na Amazon
e no site da editora. Também existe a opção para baixar o e-book em PDF
gratuitamente (basta preencher um breve cadastro). Haverá ainda o audiolivro, em
fase de gravação.

“Neste livro, imprimi minhas opiniões, ideias e experiências. Não é um trabalho
acadêmico, mas sim uma coletânea de ensaios; um roteiro de debates sobre o Brasil: a
história, sua formação e discussões sobre o Quinto Movimento”, afirma o autor. Aldo
destaca ainda a importância de abordar a centralidade da Questão Nacional
considerando a impreterível retomada do desenvolvimento econômico, científico,
tecnológico, social, combinados com a projeção de poder diplomático e militar em
harmonia com as legítimas aspirações nacionais.

De acordo com Aldo Rebelo, o país vive um período de desorientação e imobilismo
sobre os rumos do país, onde se faz necessária a união dos brasileiros em torno de três
grandes causas: a do desenvolvimento do Brasil, da redução das desigualdades e a
manutenção do país em certos padrões de democracia.

“É preciso rever o Brasil como ativo, como patrimônio natural, humano, protagonista
da política, da economia e da vida, no cenário das nações. Desta forma, podendo se
apresentar ao mundo com um novo posicionamento ambiental, humanista,
transformador, seguro, acolhedor, equilibrado social e economicamente, por meio da
união de forças heterogêneas. Um país efetivamente independente e acima de tudo
inovador”, reforça.

Para se alcançar este cenário, Rebelo explica no livro que, dentre outros aspectos, faz-
se urgente uma coesão nacional e social incompatíveis com a desorientação atual de

grupos de “direita” e de “esquerda”. “A centralidade da Questão Nacional e o Quinto
Movimento se confrontam com o cosmopolitismo de ‘direita’ e de ‘esquerda’ e a ele
contrapõem a união das forças heterogêneas, sociais, empresariais, intelectuais,
políticas e culturais, da cidade e do campo, como alternativa para a retomada da
construção do Brasil e do seu futuro.”

A obra

“O quinto movimento: propostas para uma construção inacabada” é dividido em três
momentos: A Origem das ideias, Os quatro movimentos que construíram o Brasil e o
Quinto Movimento: propostas para uma construção inacabada.

Na primeira parte, o ex-ministro brasileiro conta um pouco da sua trajetória de vida e
sua formação, tanto política quanto intelectual: das dificuldades e alegrias da infância,
da curiosidade intelectual herdada do primo de seu avô, com quem foi morar, o início
de sua admiração – já no curso primário – pela formação social brasileira em seus
múltiplos aspectos, o apreço pelo futebol e pelos repentistas, a militância e o
movimento estudantil, o importante ano no Colégio Agrícola Floriano Peixoto, o seu
começo no jornalismo e a trajetória na faculdade de Direito. Todas essas experiências,
segundo ele, foram essenciais para o desenvolvimento de suas ideias e convicções
formadas sobre o Brasil e o povo brasileiro.

Explana, ainda, sobre como construiu sua admiração pelo povo brasileiro, por sua
capacidade de criar soluções para problemas e desafios aparentemente insuperáveis,
por sua tenacidade e resistência a todos os penares e sofrimentos impostos pelas
adversidades que tiveram que superar. Versa também sobre a valorização da liberdade
para o Brasil, para o povo: “[…] liberdade como condição para uma vida nacional não
submissa, conceito tão distinto do individualismo narcisista em voga nos dias de hoje.”

Os quatro movimentos

Na segunda parte da obra, Aldo Rebelo discorre sobre os quatro movimentos que
construíram o Brasil:

▪ Primeiro Movimento – a construção da base física, do território, do marco zero de 1500 até o Tratado de Madrid em 1750;

▪ Segundo Movimento – da epopeia da Independência até a data magna do 7 de Setembro de 1822, destacando as figuras de Tiradentes, D. Pedro I e José Bonifácio;

▪ Terceiro Movimento – do período compreendido entre 1822 até a Abolição da escravidão, em 1888, da consolidação da Independência e da unidade e integridade territorial do Brasil.

▪ Quarto Movimento – situa-se entre a Proclamação da República, com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, até os dias atuais; tendo como epicentro os dois períodos de Getúlio Vargas, suas ideias e o seu projeto de Brasil. Em torno da Era Vargas foi criado um conflito entre varguismo e antivarguismo, que permanece atual na economia e na política.

O Quinto Movimento

Nos capítulos seguintes, que compõem a terceira parte do livro, estão reunidas
reflexões sobre as iniciativas necessárias para a retomada da construção inacabada do
Brasil. “Ideias temperadas pela vida, pelas leituras e pela experiência acumulada em
décadas de atividade pública ininterrupta”, comenta o autor.

São elas: a centralidade da questão nacional, que compreende que o Estado e a Nação
são as instituições capazes de proteger os direitos fundamentais e a dignidade dos
brasileiros; a retomada do desenvolvimento como o único meio possível para derrotar
a crise econômica e social atual; a redução das desigualdades como caminho para se
alcançar a coesão social e nacional, fundamental para o Brasil superar os obstáculos ao
seu futuro promissor; e o compromisso com a democracia, como acordo possível para
a solução das contradições resultantes dos desequilíbrios sociais e regionais.

Os capítulos estão distribuídos em torno de temas atuais, a exemplo de economia,
Amazônia, Forças Armadas, democracia, inovação, o papel das mulheres, educação e
desigualdades. “São importantes discussões para a reunião das energias materiais e
espirituais que permitam ao Brasil o relançamento da jornada histórica de construção
de uma sociedade próspera, fraterna, socialmente equilibrada e plena de
compromisso com a cooperação internacional.”

Sobre Aldo Rebelo

Atuou como ministro de Estado nas pastas da Secretaria de Coordenação Política e
Relações Institucionais (2004-2005), do Esporte (2011-2014), da Ciência, Tecnologia e
Inovação (2015) e da Defesa (2015-2016). Foi secretário da Casa Civil do governo de
São Paulo (2018). Presidiu a Câmara dos Deputados (2005 a 2007), relatou o Novo
Código Florestal e foi deputado federal por seis mandatos pelo estado de São Paulo.
Alguns dos projetos sob sua relatoria: valorização do ensino e da aprendizagem da
língua portuguesa; Lei de Biossegurança, que autorizou as pesquisas com células
troncos no Brasil e também de plantas geneticamente modificadas; e novo Código
Florestal Brasileiro. Foi autor ainda da lei que declarou o dia 20 de novembro como
Data Nacional de Zumbi do Palmares.