Bastidores
O comentário generalizado em Inhumas é um só: o prefeito Dioji Ikeda, do PDT, é bem intencionando, não é corrupto, mas sua administração não sai do lugar. E não é só por falta de recursos financeiros. Há quem acredite que Dioji Ikeda não soube montar uma boa assessoria e, por isso, não consegue trabalhar. Mas há quem aposte que o problema é exatamente o prefeito. Se uma equipe não funciona, a culpa é menos dela e muito mais do líder. Talvez por ser muito dócil, de temperamento ameno, Dioji Ikeda não tenha autoridade para mandar e cobrar de sua equipe.

A deputada federal Flávia Morais, do PDT, alterna momentos de pessimismo e euforia. Em certos momentos, afirma que vai disputar a Prefeitura de Trindade, em 2016. Noutros, alegando que ainda paga dívidas das campanhas de 2012 e 2014, sugere que não será candidata.
No momento, Flávia Morais está sugerindo para seus aliados que não tem condições de bancar uma campanha dispendiosa e contra o prefeito Jânio Darrot, que, depois de ajustar a máquina pública — o ex-prefeito peemedebista Ricardo Fortunato deixou a prefeitura endividada, quebrada —, está deslanchando.
O que é possível? Por enquanto, é especulação. Mas no governo Marconi Perillo há quem aposte que Flávia Morais vai apoiar a reeleição de Jânio Darrot e, em 2018, o prefeito a apoiará para deputada federal.
Por falta de capacidade de operação do governo federal, a privatização da Celg pode ficar para o próximo ano. O governo da presidente Dilma Rousseff precisa de bilhões para reduzir o rombo fiscal, mas sua equipe é lenta tanto para decidir quanto para agir. Ocorre que ano eleitoral, embora a disputa seja municipal, nunca é positivo para privatizações. A parte do governo de Goiás está pronta. Só falta mesmo o governo da petista-chefe agir e sair do marasmo.
O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, e o deputado federal Roberto Balestra estão conversando sobre alianças políticas tanto a respeito de 2016 quanto de 2018. Balestra pode trocar o PP pelo PSD? Não é bem isso. Os dois políticos podem formatar uma aliança para reforçar seus grupos políticos. No momento, os principais políticos e partidos estão articulando, recompondo e ampliando suas forças. O deputado federal Jovair Arantes, presidente do PTB, mostrou força e iniciativa ao sugerir o ex-deputado federal Luiz Bittencourt para a Prefeitura de Goiânia. Pegou bem, para dizer o mínimo, e surpreendeu o meio político. Jovair está dizendo: “Estou no jogo”. E como sujeito, não objeto, das ações políticas. A senadora Lúcia Vânia saiu do PSDB, assumiu o controle de dois partidos, o PSB e o PPS, e está bancando a candidatura do empresário Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia. Cacifa-se, assim, para disputar da reeleição em 2018. O senador Wilder Morais, do PP, articula com volúpia em todo o Estado. O objetivo? Criar uma estrutura que garanta sua reeleição em 2018. Uma estrutura sua, e não do governo de Goiás e do tucanato. Roberto Balestra e Vilmar Rocha, que sonham disputar o Senado, estariam fora do jogo? Suas conversas sugerem que não. Eles estão no jogo, por enquanto com certa discrição. Mas certamente vão se posicionar cada vez mais, participando ativamente das articulações.
A disputa pela Prefeitura de Anápolis deverá polarizar mesmo os candidatos do PT, o prefeito João Gomes, e o do PSDB, Alexandre Baldy. O deputado Carlos Antônio aparece na liderança das pesquisas, mas é cedo para avaliações peremptórias. O mais certo é que o parlamentar seja vice — pode escolher ser vice de João Gomes ou de Alexandre Baldy — e candidato a deputado federal em 2018. Não há dúvida de que Carlos Antônio é popular, mas a campanha de 2018 vai exigir dos candidatos uma estrutura profissional e, mesmo, milionária. O deputado não tem recursos para bancar uma campanha contra pesos-pesados como João Gomes e Alexandre Baldy. O Solidariedade é um partido ausente e não oferece a mínima estrutura para Carlos Antônio. Sozinho, em Anápolis ou em qualquer outro município, nenhum candidato se elege prefeito. Elege-se até para vereador e deputado, mas não para cargos majoritários.
O prefeito recém-empossado de Estrela do Norte, Baltazar Boaventura, foi vaqueiro da fazenda do falecido Luiz do Gote — que foi prefeito de Porangatu — durante cerca de 30 anos. Ele pertence ao Partido dos Trabalhadores. Baltazar Boaventura assume com duas missões: recuperar as finanças da prefeitura e pacificar a cidade. O ex-prefeito tucano Curica pode ter sido assassinado não apenas pelo suposto relacionamento com a mulher de um irmão do ex-prefeito (que está foragido). O fato de que liderava as pesquisas (e aparentemente pretendia abrir a caixa preta da prefeitura) teria provocado grande “irritação” nos seus adversários.
