Maduro determina que Brasil deixe custódia da embaixada argentina na Venezuela
07 setembro 2024 às 14h50
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Neste sábado, 7, o Itamaraty anunciou que o governo venezuelano retirou a autorização concedida ao Brasil para supervisionar a embaixada da Argentina na capital venezuelana Caracas. Desde o início de agosto, o Brasil havia assumido a responsabilidade pela representação argentina na cidade, após o governo de Nicolás Maduro expulsar diplomatas de sete países, incluindo a Argentina, em meio a alegações de fraude eleitoral.
Fontes diplomáticas brasileiras confirmaram que o Brasil seguirá desempenhando esse papel até que a Venezuela decida transferi-lo a outro país. No entanto, destacaram que a Venezuela não pode, unilateralmente, descontinuar a representação dos interesses argentinos.
Há pelo menos seis opositores do governo de Nicolás Maduro, dentro das dependências da embaixada, incluindo assessores de María Corina Machado, a principal líder da oposição venezuelana.
Pedro Urruchurtu, membro da equipe de Machado que está asilado no local, divulgou neta sexta-feira, 6, vídeos nas redes sociais denunciando que agentes do governo Maduro, acompanhados por oficiais armados e encapuzados, estavam cercando a Residência Argentina em Caracas, que está sob custódia e proteção do governo brasileiro.
Da mesma forma, Magalli Meda, ex-chefe de campanha de Machado e uma das pessoas refugiadas no edifício, relatou neste sábado, 7, que o fornecimento de energia elétrica foi interrompido e que os acessos ao prédio estão bloqueados.
Um integrante da diplomacia brasileira, toda via, relatou que o Brasil continuará representar os interesses da Argentina, inclusive na proteção de quem está na residência, até que se defina um país substituto do Brasil.
A expulsão se deu logo após a Argentina declarar que a reeleição de Maduro não foi legítima e que a eleição presidencial na Venezuela, realizada no final de julho, foi manipulada. O Brasil, por sua vez, não se posicionou a favor nem contra o resultado da eleição. O país tem adotado a postura de exigir a apresentação das atas eleitorais – documentos que funcionam como boletins das urnas, o que ainda não foi fornecido pelas autoridades venezuelanas.
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