Bastidores
“Fica-se que com a impressão de que a campanha de Iris Rezende no primeiro turno foi uma espécie de velório. No caso de segundo turno, vai ficar com ar de enterro”, afirma um peemedebista de Jataí.
Iristas firmam pé: “Iris Rezende (PMDB) ajudou na campanha de Ronaldo Caiado (DEM) mas o deputado não ajudou na campanha do ex-prefeito”. Os iristas dizem que, alegando que suas bases são as mesmas do governador Marconi Perillo (PSDB), Caiado raramente pedia votos para o peemedebista-chefe.
Na hipótese de Aécio Neves ir para o segundo turno, contra Dilma Rousseff, seu palanque em Goiás terá o governador Marconi Perillo e o deputado federal Ronaldo Caiado.

[caption id="attachment_17109" align="alignleft" width="150"] Lucas Vergílio | Foto: Divulgação[/caption]
Armando Vergílio, cotado para disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016, trabalhou como um leão na campanha de seu filho, Lucas Vergílio, para deputado federal.
O PMDB tentou jogar o peso da campanha de Armando Vergílio, mas ele, espertamente, não aceitou a carga.
A equipe do marqueteiro de Iris Rezende teme um calote. Um ex-deputado peemedebista garante que, nos últimos dias, o empresário Sandro Mabel, que fazia os pagamentos, desapareceu do mapa — deixando Outro trem-pagador, um deputado federal, também teria desparecido. Calote à vista? Não se sabe. O que se sabe é que, quando terminam as campanhas, especialmente naquelas em que sai derrotado, Iris Rezende enfurna-se em sua fazenda do Xingu e não dá satisfação aos aliados.
Na semana passada, Iris Rezende, Jorcelino Braga e Vanderlan Cardoso abriram conversações políticas. Braga gostaria de ser o marqueteiro do peemedebista, no caso de segundo turno. É o chamado abraço dos afogados.
Contradições da política: o prefeito de Jataí, Humberto Machado, do PMDB, decidiu votar no governador Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, optou por votar em Iris Rezende.
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, será ministro de um possível segundo governo da presidente Dilma Rousseff. Kassab e Dilma estão muito afinados.

O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, planeja lançar o vice do possível candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Jayme Rincon. “Nós temos bons nomes na capital. Por exemplo, Chiquinho Oliveira, que deve ser eleito deputado estadual.” Chiquinho, por sinal, tem o apoio do presidente da Agetop na disputa por uma vaga na Assembleia.
O governador Marconi Perillo vai operar, e já está operando — com as candidaturas de forças novas para deputado —, uma renovação global de suas forças políticas. Entre suas principais apostas estão Jayme Rincon (PSDB), Giuseppe Vecci (PSDB), Virmondes Cruvinel (PSD), Thiago Peixoto (PSD), Henrique Tibúrcio (PSDB) e Alexandre Baldy (PSDB). Trata-se do Sexteto Fantástico. Mas há vagas para outras novidades, como Francisco Júnior (PSD), Jean Carlo (PHS) e Gustavo Sebba (PSDB).

