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A ministra de Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, solicitou que fosse aberta uma investigação policial contra jornalistas que repercutiram áudios da família do presidente da República, Javier Milei, que ligam a esquemas de corrupção. A cópia do documento foi apresentado à imprensa argentina pela própria ministra na última segunda-feira, 1º.

O documento solicita que seja feito uma operação de busca e apreensão nos escritórios e estúdios da Carnaval Stream, emissora argentina, além de buscas nas casas de quatro jornalistas mais outros “envolvidos” que não foram identificados. O pedido vem após uma série de reportagens argentinas ligar a irmã do presidente, Karina Milei, por integrar um esquema de propina com empresas farmacêuticas.

Em uma entrevista para a imprensa no mesmo dia, a ministra lança duvidas sobre a veracidade do documento, contudo, é confrontada pelo apresentador que leu o material ao vivo.  Mesmo diante do documento, Bullrich nega a existência do requerimento de busca e apreensão e afirma que “não foi feita nenhuma solicitação”. “Não. Estamos solicitando a produção de provas. A Justiça pode decidir o que quiser”, afirma.

O governo argentino sustenta que as reportagens e os audios vazados fazem parte de uma “operação ilegal de inteligência” que visa tumular a opinião pública em meio as eleições de Buenos Aires. Por causa disso, o documento enviado à Justiça também solicita que os áudios gravados fossem proibidos de ser veiculados, o pedido ao qual foi aceito sobre o pressuposto de “segurança institucional” e “privacidade e honra”. 

Com a autorização, o Governo de Milei enfrenta duras criticas de efetuar censura prévia aos jornalistas. Os ataques acumulam com outros descontentamentos da população, evidenciado pela fuga de uma carreata do Milei após o presidente ser atingido pedras lançadas pelos populares.

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