Bastidores

[caption id="attachment_64269" align="alignright" width="620"] Iris Rezende: o peemedebista nunca esteve tão animado[/caption]
Iris Rezende confidenciou a dois aliados que vai mesmo disputar a Prefeitura de Goiânia, este ano, pois não sabe se, em 2018, aos 85 anos, terá energia suficiente para trafegar por um Estado que, geograficamente, é maior do que Israel, Portugal e Cuba juntos. O peemedebista, que está disposto a disputar, protela o anúncio por três motivos. Primeiro, o partido não tem alternativa a ele. Segundo, não quer gastar dinheiro antes do tempo que avalia como apropriado. Terceiro, sabe que todos os demais candidatos vão armar seu jogo a partir de sua definição — então prefere deixá-los supostamente “desnorteados”. Agora, a denúncia de enriquecimento ilícito feita pela revista “Época” — não comprovado e seus advogados já pediram direito de resposta —, longe de desanimá-lo, aumentou a sua vontade de disputar a Prefeitura de Goiânia. A reportagem parece que se tornou, por assim dizer, o incentivo que faltava. É provável que em maio, no mais tardar junho, ele faça o anúncio de sua candidatura.
A revista “Época” deveria ter usado os documentos do SNI com cautela. Porque agentes, às vezes orientados por seus chefes e políticos, organizavam ou plantavam documentação falsa com o objetivo de prejudicar determinados políticos, tanto do governo quanto da oposição. Historiadores sabem que documentos devem ser usados com o máximo de cuidado, sobretudo quando produzidos por serviços de informação e polícias políticas.

[caption id="attachment_64266" align="alignright" width="620"] Na montagem, Sandro Mabel, Henrique Meirelles, Daniel Vilela, Jovair Arantes, Eduardo Machado e Alexandre Baldy[/caption]
Alguns políticos de Goiás estão se credenciando para assumir ministérios num possível governo de Michel Temer. Por sua expressão política, o Estado tende a indicar no máximo 1 ministro. Porém, como Sandro Mabel é mencionado para assumir a chefia da Casa Civil (ou Transportes) e Henrique Meirelles é citado como possível ministro da Fazenda na cota do “presidente”, portanto não tem a ver com indicação política do Estado, é possível que outro político do Cerrado seja escolhido para o ministério.
Michel Temer, dada a força da bancada governista na Câmara dos Deputados e no Senado, deve consultar o governador Marconi Perillo. Significa que o tucano vai indicar ministro? Não se sabe. Além dos citados acima, são cotados para ocupar ministérios: o senador Ronaldo Caiado (Agricultura) e os deputados Jovair Arantes (Trabalho) e Daniel Vilela (Esporte). Juntos, PTN e PHS podem indicar um ministro — Alexandre Baldy ou Eduardo Machado.

[caption id="attachment_64244" align="alignright" width="620"] Na foto, Henrique Meirelles, Jovair Arantes e Sandro Mabel[/caption]
Se assumir a Presidência da República, Michel Temer é quem, de fato, vai mandar. Mas ao seu lado estarão, possivelmente, as seguintes pessoas: Eduardo Cunha (na sombra?), Eliseu Padilha, Henrique Eduardo Alves, Henrique Meirelles, José Serra, José Yunes, Jovair Arantes, Moreira Franco, Raimundo Lira, Renan Calheiros, Rocha Luris, Romero Jucá e Sandro Mabel. Como consultores, mas não nomeados, estarão Delfim Netto e Armínio Fraga.
Setores do PSDB não querem participar do governo de Michel Temer, resguardando-se para a disputa de 2018. Porém, como, se assumir, o peemedebista não vai disputar a reeleição, há quem, no alto tucanato, avalia que participar de governo pode fortalecer o projeto de seu candidato a presidente da República — que tende a ser, pela ordem, o senador Aécio Neves — se não for contaminado pela Operação Lava Jato —, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (se escapar incólume das denúncias contra seu governo) e o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Há uma verdadeira para indicar o vice de Gustavo Mendanha (PMDB) na disputa pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia. O grupo do ex-prefeito Ademir Menezes, do PSD, tende a apresentar o nome do engenheiro e ex-vereador Max Menezes (filho de Ademir). O deputado Marlúcio Pereira, do PTB, tanto pode pleitear a vice para si quanto para seu filho. A oposição tende a bancar o professor e empresário Alcides Ribeiro, do PSDB, para enfrentar o candidato apoiado por Maguito Vilela.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, tem conversado frequentemente com o chamado núcleo duro que circula com o “presidente” Michel Temer. Na semana passada, manteve uma longa conversa com o ex-ministro Eliseu Padilha, um dos homens de ouro da equipe do peemedebista-chefe. As conversas, republicanas, visam sempre o interesse do governo de Goiás.

