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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na semana passada o projeto de lei conhecido como “Grande e Bonito”, que impõe novas tarifas a estrangeiros e cria uma taxa adicional para a solicitação de vistos de não imigrantes. A medida afetará diretamente os brasileiros, que terão de arcar com um aumento de até 135% no custo para entrada no país.

A nova cobrança, chamada de “Taxa de Integridade do Visto”, será de US$ 250 (aproximadamente R$ 1.400, segundo a cotação atual) e se somará ao valor já exigido atualmente para o visto de não imigrante, que é de US$ 195 (cerca de R$ 1.100). Com isso, o custo total para solicitar esse tipo de visto pode chegar a US$ 459, o equivalente a R$ 2.550.

Além disso, o projeto aprovado prevê uma cobrança de US$ 24 (cerca de R$ 135) pelo preenchimento do formulário I-94, que funciona como um registro de entrada e permanência temporária nos EUA.

Há dois tipos de vistos sendo concedidos pelo consulado americano: o de imigrantes, destinado a quem deseja residir de forma permanente nos EUA, e o de não imigrantes, para aqueles que precisam viajar de forma temporária, seja para turismo, a trabalho ou para estudar por um determinado período de tempo em alguma instituição americana. É para este segundo grupo, com data para voltar, que a taxa será cobrada.

Ainda não há definição oficial sobre a data de início da cobrança, mas a expectativa é de que as mudanças entrem em vigor a partir do novo ano fiscal americano, que começa em outubro de 2025. A legislação também permite reajustes anuais das tarifas com base na inflação dos EUA.

O texto da nova lei estabelece que o solicitante poderá pedir reembolso dos US$ 250 da Taxa de Integridade caso cumpra integralmente as condições do visto: não trabalhar ilegalmente, respeitar o prazo de permanência legal (90 dias, no caso de turistas brasileiros, com acréscimo de cinco dias), e retornar ao país de origem ou solicitar regularização do status dentro do período permitido.

A medida é parte de uma estratégia mais ampla de Trump para restringir a imigração e aumentar o controle sobre visitantes estrangeiros. Após mirar o Brasil, o presidente anunciou que também aplicará tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto.

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