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Maguito Vilela pode bancar Euler Morais para prefeito ou para vice de Olavo Noleto

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), não quer bancar a candidatura de Sandro Mabel para sucedê-lo. Seu candidato é mesmo o secretário Euler Morais (PMDB), seu braço direito. Porém, se o PT bancar Olavo Noleto, um político pelo qual Maguito tem o maior apreço, é provável que o prefeito banque Euler Morais para seu vice. Aí, em Goiânia, o PT lançaria o vice do candidato do PMDB a prefeito.

As resistências dos Quilombos no Brasil

Ultrapassando a ideia de que quilombo se configura meramente como uma área delimitada e habitada por descendentes de escravos, a Associação Brasileira de Antropologia propõe pensar quilombo a partir de práticas de resistência e experiências que constroem uma trajetória comum, sem a necessidade da construção de um espaço propriamente demarcado

Maguito Vilela não vai apoiar Ozair José para prefeito de Aparecida de Goiânia

O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Ozair José, saiu da eleição deste ano menor do que entrou. Ele estava crente que seria eleito deputado estadual e obteve uma votação pífia. Assim, dificilmente será candidato a prefeito em 2016. Até porque o prefeito Maguito Vilela, que aposta em Euler Morais, não vai bancá-lo. Isto é definitivo. Vigora a tese que apoiar Ozair é o mesmo que bancar os políticos que são rejeitados pelos eleitores, como Ademir Menezes e José Macedo. O PT também não tem qualquer simpatia pela candidatura de Ozair, por considerar que o político “está” no PT, mas “não é” do PT.

