O furacão Milton, que pode ser o mais forte a atingir o Golfo do México desde o furacão Katrina, em 2005, foi rebaixado para a categoria 4 na manhã desta quarta-feira, 9. Mesmo com o enfraquecimento, especialistas mantêm o alerta para seu potencial destrutivo enquanto a tempestade se aproxima do sudeste dos Estados Unidos. Os meteorologistas preveem chuvas intensas, erosão costeira e enchentes generalizadas, ainda que o horário e o local exato de aterrissagem permaneçam incertos.

De acordo com o National Hurricane Center, o Milton deve atingir a costa do Golfo na noite desta quarta ou na manhã de quinta-feira, 10, com chuvas que podem chegar a até 250 milímetros em algumas regiões, superando a média mensal local. Além disso, o nível da água em partes da costa oeste da Flórida pode subir mais de quatro metros. Milhões de pessoas foram instruídas a evacuar suas casas, resultando em um dos maiores congestionamentos registrados nas estradas do estado, com acostamentos abertos para facilitar a fuga. Aeroportos e parques de diversão, como o Walt Disney World, fecharam suas portas em antecipação ao furacão.

O impacto do furacão Milton é agravado pelo fato de que a região ainda não se recuperou totalmente do furacão Helene, que passou pela Flórida pouco mais de uma semana atrás, deixando destroços e áreas vulneráveis. A destruição causada pelo Helene pode tornar o Milton ainda mais devastador, pois as barreiras naturais foram removidas, e os destroços remanescentes podem se transformar em projéteis. Além disso, a situação evidencia a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, algo que o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) atribui à ação humana e ao aquecimento global.