Relatório do Bank of America (BofA) aponta que a Enel está analisando uma potencial venda de sua distribuidora de energia Celg-D, avaliada em R$ 10 bilhões, segundo relatos da mídia. As empresas brasileiras Equatorial e a Energisa são as potenciais proponentes mais prováveis dado seu histórico de consolidação.

Os analistas do BofA relatam que, nos últimos dez anos, a Energisa adquiriu seis distribuidoras e a Equatorial, quatro. Embora nenhuma oferta oficial tenha sido divulgada, eles estimam que a Celg-D tenha R$ 7,5 milhões em base de ativos regulatórios (RAB) e 10,3% de taxa interna de retorno (TIR) real.

Para os analistas, dada a experiência da Energisa e Equatorial, há duas oportunidades principais na distribuidora caso um negócio ocorra: a redução de 2 pontos percentuais (p.p) nas perdas de energia, o que poderia adicionar R$ 150 milhões por ano ao Ebitda, além da redução de 20% nas despesas operacionais por unidade, o que poderia agregar R$ 240.

Por outro lado, com base nas demonstrações financeiras da Celg-D, os analistas veem dois riscos associados ao ativo, o primeiro deles de R$ 5 bilhões de passivos extrapatrimoniais, principalmente relacionados a litígios cíveis e trabalhistas.

O segundo risco é de incerteza sobre o reconhecimento na RAB de investimentos de R$ 5 bilhões feitos nos últimos quatro anos, uma vez que o investimento implantado superou amplamente a depreciação regulatória, escrevem os analistas. Para isso, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avaliará a RAB da Celg no segundo trimestre de 2023, a ser incorporada em sua revisão em outubro de 2023, dizem.