Sem taxímetros também se vai ao céu

Eberth Vêncio Especial para o Jornal Opção Cultural_1885.qxd Não costumo escrever a respeito dos meus destinos de viagem para não parecer mais presunçoso e metido a besta do que penso. No duro: não sou de vomitar cruzeiros all-inclusive, de me deixar fotografar ao lado de uma centenária torre francesa enferrujada. Melhor seria fazer um selfie com a septuagenária La Belle de Jour. É líquido e certo: Catherine Deneuve e o Rio de Janeiro continuam lindos. Mesmo assim, vou contar: há pouco, estive no Peru e curti uma viagem repleta de paisagens estonteantes, bucólicas, picos monumentais, piscos inebriantes e mais de mil caçarolas de mate-de-coca para suportar a altitude. O maior barato que consegui ao encher a lata de chá foi incrementar a diurese. Nem de longe fui capaz de enxergar políticos honestos montados em unicórnios a sobrevoarem a atmosfera mística de Machu Picchu. Essas coisas — os políticos honestos — simplesmente não existem. Duas constatações deixaram-me incomodado por lá. Número uno: o trânsito louco, descortês e caótico, no qual ninguém mais parece se afetar com a irritante sinfonia das buzinas que, de tão corriqueiras, tornaram-se ineficientes. Todos buzinam, mas ninguém dá a mínima. Prevalecem os mais impetuosos, a despeito da segurança dos transeuntes: o povo ziguezagueia entre os carros como se fosse um formigueiro. Número dos: a malandragem dos taxistas. Não sei por que cargas d’água, os táxis de Lima e Cuzco não possuem taxímetro. Assim que pisei em solo peruano, fui alertado por um guia turístico a ficar velhaco em relação aos taxistas (não somos brasileiros assim tão espertos quanto o resto do mundo imagina). Ele me ensinou a identificar os automóveis oficiais, a fim de não contratar os serviços de um meliante qualquer, e acabar parando num bairro ermo com o cu na mão e uma pistola na cabeça. A corrida deveria ser negociada ainda na calçada, antes de sentar o meu traseiro verde-amarelo no veículo. Negociação inglória, desigual, sujeita a tapeações, pelo simples fato de, evidentemente, eu não conhecer as distâncias e, portanto, não ter como prever os valores a serem pagos com Nuevo Sol. “Não há nada de nuevo nisso”, foi um grande amigo meu quem me consolou ao garantir que malandragem de taxista é um fenômeno pandêmico, uma artimanha desagradável que prevalece em vários países do mundo, em particular, na América Latina. Isso sem falar nos escritores malandros, nos médicos malandros e nos leitores malandros. É uma simples amostra de como o ser humano pode ser inconveniente aos projetos do Criador. Quem mandou criar? Agora, guenta! Reclamar dos pecadinhos peruanos, que a mim pareciam tão familiares — afinal, em matéria de malandragem, somos “hors concours” no planeta — é apenas um lépido exercício de chatice da qual sou especialista, embora não me orgulhe nem um pouco disso. Frequentemente acordo com aquela vontade danada de ficar correndo atrás do próprio rabo. Não tem nada de engraçado. É uma lástima. Então vamos mudar o rumo desta crônica e afirmar que a minha jornada gastronômico-cultural pelo Peru foi irretocável. Caminhar em meio às ruínas do povo inca em Machu Picchu foi o ponto máximo da jornada, o destino mais esperado. Muito mais do que física, a viagem foi mental, instigante, certamente potencializada pela paisagem místico-exótica, além da atmosfera levemente asfixiante proporcionada pelo ar rarefeito. É fácil viajar na história, nas explanações detalhistas de guias turísticos tarimbados e com formação acadêmica apropriada. Enquanto o fole pulmonar mendigava por oxigênio na altitude, eu me entregava à benfazeja letargia neuronal para viajar também nas famigeradas asas da imaginação, e relembrar os despachados conquistadores espanhóis chegando àquelas plagas longínquas, invadindo territórios, saqueando ouro, dizimando gente, dominando tudo, enfim. É constrangedor notar que, ao longo dos centenários antecedentes de crueldade, dominação e medo, o pendor pela conquista seja ainda uma constante no ser humano. Apreciar aquelas ruínas incas foi um momento mágico, mas arruinou também a minha paz e tirou da cartola uma consciência que parecia muito mais pesada que toda a pedraria que, um dia, sabe-se lá de que forma, uma destemida legião de homens e mulheres cismou em carregar para o topo das colinas, a fim de se protegerem dos riscos naturais, como os sismos, os pumas e os homens malvados de outras paragens. Mesmo sofrendo com penhascos e desfiladeiros (sou um acrofóbico esforçado em busca da cura), consegui controlar o temor alguns minutos, ao ponto de me sentir tão tranquilo que parecia factível pular no vazio, bater as asas e voar para dentro da vida ideal. Efeito de hipóxia cerebral? Excesso de pisco nas veias? Talvez, sim. Me senti mais miserável que o normal ao ima­ginar que numa determinada época da história, uma civilização pouco compreendida pelos homens de hoje preencheu de vida e ilusões aquele amontoado de pedras que os atônitos turistas agora fotografavam. Tudo na vida tem um final. Até esse texto possui um. Enquanto eu me dirigia ao aeroporto de Lima, fiz ao taxista amigo as corriqueiras perguntas que os turistas sempre fazem. Dentre elas: como é que os incas conseguiram levar para o cume das montanhas aquelas rochas enormes. “Eran los dioses los astronautas?”, eu perguntei num apalermado e plagiador portunhol. Com paciência, bom humor e nenhuma malandragem, o taxista com cara de índio disse-me “los hombres nunca dejan de soñar com las estrellas”. Apertei sua mão, tomei um Dramin, e embarquei me borrando de medo dos homens e dos aviões. Mais dos homens do que dos aviões. Se for um taxista, então, nem te conto. Eberth Vêncio é escritor e médico. via Revista Bula

Edward Madureira saiu derrotado como candidato e vitorioso como político

Com quase 60 mil votos, o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira (PT) é um candidato derrotado, mas não deve ser considerado um político derrotado. Ele fez uma bela campanha, gastando muito pouco e com cabos eleitorais não remunerados. Disputando mandato legislativo pela primeira vez, e filiado a um partido que lhe abriu poucos espaços, por considerá-lo cristão novo e não integrado a alguma tendência, Edward Madureira obteve uma votação espetacular. Se estiver atenta, a cúpula do PT deveria prepará-lo para disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, porque ele tem imagem de gestor eficiente. Na próxima eleição, o eleitor goianiense certamente vai apostar naquele candidato que é considerado como gestor qualificado. É o caso do ex-reitor. Nem todos sabem, mas administrar uma universidade como a UFG é o mesmo que administrar uma prefeitura de médio porte.

Se Dilma Rousseff for reeleita, Edward Madureira pode ser ministro. Ele ou Rubens Otoni

Se a presidente Dilma Rousseff for reeleita, não será nenhuma surpresa se Edward Madureira for convocado para um ministério, possivelmente o da Educação. Porém, se o deputado federal Rubens Otoni assumir um importante cargo no governo federal — se a petista-chefe for reeleita —, o professor assume o mandato na Câmara dos Deputados. Antônio Gomide também é cotado para ocupar cargo importante em Brasília.

