A propósito do pandemônio bélico entre a Rússia e a Ucrânia
escrito por Gabriel Nascente
I
Escuros, escuros, escuros.
Os homens estão escuros,
escuros, escuros…
na demência sanguinária
de teus confrontos.
Conserta-se uma torneira.
Conserta-se um dente.
Mas não conserta-se
o homem.
São déspotas do próprio destino
os enterrando em tempestades de
sangue.
Que o demônio os esmaguem,
ó corjas de aracnídeos fardados!
E que os façam engolir os
arsenais de teu próprio veneno.
Os homens cavucando as valas do
inferno, / para morrerem dentro
delas / feito multidão de porcos
destinados à gordura fervente dos
torresmos.
Tristeza, por favor,
não me abandones.
II
No Brasil,
o luar é de março.
E há uma extroversão de brisas
reconstruindo a Esperança.
Pois haverá carnaval depois
do genocídio pandêmico.
Mãe,
que coisa feia
é a guerra.
Sala Albert Camus, madrugada de 21 de março de 2022, escrito à mão durante minhas caminhadas de amanhecer
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