Donald Trump venceu as eleições nos Estados Unidos e vai assumir novo mandato na Casa Branca a partir de 2025. Após os resultados nas urnas, a movimentação para transição de governo já começou, e com ela surgem questionamentos sobre quem vai acompanhar o presidente eleito durante o mandato. 

Analistas políticos estadunidenses, e o próprio Trump em algumas ocasiões, afirmam que o principal erro do republicano em seu primeiro mandato foi a escolha do seu círculo político próximo. Alguns iam contra as decisões do empresário, outros já serviram até como testemunha em alguns dos processos que o ex-presidente enfrentou. Nomes como o do general aposentado John Kelly e do ex-vice-presidente Mike Pence se mostraram como grandes críticos do republicano após surgirem escândalos ligados a Trump.

Dessa forma, a escolha desses nomes para os próximos quatro anos chama a atenção de todo o mundo. Apesar de ser preciso a aprovação do Congresso para definição do gabinete oficial, Trump já sinaliza alguns nomes como certos.

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Veja quem são os possíveis aliados de Donald Trump para seu segundo mandato: 

Elon Musk

O bilionário Elon Musk, um dos personagens de maior destaque ao redor de Donald Trump atualmente, se posiciona como peça central nas ambições do ex-presidente. Conhecido por ser um dos homens mais ricos do mundo, e o quarto maior doador da campanha republicana, Musk destinou milhões de dólares para impulsionar a candidatura de Trump. Há uma crescente especulação de que o empresário possa assumir um papel estratégico, possivelmente no controle do orçamento federal dos Estados Unidos.

Com contratos bilionários em empresas como SpaceX e Tesla firmados com o governo estadunidense, a possibilidade de Musk ter acesso direto ao orçamento federal gera inquietação. Críticos alertam para o risco de conflitos de interesse, caso ele tenha autoridade sobre gastos públicos que beneficiem indiretamente suas empresas. Musk já sinalizou um corte de US$ 2 trilhões, centrado na redução da burocracia federal, mas reconheceu que as mudanças poderão causar “dificuldades temporárias” para os americanos.

Elon Musk, empresário dono do X (antigo Twitter) | Foto: reprodução.

O empresário também planeja pressionar Trump por uma desregulamentação mais profunda, sobretudo em áreas de grande interesse pessoal, como inteligência artificial e criptomoedas. Esse movimento pode abrir espaço para uma transformação sem precedentes nas regulações federais, caso suas propostas sejam levadas adiante pela futura administração.

Robert F. Kennedy Jr.

Robert F. Kennedy Jr., membro de uma das famílias mais célebres da política dos Estados Unidos, decidiu impulsionar a candidatura republicana após suspender sua própria campanha à Casa Branca, em agosto. Donald Trump chegou a sugerir um papel destacado para Kennedy em um eventual governo.

Sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy, RFK Jr. construiu sua reputação em parte com discursos polêmicos sobre saúde pública, incluindo afirmações controversas de que vacinas infantis poderiam causar autismo. Trump, em uma alusão à possível nomeação de Kennedy, afirmou que lhe dará liberdade para “enlouquecer com a saúde”. Existe possibilidade ainda de que Kennedy se envolva na gestão do abastecimento alimentar e nas políticas de direitos reprodutivos. Kennedy já chegou a declarar publicamente que Trump lhe prometeu autoridade sobre a agência de saúde pública dos EUA.

Foto: Jamie McCarthy/Getty Images.

O apoio de Kennedy a Trump provoca reações mistas entre especialistas, que veem a aliança como uma possível virada nos rumos das políticas de saúde e regulamentação do país. As repercussões de sua influência no governo ainda são incertas, mas geram intensa expectativa.

Susie Wiles

Apelidada de “organizadora do caos”, Susie Wiles é uma das consultoras políticas mais experientes da Flórida e desponta como uma das principais candidatas para ocupar a Chefia de Gabinete da Casa Branca. Com um histórico de lealdade e competência ao lado de Donald Trump, Wiles desempenhou um papel fundamental em sua ascensão à presidência em 2016 e ajudou a restaurar sua imagem após o episódio da invasão ao Capitólio de seis de janeiro de 2021.

Junto com o estrategista Chris LaCivita, Wiles é vista como uma das mentes por trás do sucesso eleitoral de Trump. Ambos são creditados pela orquestração de uma das campanhas mais disputadas da história recente do país, mantendo o foco da narrativa nos pontos fracos do presidente Joe Biden e, posteriormente, da vice Kamala Harris.

Foto: Jabin Botsford / The Washington Post via Getty Images file.

Embora Trump tenha frequentemente desviado das estratégias de campanha, Wiles e LaCivita mantiveram a equipe alinhada e conseguiram capturar o apoio decisivo de eleitores. Agora, com uma nova administração republicana, ambos estão cotados para assumir posições de alto escalão no governo.

J.D. Vance

O novo vice-presidente eleito dos EUA, que inicialmente era um crítico ferrenho de Donald Trump, agora se consolida como um dos principais nomes do movimento “Make America Great Again” (MAGA). O senador, conhecido pelo livro ‘Era uma Vez um Sonho’, tornou-se uma voz influente para a classe trabalhadora branca, narrando as dificuldades enfrentadas por essa parcela da população. Durante a campanha presidencial de 2016, Vance foi um dos que expressaram duras críticas a Trump, mas sua trajetória tomou um rumo inesperado.

Em 2022, com o apoio decisivo de Trump, Vance disputou e venceu a eleição para o Senado por Ohio, estabelecendo uma aliança que cimentou sua ascensão política ao lado do ex-presidente. Agora, como vice-presidente eleito, ele é amplamente visto como o herdeiro do movimento MAGA, com potencial para dar continuidade à plataforma republicana nos próximos anos.

Foto: Joe Raedle/Getty Images.

Analistas apontam Vance como favorito para representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais de 2028, uma projeção que o coloca no centro do futuro do partido e do cenário político nacional.

Barron e Donald Trump Jr.

Donald Trump Jr., o filho mais velho do ex-presidente, consolidou-se como uma figura de respeito dentro do Partido Republicano, especialmente entre os apoiadores do movimento “Make America Great Again”. Embora tenha enfrentado críticas e zombarias durante o primeiro mandato de seu pai, Trump Jr. agora desponta como um conselheiro confiável e uma peça central nas estratégias políticas do ex-presidente.

Ele desempenhou um papel estratégico na escolha de J.D. Vance como vice na chapa republicana, além de ter sido essencial na aproximação de Robert F. Kennedy Jr., o que levou Kennedy a desistir de sua própria candidatura e a endossar Trump. Como o filho mais politicamente engajado, Trump Jr. está posicionado para moldar o movimento MAGA e influenciar seu futuro a longo prazo.

Por outro lado, Barron Trump, o filho de Trump com Melania, pode não ter tanta visibilidade na campanha, mas desempenha um papel informal significativo como “conselheiro de podcast”. Com apenas 18 anos e parte da Geração Z, Barron introduziu o pai a esse meio de comunicação, ajudando a ampliar o alcance de Trump entre eleitores jovens. Em diversas ocasiões, Trump reconheceu a importância dos conselhos de Barron para dialogar com essa nova geração.

Donald Trump Jr. e Barron Trump l Foto: Getty Images / Reprodução (Instagram).