Subespécie de borboleta é fotografada pela primeira vez em parque de Goiás
Giovanna Campos
27 fevereiro 2024 às 07h50
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O Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (Peamp), localizado na rodovia BR-060/153, foi palco de um registro inédito na última semana. Ivo Carlos Zecchin fotografou uma borboleta da subespécie a Morpho helenor ssp. uberabenses, encontrada pela primeira vez na região. A foto foi tirada na Trilha do Tamanduá do Parque, que corta os municípios de Goianápolis, Nerópolis e Goiânia.
A borboleta azul Morpho helenor ssp. uberabensis é conhecida popularmente por Capitão-do-mato ou Borboleta-coruja. Pode medir até 7,5cm de envergadura e tem uma faixa azul metálica na face dorsal das asas (a face oposta das asas possui manchas em forma de olhos).
Normalmente o animal pode ser observado quando procura alimento em meio à mata, próximo a córregos e rios. Também se alimenta de seiva de árvores e de frutos em fermentação. São borboletas de hábito diurno e bastante territorialistas.
O nome popular de Capitão-do-mato advém do seu comportamento de voar erraticamente pelas matas e trilhas, o que lembraria a figura do perseguidor de escravos fugitivos à época da escravidão.
Há cerca de 150 mil espécies de borboletas no mundo. No Brasil já foram descritas mais de 3.500 espécies, sendo que 57 estão ameaçadas de extinção.
Sobre o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco
Criada em 30 de dezembro de 1992, o Parque Estadual Altamiro Moura Pacheco (Peamp) é uma unidade de conservação de proteção integral administrada pelo governo estadual e, junto com o Parque Estadual do João Leite, ocupa uma área de 4.964 hectares.
O Peamp é cortado pela rodovia BR-060/153, que é a principal via de acesso e está inserido nos municípios de Goianápolis, Nerópolis e Goiânia. A entrada está distante cerca de 12 km de Goiânia e 10 km de Terezópolis de Goiás, as duas cidades mais próximas. Vale destacar que todo o percurso é feito em pista dupla pavimentada, em bom estado de conservação.
O principal objetivo da criação da unidade é a proteção do maior remanescente de floresta estacional da região central de Goiás. O Peamp também possui sítios arqueológicos que abrigam vestígios da presença de povos indígenas agricultores-ceramistas da tradição Aratu, que viveram na região pelo menos até meados do século XIV. O parque também protege o reservatório do ribeirão João Leite, principal fonte de água para a Região Metropolitana de Goiânia.
O nome do parque é uma homenagem a Altamiro de Moura Pacheco, médico, farmacêutico, escritor, pecuarista e político goiano, antigo proprietário da área.
