Bastidores

[caption id="attachment_62055" align="alignright" width="620"] Deputado Lissauer Vieira[/caption]
O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) tem confidenciado a aliados que está preocupado com o crescimento do deputado estadual Lissauer Vieira (PSB). Há quem aposte que, ao final da peleja, a polarização se dará entre Paulo do Vale (PMDB) e Lissauer Vieira. A arrogância de Cruvinel assusta até seus companheiros de jornada.
Atuando juntos, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha, ambos do PMDB, dinamitaram parte significativa da oposição. O PMDB conquistou seis vereadores e o DEM mais três — totalizando nove conquistas, o que é, de fato, um fenômeno político. O vereador Manoel Nascimento, um dos nomes fortes do PSDB, agora é filiado ao DEM. Modesto, Gustavo afirma que, se não fosse a gestão eficiente e sua capacidade de articulação, os vereadores não teriam deixado a base governista em termos de Estado. Procede que polo que atrai é o prefeito, até porque tem o que oferecer, em termos de estrutura, mas o vereador agiu com eficiência em termos de conquistar apoios.
Na maioria das cidades de Goiás, o grande embate eleitoral não se dará entre candidatos a prefeito do PSDB e do PMDB. Este apequenou-se em praticamente todo o Estado. A disputa se dará, na verdade, entre candidatos da base aliada. Candidatos do PSDB vão disputar contra candidatos do PSD, do PP, do PTB, do PSB e do PR. Será uma guerra fratricida, sem contemplação. Os líderes municipais do PMDB ficarão na plateia assistindo a luta governista.

[caption id="attachment_61816" align="alignright" width="620"] Foto: Eduardo Ferreira[/caption]
Os tucanos Marconi Perillo e Geraldo Alckmin estreitaram nos últimos meses a relação político-pessoal. Com frequência, o governador de Goiás e o governador de São Paulo trocam opiniões e avaliações sobre o quadro político e a crise econômica nacional, além de traçarem estratégias comuns de atuação na política. A dobradinha promete. O líder paulista avalia que o líder goiano é o vice ideal. Mas o tucano-chefe do Cerrado avalia que pode disputar a Presidência.

[caption id="attachment_62050" align="alignright" width="620"] Júlio Paschoal, economista competente e sério, é visto como pouco republicano pelo tucanato de Catalão[/caption]
Políticos do PSDB do Sudeste do Estado afirmam que o superintendente da Secretaria da Mulher, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Trabalho (ufa!), o economista Júlio Paschoal, atua contra os tucanos e a base aliada do governador de Goiás, Marconi Perillo, na região de Catalão. Um político de Catalão relata que, “por iniciativa própria e sem ouvir líderes relevantes da região, como o prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), ele agendou visitas de patrulhas de máquinas pesadas para beneficiar prefeitos de oposição, como o prefeito de Ouvidor, que é do PMDB. Seria republicano se o superintendente estivesse atendendo tambaém os prefeitos da base governista”. Pode ser boato, mas o mercado persa da política comenta que Júlio Paschoal, sério e competente, “estaria estreitando laços políticos com o deputado estadual Adib Elias e poderá apoiar o PMDB na campanha eleitoral de 2 de outubro”. Ou seja, tudo aquilo que o governador Marconi Perillo rejeita.
Christian Pereira assumiu a presidência da comissão provisória do PT do B de Goianira e o vereador Deivison Costa é o novo presidente da comissão provisória do partido em Goiás. O jovem político tanto pode ser candidato a prefeito quando pode ser vice de Carlão Alberto Oliveira, do PSDB.
O médico Iron Dangoni — que perdeu a eleição em 2012 — apoia Carlão Alberto Oliveira e Christian Pereira para, respectivamente, prefeito e vice-prefeito de Goianira. Numa reunião feita na casa de Christian Pereira, com a presença de Carlão Alberto, Iron Dangoni sugeriu o primeiro para vice do segundo. Renato Bernardes, do PP, que estava na casa disse que nunca viu tanto entusiasmo com um candidato.
Que Carlão Alberto Oliveira tende a ser eleito prefeito de Goianira, município nas proximidades de Goiânia, até os postes, as pedras e as crianças de 2 anos já sabem. Mas o postulante pelo PSDB não quer uma vitória por W. O. É que o prefeito Miller Assis, se perceber que sua derrota será acachapante, pode desistir da disputa e bancar um laranja qualquer. Carlão Oliveira prefere derrotar Miller Assis nas urnas.
Recentemente, um tucano encontrou dezenas de pessoas de Goianira fazendo peregrinação para Trindade. Ele perguntou: “Qual a razão da romaria?” A resposta: “Pela derrota do prefeito Miller Assis na eleição de outubro”. Ao mesmo tempo, todos prometem pagar os impostos em dia.
O prefeito de Caldas Novas (PP), Evandro Magal, e Alison Maia, mesmo antes da campanha, estão travando uma guerra federal. O que se comenta, fora e nos bastidores, é que a ascensão de Alison Maia preocupa o pepista Evandro Magal. A história de que o sargento é o “Waldir Soares das águas quentes” está pegando em Caldas Novas. Mas Magal é experimentadíssimo.
O senador Wilder Morais banca Eurípedes Pankão para prefeito de Acreúna. O pré-candidato do PP conquistou o apoio do PPS, PC do B, PSL e PDT. Visto por muitos como carta fora do baralho, Eurípedes Pankão começa a conquistar espaço e tem possibilidade de ser eleito. “Pankão é articulado, tem o apoio de Wilder Morais, que é forte, e deve ser eleito”, aposta Renato Bernardes, do PP.
Diego Aidar, vereador em Goianira, trocou o PT pelo PPS e disputa a reeleição. Ele é parente do deputado estadual Humberto Aidar. O PT está se tornando sinônimo de derrota eleitoral. Por isso Diego Aidar deixou o partido, mas procurou outra legenda de esquerda, com imagem positiva.
Petistas decentes contam que, quando andam nas ruas, se identificados, são chamados de “ladrões” e há quem chegue perto com o objetivo de agredi-los. Pode-se criticar os petistas, mas a tolerância é fundamental numa sociedade democrática.
O que mais ajuda Adriana Accorsi, pré-candidata do PT a prefeita de Goiânia, é o fato de ser delegada, não o de ser deputada estadual. Políticos tradicionais estão sendo execrados. Ela não é vista como “política”. Porém, quando se fala ao eleitor que será candidata pelo PT, sua popularidade cai em progressão geométrica. Adriana Accorsi tornou-se maior do que o PT e, portanto, nem é vista pelo eleitorado como petista. É o que a salva — se a salva.
Quem aceita o apoio do presidente do PR nacional, o mensaleiro Valdemar Costa Neto, não é necessariamente corrupto. Mas e se o eleitorado pensar diferente?