Irã deve se retirar do tratado de não proliferação nuclear

16 junho 2025 às 17h16

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Após os ataques de Israel, o Irã deve retirar-se do tratado de não proliferação de armas nucleares, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), por meio de um Projeto de Lei do Congresso Nacional iraniano, segundo reportou o jornal Reuters em entrevista com o porta voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei.
Conforme afirmou o porta-voz, o governo deve executar a medida com o parlamento iraniano. “À luz dos acontecimentos recentes, tomaremos uma decisão apropriada. O governo precisa cumprir os projetos de lei do Parlamento, mas tal proposta está apenas sendo preparada e coordenamos as etapas posteriores com o Legislativo”, afirmou.
O TNP é um acordo ratificado no ano de 1970 pelo Irã e outros 188 países da Organização das Nações Unidas (ONU). A medida buscava estabilizar a quantidade de armas nucleares pelas nações signatárias. Além do não desenvolvimento de novas ogivas, as nações signatárias são sujeitas a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e da vigilância da ONU. O Brasil assinou o acordo em 1998 no final do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Com a rescisão do contrato, o Irã se juntaria a nações como a Índia e Paquistão que ativamente buscam a manutenção de armas nucleares. O anúncio veio após os ataques israelenses em instalações de pesquisa nuclear iranianas para o enriquecimento de urânio. Segundo o governo de Israel, o programa nuclear da Guarda Revolucionária Iraniana buscava a criação de uma nova ogiva nuclear, ao qual o Irã afirmava que o programa não era agressivo.
Apesar disso, uma resolução da AIEA divulgada antes dos ataques israelenses afirmou que os centros estavam em desacordo com as normas da TNP.
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