O papa Francisco denunciou uma crescente repressão à Igreja Católica na Nicarágua por parte do governo de Daniel Ortega. O país prendeu 12 padres e um bispo nos últimos dias.

Ortega começou a reprimir a Igreja após manifestações nacionais em 2018, contra as reformas de seguridade social no país.

Na mensagem semanal de domingo, o papa declarou que acompanha com preocupação o que está acontecendo na Nicarágua, onde os representantes da Igreja foram privados de liberdade.

O governo de Daniel Ortega é recorrentemente alvo de denúncias de desrespeito aos direitos humanos. Em março do ano passado, por exemplo, o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o chefe do país, que atua no Executivo desde 2007, de cometer violações que constituiriam “crimes contra a humanidade”.

Nicarágua

Em março do ano passado, o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o chefe do país, que atua no Executivo desde 2007, de cometer violações que constituiriam “crimes contra a humanidade”.

O bispo Silvio Báez deixou a Nicarágua em 2019 e descreveu a situação no país como “uma caçada feroz contra os sacerdotes”. Em uma publicação feita através da plataforma X, o antigo Twitter, Báez pediu que as conferências episcopais do mundo não abandonassem a igreja na região e que se solidarizassem com o cenário. “Ergam sua voz, denunciando esta perseguição da ditadura”, escreveu na postagem feita na última semana.

Já o porta-voz dos jesuítas na América Central, José María Tojeira, declarou que aqueles que perseguem a igreja sempre acabam fracassando. “Ao atingir a igreja, não fazem mais que cavar sua própria destruição”, criticou. Recentemente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) também condenou a “nova onda de detenções de religiosos” na Nicarágua.

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