[caption id="attachment_17022" align="alignleft" width="300"] Foto: Reprodução/Verdade Gospel[/caption]
Mesmo com escassos recursos, Lívio Luciano, candidato do PMDB a deputado estadual, fez uma campanha proposita, arrojada, e tende a obter votos em todo o Estado. O problema, como dizem os peemedebistas, é que, na aliança do partido, um candidato precisa obter entre 27 mil e 30 mil votos para ser eleito. Lívio é uma das apostas tanto de Iris Rezende quanto de algumas igrejas evangélicas. Trata-se de um craque político que, se eleito, fortalecerá a Assembleia Legislativa de Goiás.
Lívio Luciano, por ser auditor fiscal, é um dos políticos que mais entendem como funciona a gestão do governo do Estado.
O segundo turno para governador do Distrito Federal terá, tudo indica, o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, e o médico Jofran Frejat, do PR. O primeiro é bancado por Marina Silva e o segundo por José Roberto Arruda. Agnelo Queiroz, o Agnulo, deve ficar fora do processo, dada sua rejeição de quase 50%, a mais alta do país.
O vereador Virmondes Cruvinel (PSD) vem se consolidando como o candidato a deputado estadual com maior apoio no segmento da Cultura em Goiás. E não é para menos. O jovem político, em seu mandato na Câmara Municipal, apresentou diversos projetos que contemplam o setor. Uma das iniciativas mais elogiadas é o Projeto Arte Segura, assinado por Virmondes (foto) e pelo seu colega Eduardo de Souza (PV), que pretende implementar melhores condições de segurança em espaços culturais de Goiânia.
Virmondes e Souza formaram uma comissão com representantes de vários espaços culturais da Capital para discutir sobre as situações de risco vividas por artistas, equipes técnicas e o público em geral. Situações, que segundo eles, estão se tornando críticas. Foram representados espaços culturais de várias esferas: Goiânia Ouro, Centro Livre de Artes, Gustav Ritter, Octo Marques, Teatro Goiânia, Centro Cultural UFG, Martim Cererê, Basileu França, Teatro Madre Esperança Garrido e Teatro Sesi.
“Após a discussão com o pessoal, formulamos um questionário para ajudar a subsidiar a interelação entre o segmento cultural e a Secretaria de Segurança Pública”, diz Virmondes Cruvinel. O vereador também intermediou o encontro dos gestores com o titular da Pasta, Joaquim Mesquita. Nesta semana, foram encaminhados ao gabinete do secretário os relatórios sobre as condições e necessidades de cada espaço cultural.
Para Virmondes, o Projeto Arte Segura surgiu de todas essas discussões e propõe uma rede de proteção e segurança a todos os envolvidos com os ofícios culturais em Goiânia – tanto público quanto artistas e profissionais da área técnica. Segundo um produtor cultural, “por ser aberto ao diálogo e ter uma postura impecável, Virmondes é uma grata revelação na política e já o consideramos como representante do setor da Cultura em Goiás”.

[caption id="" align="alignleft" width="300"] Darci Accorsi: vitimismo deu muito certo | Foto: Reprodução[/caption]
O PT, diligentemente, está reprisando o que se pode chamar de Operação Darci para transformar uma derrota certa numa vitória possível para seu candidato a governador de Goiás, Antônio Gomide. Em meados da década de 1980, Darci Accorsi perdeu a eleição para prefeito de Goiânia para Daniel Antônio. O petismo construiu, paciente e competentemente, a tese de que a eleição foi roubada. Darci ganhou e não levou, disseram e isto pegou. Na eleição seguinte, Darci foi eleito prefeito da capital, provando que a Operação Darci havia dado certo.
Agora, embora tenha feito uma gestão de encher os olhos em Anápolis, Antônio Gomide não conseguiu emplacar. Ele é respeitado, ético, mas os eleitores decidiram não colocá-lo como favorito no pleito deste ano. O motivo, mais uma vez, é que a disputa ficou polarizada entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Ao optar por atacar Marconi, um alvo mais distante, e não o segundo colocado, Iris Rezende, o alvo mais próximo e mais vulnerável, Gomide e Vanderlan Cardoso, do PSB, cometeram um sério erro de marketing. Tentaram corrigi-lo, na reta final, mas parece que é tarde.
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Antônio Gomide: a Operação Darci pode alavancar seu nome para a disputa de 2018[/caption]
A renúncia de Tayrone di Martino, longe de prejudicar Gomide, que está mal nas pesquisas, acabou sendo útil para o petista, que poderá dizer seu desempenho foi pífio porque tentaram retirar sua candidatura. Depois da eleição, o petista poderá ir a pé até Trindade, reduto de Tayrone di Martino, para agradecê-lo pela ajuda indireta.
O PT, na prática, está jogando para 2018, quando, com a Operação Darci em jogo, Gomide poderá se apresentar como vítima do pleito de 2014 e, mais uma vez, disputar o governo. Aí, sem Marconi e Iris no páreo, com chance de ser eleito governador.
O grupo do ex-prefeito de Goiânia Pedro Wilson saiu fortalecido com a renúncia de Tayrone di Martino — que decidiu não ser mais vice do candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide. O novo vice, o advogado José do Carmo, integra o grupo político de Pedro, Marina Sant'Anna e Olavo Noleto. O grupo pedrista já tem a candidata a senadora, Marina. Portanto, fica com dois nomes na chapa majoritária. José do Carmo é um político, acima de tudo, decente e competente. Ele é professor universitário na área de Direito, na Cidade de Goiás.