Uma a cada dez pessoas que vivem em Goiânia não tem domicílio próprio, revela estudo

18 setembro 2025 às 12h36

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Um estudo recém-publicado pela Fundação João Pinheiro (FJP), mostra que uma em cada dez pessoas que residem na Região Metropolitana de Goiânia (RMG) não tem casa própria. A pesquisa afirma que dos 232.301 domicílios em falta no Estado, 101.821 deles estão na RMG, com uma taxa relativa de 10%.
O estudo demonstrou que os estados do Centro-Oeste foram os únicos que registraram um aumento em relação ao ano anterior, de 17,5%, ante a redução dos indicadores em outras regiões. Atualmente, a região aglutina um déficit de 587.115 moradias, correspondendo a 9,5% das residências particulares, o segundo maior do País, atrás da Região Norte (11,9%). A pesquisa procurou apurar os principais fatores que levaram o déficit e apontaram três principais áreas: o ônus excessivo com aluguel, a coabitação e a habitação precária.
Em Goiás, o valor elevado do aluguel foi apontado como a principal causa, correspondendo a 60,9% do déficit da região (357.369 domicílios). Enquanto isso, a coabitação teve um peso na pesquisa com 28,8% (66.996 domicílios), com a Capital tendo 33,8% do seu déficit pelo componente. Por fim, a habitação precária representou 8,9% (20.740 domicílios). Regionalmente, os dados são espelhados, sendo o ônus excessivo com aluguel o principal fator (60,9%, 357.369 domicílios), seguido da coabitação (21,9%, 128.410 domicílios) e da habitação precária (17,3%, 101.336 domicílios).
Sobre o perfil da população, o estudo evidencia que as pessoas não brancas são as mais impactadas pela falta de uma moradia própria, com taxas de déficit para responsáveis pardos (89,56 por mil) e pretos (86,1 por mil) superiores à de responsáveis brancos (72,58 por mil). Da mesma forma, 43,6% dos domicílios em déficit têm renda familiar entre um e dois salários mínimos (SM) e 25,2% têm renda de até um SM. Enquanto isso, mães solteiras e mulheres são as pessoas mais afetadas no perfil de gênero, sendo a taxa de déficit para domicílios com responsáveis mulheres é de 103,26 por mil, enquanto para homens é de 66,31 por mil.
Nacionalmente, a pesquisa revelou que o déficit é da ordem de 5.977.317 domicílios, uma redução de 3,8% em relação a 2022, quando a falta era de 6.215.313, sendo concentrada nas áreas urbanas com 89,5% do total (5.352.044 domicílios). Essa concentração em espaços metropolitanos é exacerbada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que ultrapassam 90%.
A pesquisa foi feita com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Único (CadÚnico) referentes ao ano de 2023, apoiada pelo Ministério das Cidades (MC).
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