O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) solicitou providências de órgãos de proteção ambiental para apuração do que causou a mortandade de peixes no Rio Vermelho, em Aruanã, na região noroeste de Goiás. O caso veio à tona após moradores da cidade denunciarem a mortes dos animais. Os vídeos gravados na região circularam nas redes sociais e chamaram a atenção. 

O promotor de Justiça, Leonardo Maciel Moreira, afirmou que após a imprensa ter noticiado o caso o MP encaminhou à Delegacia Estadual de Crimes Contra o meio Ambiente (Dema) e ao Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues para que investigue as causas das mortes dos peixes.

Também foram solicitadas a coleta e análise da água e da ictiofauna (conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região), a fim de verificar a causa desconhecida da morte dos peixes.

A coleta e análise do material para a apuração dos fatos também foram solicitadas à Universidade Federal de Goiás (UFG), à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e à Saneago. Já à Secretaria de Meio Ambiente do município de Aruanã, foi pedida vistoria no local e também a prestação de informações de que tenha conhecimento sobre o caso.

Baixos níveis de oxigênio

A Semad informou que, em análise preliminar mediu o oxigênio dissolvido em quatro pontos na região do Rio Vermelho, até o seu encontro com o Rio Araguaia. Detectou concentrações menores do que 3 mg/L em três deles, o que é considerado muito baixo. A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece 5 mg/L como limite mínimo tolerável para a proteção da vida aquática. 

A hipótese mais provável é a de que tenha havido aumento na quantidade de matéria orgânica despejada no rio. A causa pode estar relacionada, por exemplo, à decomposição de matéria orgânica, que pode chegar aos rios de forma natural ou por meio da ação humana.  

Também foram constatados níveis de turbidez acima do limite estabelecido pela resolução do Conama em dois pontos de medição: no rio Araguaia, acima da foz do Rio Vermelho e no Araguaia, abaixo da foz do Rio Vermelho. A pasta informou que vai continuar fazendo as análises e que vai investigar possíveis fontes poluidoras no curso do rio.