[caption id="attachment_64238" align="alignleft" width="344"] Pedro Canedo: o ex-deputado federal deve ser bancado pelo DEM com o apoio do PMDB[/caption]
Ao menos no momento, a política de Anápolis está polarizada entre o prefeito João Gomes, do PT, e o deputado estadual Carlos Antônio, do PSDB. As pesquisas apontam que são os favoritos e, se não houver mudança, deverão ir para o 2º turno na disputa pela prefeitura. Uma 3ª via, porém, pode ser produzida pelo DEM do senador Ronaldo Caiado e pelo PMDB do deputado Daniel Vilela.
O DEM vai bancar o médico e ex-deputado Pedro Canedo para prefeito. Caiado conseguiu arrancá-lo da base do governador de Goiás, Marconi Perillo. O PMDB vai lançar a candidatura do empresário e vereador Eli Rosa. Os dos políticos são consistentes, tem uma história positiva, mas, isoladamente, terão dificuldade para romper a polarização PT versus PSDB. Entretanto, Pedro Canedo e Eli Rosa, se se unirem, podem até não vencer, mas se tornarão postulantes mais consistentes.
A tendência é que Pedro Canedo seja o candidato a prefeito e Eli Rosa, o vice. Não há nada acertado entre os dois, mas as cúpulas dos dois partidos estão cada vez mais próximas e pretendem lançar candidatos únicos em municípios em que, isolados, não têm condições de ganhar dos candidatos apontados como favoritos, como João Gomes e Carlos Antônio.
Ameaçada de expulsão pelo poderoso chefão do PDT, Carlos Lupi, a deputada federal Flávia Morais, que votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, recebeu convite do governador de Goiás, Marconi Perillo, para voltar ao PSDB. “Com direito a tapete vermelho e banda de música”, afirma um tucano de bico eradíssimo. O problema é que, se perder o comando do PDT no Estado, Flávia Morais e seu marido, George Morais, perdem cacife político. A parlamentar tem tempo de televisão e fundo partidário para fazer política. Se expulsa, na avaliação de um aliado, “terá de gastar muita sola de sandálias para se manter viva na política goiana, que é uma verdadeira selva”.

[caption id="attachment_60474" align="alignright" width="620"] Foto: Marco Monteiro[/caption]
Com o desgaste de Aécio Neves, que alguns chamam de Aécio “Delação Premiada” Neves, e de Geraldo “Merenda Escolar” Alckmin, os dois tucanos que eram os mais cotados para disputar a Presidência da República em 2018, a cúpula nacional tem pressionado o governador de Goiás, Marconi Perillo, a assumir, em definitivo e de modo enfático, que acalenta um projeto nacional.
Tal projeto, obviamente, é disputar a Presidência da República. Porém, como não se deixa se contaminar pela vaidade, o tucano-chefe sempre responde com o máximo de serenidade que, além de cedo, precisa focar na gestão do governo de Goiás. A política, assinala, deve ficar para mais tarde. Ele pensa mais em Goiás e no Brasil do que em projetos pessoais. Mas, de fato, tem interesse num projeto político nacional.

[caption id="attachment_48435" align="alignright" width="620"] Foto: divulgação/ FacebookG[/caption]
Magda Mofatto é deputada federal, mas, antes de tudo, é empresária. Havia decidido pelo impeachment, mas, levada por Valdemar Costa Neto — o presidente do PR que usa tornozeleira eletrônica devido à condenação pelo envolvimento na corrupção do mensalão —, foi recebida pela presidente Dilma Rousseff.
Depois de uma conversa candente — lágrimas contidas com certo esforço —, a petista Dilma Rousseff quase convenceu a presidente do PR em Goiás a não votar pelo impeachment.
Mas as pressões das ruas e, sobretudo, das redes sociais levaram Magda Mofatto a, na marca do pênalti, votar pelo impeachment. A presidente Dilma Rousseff teria jurado vingança eterna.
Marqueteiros e pesquisadores do primeiro time assinalam que o deputado federal Waldir Delegado Soares, pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PR, continua pregando para os “convertidos”. Os especialistas avaliam que, se não formular um discurso para setores mais amplos, sobretudo da classe média, dificilmente irá para o segundo turno. Tende a estagnar nos 20%, ou mesmo a cair para patamares bem mais baixos, durante a campanha. Recomenda-se que é hora, portanto, de pregar para os não convertidos, de conquistar votos novos. Waldir Soares precisa entender, com apuro, que a votação de um deputado é muito diferente da votação de um candidato a prefeito. Ele está trabalhando em 2016 como se a eleição fosse a mesma de 2014. São muito diferentes.
O pré-candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Giuseppe Vecci, vai falar aos candidatos a vereador do PHS no dia 11 de maio, às 19h30, na Assembleia Legislativa. Vai apresentar suas ideias para modernizar a capital. Os humanistas vão sabatiná-lo.
Deputados de todo o país estão impressionados com Alexandre Baldy, que todos chamam de deputado-ostentação, dada sua vaidade extremada. Segundo um colega, de 30 em 30 minutos, ele passa um produto no cabelo, que parece gel. “É a Marcela Temer do mundo masculino”, define um parlamentar.
De um tucano de Anápolis para um deputado: “Você já ouviu falar de ensino a distância? Pois Alexandre Baldy inventou o líder a distância. Ele quase não aparece em Anápolis, mas se apresenta como líder do município”. Políticos de Anápolis frisam que telefonar para Alexandre Baldy é como tentar falar com o presidente dos Estados Unidos — uma missão quase sempre impossível.
O chamego entre o deputado Alexandre Baldy e Ronaldo Caiado está provocando ciúme na base governista. Há quem acredite que, na hora agá, o presidente do PTN vai declarar apoio à candidatura de Pedro Canedo, do DEM, para prefeito de Anápolis. Baldy fala em apoiar a candidatura de Carlos Antônio, mas meio mundo tucano não acredita nisso, não.
A palavra que define o ex-deputado estadual Cleovan Siqueira é obstinado. Ele não desiste nunca. Ao saber que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia indeferido o pedido de registro do Partido Liberal (PL), quando abriu as portas para partidos anódinos e sem história nenhuma, longe de mostrar-se irritado e desnorteado, disse ao Jornal Opção: “A luta pela reconstituição do PL continua. Perdemos uma batalha, mas não a guerra”. Cleovan Siqueira diz que advogados vão pegar o processo para examinar detidamente o julgamento do TSE. “Avaliadas as falhas apontadas, vamos fazer outro pedido de registro oportunamente, preenchendo os requisitos legais exigidos pelo TSE. Estou de cabeça erguida e com a mesma determinação.” Contra o PL levantaram-se vozes poderosas, tanto do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, quanto do DEM.