Uma nova pesquisa da CNN mostra uma mudança na percepção dos americanos sobre a política externa dos Estados Unidos. O levantamento revela um ceticismo crescente sobre o papel global dos Estados Unidos. Atualmente, 56% dos entrevistados afirmam que o país não deveria assumir um papel de liderança na resolução de problemas internacionais.

Com aumento em relação a março, quando esse índice era de 50%, os americanos também aumentaram a desaprovação no conflito entre Israel e Palestina. Por exemplo, apenas 23% dos entrevistados consideram que as ações de Israel em Gaza são totalmente justificadas. Houve uma queda em relação aos 50% registrados logo após os ataques do Hamas em outubro de 2023.

A desaprovação às ações de Israel é mais acentuada entre democratas, independentes, adultos com menos de 35 anos e pessoas não brancas. Entre os democratas, por exemplo, a parcela que considera totalmente justificadas as ações de Israel caiu de 38% para apenas 7%. Entre os jovens democratas, 72% dizem que os EUA estão fazendo demais para apoiar Israel, sendo que 43% defendem a suspensão completa do apoio militar.

A visão negativa sobre a política externa do presidente Donald Trump também permanece. Segundo a pesquisa, 60% dos americanos desaprovam sua condução nas relações exteriores, e 59% desaprovam seu desempenho como comandante-chefe. A maioria (53%) acredita que as decisões dele prejudicaram a posição internacional dos EUA, enquanto apenas 31% acham que ajudaram.

Entre os republicanos, há uma divisão sobre o papel dos EUA no mundo. Apesar de tradicionalmente favoráveis ao intervencionismo, o partido tem se dividido desde que Trump passou a adotar uma postura mais isolacionista. Ainda assim, 86% dos republicanos aprovam sua condução da política externa. Entre os democratas, o índice de desaprovação chega a 93%.

A pesquisa ouviu 1.057 adultos americanos entre 10 e 13 de julho, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais. Os dados refletem uma mudança importante no humor do eleitorado americano, às vésperas das eleições, e revelam um país dividido não apenas em relação a Israel e ao Oriente Médio, mas também sobre qual deve ser o papel dos EUA no cenário global.

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