Se não deixar o PSDB, Júlio da Retífica vai continuar como eterno suplente

Conhecido como Leão do Norte, o ex-prefeito de Porangatu Júlio da Retífica é o político mais importante da região. Candidato a deputado estadual, obteve quase 28 mil votos, mas não conseguiu se eleger, devido ao quociente eleitoral. Por representar uma região que não tem muitos eleitores, Júlio da Retífica, se não sair do PSDB e se filiar num partido menor, será, em todas as disputas, o eterno suplente.

Eleitor percebe que única forma de arrancar o PT do poder é com Aécio e intui que Lula volta em 2018

A sociedade brasileira parece perceber que Aécio Neves é o instrumento para retirar a glacial Dilma Rousseff do poder e repassá-lo para uma espécie de Lula do tucanato

O antenado Morgantini sugere que nem que a vaca tussa em grego Iris tem chance de vencer Marconi

O competente jornalista Henrique Morgantini, um dos mais cerebrais e perspicazes auxiliares do petista Antônio Gomide na campanha para governador, admitiu, num programa de rádio, que nem que vaca tussa em grego arcaico Iris Rezende terá condições de derrotar Marconi Perillo. Morgantini é anti-Marconi, mas é um analista racional e, às vezes, preciso. Além de ter um humor ferino e fino, como se fosse um britânico.

Peemedebista garante que Iris Rezende é incapaz de ouvir

Um peemedebista tem uma teoria curiosa sobre Iris Rezende: “O nosso líder maior passa a impressão de que é incapaz de ouvir as pessoas. Seus ouvidos parecem tapados e ele só faz aquilo que quer. Pode ser um motivo de suas três derrotas eleitorais”.

Jânio Darrot reassume Prefeitura e motiva equipe de governo

Prefeito destaca parcerias realizadas com o Estado e com a União e promete mais pavimentação nos bairros da cidade

Marqueteiros querem campanha mais propositiva, mas Iris e Braga querem mais pancadaria

Paulo Faria, marqueteiro, psicólogo e ator, e Pedro Novaes, geógrafo, conseguiram um feito: Iris Rezende perdeu, ao menos parcialmente, aquela cara de Urtigão do Cerrado e está com o rosto mais ameno e menos carrancudo. Mas a pancadaria excessiva, sem fatos comprovados, continua. Neste sentido, Iris, com o apoio de Jorcelino Braga — os dois disputam qual odeia mais o governador Marconi Perillo (um psicanalista diria que isto é amor, e até profundo) —, não ouve os marqueteiros que cobram moderação e uma campanha propositiva.

Iris Rezende avalia que a vaca foi para o brejo e vai atacar ainda mais o governador Marconi

A tese de Iris Rezende é que, como a vaca já foi para o brejo, vai aproveitar para atacar o governador Marconi, gratuitamente, única e exclusivamente para provocá-lo e irritá-lo. Fica-se com a impressão de que o peemedebista-chefe está brincando de fazer política. Iris Rezende e Jorcelino Braga querem morrer abraçados, como em 2010. É o velho e indesejável abraço dos afogados.

O Brasil é um país homofóbico?

