O escritor britânico Salman Rushdie respira por aparelhos e deverá perder um dos olhos depois de ser atacado nesta sexta-feira, 13, enquanto se preparava para dar uma palestra, em Nova York. O autor do livro Versos satânicos sofreu inúmeras facadas no pescoço e no abdome antes de iniciar a sua apresentação.

Em nota, seu agente, Andrew Wylie, afirmou que “as notícias não eram boas”: o ensaísta também está com lesões no fígado e teve nervos cortados no braço. De acordo com a polícia de Nova York, o suspeito de realizar o ataque foi Hadi Matar, filho de imigrantes libaneses que nasceu em Nova Jersey. O jovem de 24 anos foi preso ainda na Instituição Chautauqua, um centro educacional e recreativo sem fins lucrativos, onde seria realizada a palestra.

Ainda não há confirmação dos motivos do ataque. Entretanto, desde a publicação de Versos Satânicos, em 1989, Rushdie foi jurado de morte, pelo aiatolá Khomeini. O então líder supremo do Irã emitiu uma “fatwa” (determinação legal da lei islâmica) que ordenava a morte do escritor.

Um dos personagens do livro é um empresário chamado Maomé que se tornou um profeta, o que seria uma representação do profeta Maomé. O romance foi proibido em muitos países com população islâmica. Salman precisou viver escondido, sob proteção da Polícia Metropolitana de Londres.

Depois da publicação, 45 pessoas morreram em protestos e revoltas contra Versos Satânicos e Rushdie no mundo mulçumano. Dois tradutores do livro foram atacados a facadas por conta do livro, sendo que um morreu e o outro ficou ferido, além de um editor norueguês que foi baleado três vezes e sobreviveu ao ataque.

Salman Rushdie nasceu em Bombaim, atualmente chamada Mumbai, na Índia, em 1947. Ele veio de uma família de origem muçulmana.