O deputado José Antônio disse, para um grupo de deputados, na Assembleia Legislativa, que José Gomes da Rocha está trabalhando para ser candidato a prefeito de Itumbiara. Ele acredita que será possível remover os empecilhos jurídicos à sua postulação. Se candidato, é apontado como imbatível. Entretanto, se José Gomes não puder ou não quiser disputar, José Antônio poderá ser candidato a prefeito. O mais certo, porém, é que, em 2018, o jovem político da região Sul do Estado dispute mandato de deputado estadual. “O Zé Antônio é um político qualificado, que aprende rápido e articula com habilidade”, sublinha o deputado estadual Virmondes Cruvinel.
O tucano Marcelo Melo deixou uma diretoria da Conab — no governo federal — para se dedicar integralmente à pré-candidatura a prefeito de Luziânia. Ex-peemedebista, Marcelo Melo pretende se jogar de corpo e alma na pré-campanha, formatando e ampliando sua aliança político-eleitoral.
Na segunda-feira, 26, Marcelo Melo conversou (produtivamente) com o vice-governador José Eliton, do PSDB, a respeito de seu projeto em Luziânia. O tucano vai disputar a Prefeitura de Luziânia, em 2016. José Eliton, que deve ser candidato a governador em 2018, certamente vai se empenhar nas eleições de 2016, para ampliar sua base de apoio político.
Articulando a ampliação de sua frente política, o tucano Marcelo Melo tenta convencer o empresário Geraldo Caixeta, do Solidariedade, a lhe hipotecar apoio. Candidato a prefeito de Luziânia, Marcelo Melo quer organizar uma Frente do Bem para recuperar as finanças e a credibilidade do município. A gestão do prefeito Cristóvão Tormin é apontada, até por aliados, como “fraca”. Pesquisas provam que sua popularidade é baixa.
A única voz regional que se levanta para defender o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin, é o secretário de Gestão e Planejamento do governo de Goiás, Thiago Peixoto. Por que, se o eleitorado diz que a gestão de Cristóvão Tormin é “ruim”, o deputado federal licenciado a defende? Primeiro, porque Cristóvão Tormin é de seu partido, o PSD. Segundo, porque acredita na capacidade de trabalho do prefeito. E no seu poder de recuperação.

[caption id="attachment_50062" align="alignleft" width="620"] Fotos: Fernando Leite[/caption]
“Não há cedo em política — só tarde”, dizia o mestre dos mestres Tancredo Neves. Por isso, o vice-governador José Eliton (PSDB) trabalha, em tempo integral, tanto como gestor, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, quanto como articulador político.
José Eliton está, desde já, operando a montagem de uma ampla frente política para bancá-lo para governador em 2018. Ele está aparando arestas e conquistando novas forças.
Entre os principais aliados de José Eliton está o secretário de Gestão e Planejamento do governo, o deputado licenciado Thiago Peixoto, do PSD.
Thiago Peixoto diz, com todas as letras, que a vaga do PSD na chapa majoritária em 2018 será de Vilmar Rocha, que pretende disputar mandato de senador. Isto é possível. Mas há outra possibilidade e nem o presidente do PSD seria contra: Thiago Peixoto pode ser o vice de José Eliton. O motivo?
Talvez motivos. Primeiro, uma chapa com dois jovens, com ideias arejadas, significará que o Tempo Novo sabe se renovar.
Segundo, Thiago Peixoto é, além de um técnico eficientíssimo — um poço de ideias criativas para modernizar o Estado —, um político articulado, agregador.
Ligados ao empresário Júnior Friboi, o advogado Robledo Rezende e o ex-deputado estadual Francisco Bento organizaram a Frente Alternativa em Porangatu — não apostam no deputado Júlio da Retífica e no prefeito Eronildo Valadares (“estão muito desgastados”) — e pretendem lançar candidato a prefeito. Robledo Rezende e Francisco Bento colocaram seus nomes à disposição da Frente Alternativa. “Só vou me filiar em março de 2016”, sublinha o primeiro. “Vamos lançar o nome do nosso candidato em janeiro.”
Há um desassossego geral com Vanderlan Cardoso tanto no PSB quanto no PPS. Integrantes dos dois partidos dizem que, além de viajar demais (agora, para Cuba de Raúl e Fidel Castro), o empresário faz mais política em Senador Canedo.
O ex-prefeito José Osvaldo, filiado ao PSB da senadora Lúcia Vânia e do empresário Vanderlan Cardoso, apoia a Frente Alternativa liderada por Robledo Rezende e Francisco Bento. Ele se diz perseguido pelo prefeito Eronildo Valadares, do PMDB. Eronildo Valadares teria movido processos contra o ex-prefeito de Porangatu.