cartas.qxdA matéria “O Brasil já vive sob a ditadura das minorias” (Jornal Opção 2048), do jornalista José Maria e Silva gerou um extenso debate na rede social Facebook na última semana. Por isso, reproduzimos uma parte da longa discussão: Rodrigo César Dias: Engraça­do, eu achava que o ditador era aquele que mandava e desmandava, o que impunha sua vontade a todos. Mas veja que ditadura curiosa essa dos gays e das feministas: os gays não conseguem criminalizar a homofobia, nem garantir por lei o casamento civil, nem doar sangue. As mulheres não conseguem receber o mesmo salário dos homens pra desempenhar a mesma função, nem realizar abortos que são permitidos por lei. O Zé Maria me apresentou a um novo conceito de ditador: é aquele que não manda, mas se submete à vontade alheia. Wenceslau Miro Cezne: Um dos aspectos que não entendo nesses movimentos é por que as pessoas fazem questão de, a toda hora, quererem dizer e mostrar às demais pessoas que têm uma cor de pele negra e que tem uma preferência sexual diferente. Em vez disso, por que não tentam mostrar às outras pessoas seu valor e competência como pessoa? Significa dizer: “Não gosto que vocês olhem para a minha cor da pele ou queiram saber a minha preferência sexual, mas percebam o meu valor como pessoa humana”. João Paulo Lopes Tito: Hoje em dia, a força que uma minoria faz para ser valorizada e respeitada enquanto ser humano, e para fazer valer seus direitos e liberdades vem sendo chamada de “ditadura”. Qualquer mudança de status quo incomoda mesmo. Que chiem os conservadores, mas estamos testemunhando mudanças históricas. Por outro lado, não vejo, de modo algum, como censura o que fizeram com Levy Fidelix. Porque não fizeram a mesma coisa com o Pastor Everaldo e com Aécio Neves, que também são defensores “da família”. A crítica ao Fidelix não foi por expressar sua opinião: foi por incitar o ódio. Fidelix não discorda dos homossexuais - ele incita a maioria a lutar contra a minoria. Defende que homossexuais sejam tratados longe de nós, “normais”, “homens de família”. Dar opinião é uma coisa, incitar o ódio, a discriminação e a segregação social sempre foram, e continuarão, sendo coisas de covardes e hipócritas. Maria Reis: E não tem coisa menor e medíocre do que discutir cor e opção sexual das pessoas. Emille Lemes: Por que será que esse povo fica desfilando com bandeiras coloridas e/ou cobrando o respeito à cor da pele? Nunca vi heterossexuais desfilarem e nem brancos cobrarem respeito à sua cor. Dar o melhor de nós é o bastante para que as pessoas nos valorizem. João Paulo Lopes Tito: A meu ver, a questão que você propõe foi invertida antes, Emille. O preconceito às diversas minorias surge justamente porque a questão que você apresenta não foi feita lá atrás. A discriminação por classe social, cor, religião e sexualidade adveio inicialmente porque, mesmo dando o melhor de si, alguns grupos não foram devidamente valorizados – antes, foram marginalizados. Brancos nunca foram discriminados apenas por terem essa cor de pele, nem heterossexuais por sua sexualidade. Por que eles sairiam às ruas? Por que discursariam sobre o orgulho em pertencer a essa classe? Não há motivo. Infelizmente, dar o melhor de nós não é suficiente para que nos valorizem enquanto seres humanos. Aliás, cuidado! O simples fato de te incomodar que pessoas saiam às ruas se expressando livremente (seja lá em que sentido for) pode ser sintomático. A cura para o preconceito começa com a análise e aceitação de nossos próprios defeitos, internamente. Wenceslau Miro Cezne: Vejo incoerência nesses movimentos porque promovem as características da cor da pele ou preferência sexual e outras questões. Quanto mais as pessoas queiram que eu as veja como negras ou gays, estas tenderão a serem as suas características pessoais principais para mim e para muita gente. Mas, no entanto, eu gostaria que a sua cor de pele ou preferência sexual não tivesse importância para mim, mas sim a suas características pessoais como competência, personalidade, etc. Seria desejável a maior integração possível e não o separatismo ou compartimentação das pessoas na sociedade. Thiago Burigato: Denise Var­gas, se a pessoa que foi assassinada não era negra e nem gay, então certamente o motivo de sua morte não foi a sua cor de pele ou sua orien­tação sexual, já que simplesmente não se matam brancos por serem brancos ou héteros por serem héteros. Wenceslau Miro Cezne, ninguém quer ser visto por sua cor de pele ou por sua orientação sexual. Aliás, é justamente o oposto disso. Mas, infelizmente, até hoje são apenas por essas características que boa parcela da população é caracterizada, estereotipada e julgada pelo restante da sociedade. Emille Lemes, brancos e héteros não fazem desfiles carregando bandeiras por sua cor de pele ou orientação sexual simplesmente porque não há direitos a reivindicar que os outros não tenham e nem lutas a serem travadas para não serem discriminados. Denise Vargas: É mesmo? Onde está a homofobia que as pessoas tanto pregam? Cerca de 200 homossexuais são mortos todos os anos e 70% das mortes acontecem porque gays matam outros gays, seu parceiros (como o caso Donati). Portanto, cadê os cristãos que saem das igrejas do Malafaia e matam gays nas ruas? Onde estão estas pessoas? Vocês querem criminalizar qualquer senhora de 80 anos que torce o nariz ao ver dois homens se beijando? A verdade é que o movimento gay quer privilégios e não direitos iguais, aí promovem um discurso de ódio que simplesmente não existe. Eles é que são heterofóbicos, cristaofóbicos e outrosfóbicos. Com certeza. Aliás, Thiago, está cheio de gays criticando os fundamentalistas LGBT e falando as verdades na Internet. Thiago Burigato: Acontece que os discursos religiosos servem de combustível para atitudes de ódio e preconceito, que então ficam travestidos de uma aura de moralidade. Esses discursos, inclusive, geram o fenômeno que provoca o assassinato de gays por outros gays: a homofobia internalizada. Ensinado a vida toda que seu desejo é errado e pecaminoso, o pensamento é mais ou menos o seguinte: “Meu Deus, pequei! Cedi aos meus desejos 'impróprios' e ninguém pode saber disso.” Ensinado que o desejo dele - e a própria identidade dele - é suja e errada, o que ele faz? Mata seu objeto de desejo, que por sua simples existência o lembra de quem ele é, como se estivesse matando seu próprio desejo. Pergunte a qualquer psicanalista e ele vai confirmar o que digo. Repare que o assassino de Donati se recusa a se assumir como homossexual. João Paulo Lopes Tito: A questão para mim é simples: a pessoa que ouve as palavras do Levy Fidelix e diz que não existe homofobia, não existe preconceito e, pelo contrário, o movimento LGBT é que cria um discurso de ódio deve viver em outro mundo. Um mundo onde “homofobia” só acontece quando um heterossexual mata um homossexual. Não tem nenhuma lógica.

