Os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, onde predominam as atividades turísticas a partir da exploração da água termal, devem sofrer com redução dos aquíferos. Classificado como mineral, o uso é regulado pela Agência de Mineração Nacional (AMN), pois é necessário de outorga.

Mas a constatação de um estudo da Associação Nacional das Mineradoras de Águas (Amat) é que há mais de mil poços perfurados na região que acessam os reservatórios, embora estejam a grandes profundidades, algo em torno de mil metros.

Outro agravante é a captação das águas termais pela Departamento Municipal de Água e Esgoto (Demae) para o abastecimento público, o que foi proibido desde 1995.

O Jornal Opção procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura, que negou fazer capitação de água termal para uso doméstico da população.

O geólogo da Amat, Fábio Haesbaerta, explicou ao Jornal Opção que quando a região começou a ser habitada era comum o uso das águas termais, no entanto, com o crescimento das cidades a utilização foi limitada. “Na época que a Saneago era concessionária havia muitos postos de águas termais, que foram desativados. Outros em algumas regiões mais difíceis para o abastecimento da água fria foram mantidos até por determinação judicial”, pontua.

De acordo com ele, há duas décadas a Amat tem feito um estudo das retiradas e reposição dos dois principais aquíferos que “alimentam” Caldas Novas e Rio Quente (Sistema Aquífero Araxá e Sistema Aquífero Paranoá).

Recarga de aquíferos

O professor doutor em Geologia pela Technische Universität Berlin, Uwe Troeger, fez uma palestra on-line nesta quinta-feira, 7, e destacou, que durante o lockdown provocado pela pandemia da Covid 19 (2020-2021), se registrou um aumento considerado da recarga dos aquíferos.

Para ele, a utilização consciente das águas termais pode dar sustentabilidade à região. 

Nota da Prefeitura de Caldas Novas, na íntegra

Em razão dos questionamentos sobre a ‘o Departamento Municipal de Água e Esgoto de Caldas Novas, captar água thermal para abastecimento público”, o DEMAE e a Prefeitura vem a público esclarecer que:

1) Tal afirmativa não procede. Ou seja, não há forma de utilização de água thermal, por parte do departamento municipal, para abastecimento público. Respeitosamente, nos colocamos à disposição para qualquer outro esclarecimento.

Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Caldas Novas

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