Por mais que acompanhe seu nome o termo “goiano”, o escritor se fez goiano. É que Carmo nasceu em Minas; chegou ao mun­do no finalzinho de 1915, em 2 de dezembro, e dele se despediu no dia 25 de abril de 1996

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“E onde está o homem está o perigo, custava nada ter cautela” | Foto: Reprodução

“Certas horas, ficar calado é golpe.”

Yago Rodrigues Alvim

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Fora em dezembro de 1915 que nascera ele, Carmo Bernardes — um dos quatro filhos que no ano passado fizeram festa na memória das letras goianas. O escritor, ainda que mineiro, fez história em nossas terras e, aqui, eternizou sua literatura, por mais que tão pouco reconhecida e valorizada. No dia 25 de abril, Carmo se despediu do mundo. Nesta terça-feira, 25, completa-se, então, 20 anos da ida de Carmo para outra vida, que não esta.

Como diz o jornalista Hélverton Baiano, Carmo aqui viveu de seus 15 anos de idade até os 80, quando faleceu. Foi nestas terras onde aprendeu quase tudo que pôs em letras. “Para mim, é um Guimarães Rosa desvalorizado, meio esquecido”, diz Baiano. “Jurubatuba”, livro do mineiro goiano, se parelha a “Grande Sertão: Veredas”, o de Rosa. Nele, Carmo ensina de um tudo quanto há na roça — de passarim a mania de gente, de pau do matos a destampatório. “É bonito demais!”, felicita o Baiano.

“Tem aquela infuca de quebrar um ovo na nuca, deixar correr espinhaço abaixo e aparar com a frigideira no fim do arregoado atrás, fritar e dar ao freguês pra comer em jejum. Aí diz que o cabra enrabicha que dana, vira um trem doido, conforme desconfiei que Ermira tinha feito comigo.”

De deixar saudade, né não?