“E a política não é uma competição moral. É uma disputa pelo poder”
[caption id="attachment_17815" align="alignleft" width="620"]Arnaldo Neto: “Vejo que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E política não é uma competição moral” / Foto: Reuters Arnaldo Neto: “Vejo que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E política não é uma competição moral” / Foto: Reuters[/caption] Arnaldo B. S. Neto No meu tempo de movimento estudantil, na Goiânia da segunda metade dos anos 1980, nós, os “reformistas”, éramos rivais dos “trotskistas” e dos “stalinistas” (isto foi em outra vida, tenho certeza!). Nosso principal esporte consistia em nos atacarmos mutuamente, com uma fúria verbal absoluta. Mas, vez ou outra, entre uma assembleia, eleição ou manifestação, terminávamos no boteco, tomando cerveja e rindo das atitudes uns dos outros. Vez por outra as alianças mudavam, e os espinafrados de ontem viravam os aliados do dia seguinte. Sem saber, eu estava aprendendo ali algo muito importante sobre a política: a de que ela não pode ser tida como um subproduto da moral. Aliás, quando verdadeiramente é pensada assim, você termina sendo proibido de beber e sua namorada é obrigada a usar burca para ir à escola (se puder ir à escola...). Pois bem, vejo aqui a notícia de que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E a política não é uma competição moral. É uma disputa pelo poder. E escrevo isto por uma razão. Há quem confunda o âmbito da moral e o da política. Só isto explica que alguém cancele a amizade, mesmo que virtual, com outra pessoa, por conta de uma opinião política ou de uma escolha eleitoral. Quem age assim está fazendo um juízo de inteiro desapreço sobre uma pessoa (ela não presta! é um babaca!) com base tão somente num aspecto limitado de sua individualidade. Nesta armadilha não escorrego. Votar no Pastor Everaldo não faz de ninguém um canalha e nem votar no Eduardo Jorge faz de alguém um poço de virtudes. O mesmo vale para as escolhas de Dilma e Aécio. Somente no relato bíblico do apocalipse, o bem e o mal se enfrentam frente a frente. Mas, como sabem, Goiânia sequer tem estrutura para este tipo de evento como o fim do mundo... O âmbito da política, mesmo que permeado por questões morais, tem a sua autonomia (relativa, obviamente). Finalmente (texto de internet não pode ser longo demais), mesmo que projetos distintos estejam em disputas e os conceitos de direita e esquerda ainda façam sentido, não confundam política com moral. Você estará cobrando algo que o político (ou o partido) que você acredita lhe representar não irá lhe dar nunca, caso realmente possua um projeto de chegar e ficar no poder. Seus adversários de hoje são os aliados de amanhã e todos irão comemorar a vitória (o que interessa!) num restaurante chique. Você, pobre sujeito, que achou que tudo era uma questão puramente moral, tão somente ficou sem amigos... Valerá a pena? Arnaldo B. S. Neto é doutor em Direito Público pela Universidade Vale dos Sinos (Unisinos-RS) e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Político que roubou a Caixego era do PMDB ou de outro partido?

Perguntinha solerte: o político que roubou 5 milhões de reais da Caixego era do PMDB ou de outro partido? Um livro que está sendo escrito por um jornalista vai contar toda a história da Caixego, dando nomes aos bois, sem dó nem piedade. Um peemedebista-sênior vai dizer: “A Justiça absolveu o acusado”. Vale acrescentar que às vezes culpados são inocentados — desde que se tenham bons advogados.