O Sudão está sendo palco de um intenso conflito armado entre forças governamentais e paramilitares pelo controle do país africano. Sendo que um dos grupos envolvidos, conhecido como Forças de Apoio Rápido (Rapid Support Forces – RSF, em inglês), afirmou que já possui o controle da nação. Até o momento, cerca de 56 pessoas morreram, incluindo três funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) e outras 595 ficaram feridas, segundo o comitê médico da região.

Segundo o líder do RSF, general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como “Hemedti”, o grupo teria tomado o palácio presidencial e o aeroporto internacional de Cartum, a capital do país. Além de outros aeroportos nas cidades Merowe e El Obeid. Hemedti agora pede ajuda para a população e militares para que se rebelem contra o atual regime do país. 

Entretanto, a situação do Sudão pode ser considerada complicada antes da atual tentativa de golpe de Estado.

Em 2019, o então presidente Omar al-Bashir foi deposto após uma série de protestos e conflitos no país. Desde então, o Sudão é governado por um Conselho Soberano liderado por militares, incluindo o general Abdel Fatah al Burhan, líder da nação há quase dois anos. O planejamento era conduzir o governo até as próximas eleições marcadas para 2023.

A última vez que o Sudão teve uma eleição presidencial foi em 2010 e reelegeu al-Bashir. Entretanto, o processo teria ocorrido em meio a alegações de fraude eleitoral. A partir disso, o país sofreu um quadro de mudanças políticas, incluindo a queda do então chefe de Estado.