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O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney morreu aos 84 anos, informou sua família nesta segunda-feira, 4. Segundo o comunicado, ele faleceu em casa, cercado pela esposa, Lynne, e pelas filhas, Liz e Mary. A causa da morte foram complicações de pneumonia e doenças cardíaca e vascular.

Cheney foi vice-presidente durante os dois mandatos do republicano George W. Bush, entre 2001 e 2009, e teve papel central na formulação da política externa americana após os ataques de 11 de setembro de 2001. Ele foi um dos principais articuladores da chamada “guerra ao terror”, que levou à invasão do Afeganistão e, em seguida, do Iraque, em 2003.

Antes da vice-presidência, Cheney teve longa trajetória na política e na administração pública dos EUA. Foi chefe de gabinete da Casa Branca no governo Gerald Ford, secretário de Defesa no governo de George H.W. Bush e deputado pelo estado de Wyoming. Também atuou no setor privado, como diretor executivo da Halliburton, uma das maiores empresas do ramo de energia.

Figura influente e controversa, Cheney defendia o fortalecimento do poder executivo e políticas antiterrorismo rígidas, incluindo métodos de interrogatório criticados como tortura. Ele foi amplamente responsabilizado por decisões que marcaram a política externa americana no início do século XXI e terminou o mandato com baixa popularidade.

Nos últimos anos, Cheney se afastou do Partido Republicano e tornou-se um dos principais críticos de Donald Trump. Chamou o ex-presidente de “covarde” e “ameaça à república” após a invasão do Capitólio em 2021. Nas eleições de 2024, declarou apoio à democrata Kamala Harris, em um gesto de rompimento com o partido que ajudou a liderar.

Cheney enfrentava problemas cardíacos desde os 37 anos, sobreviveu a vários ataques e recebeu um transplante de coração em 2012. Nos últimos anos, vivia recluso com a família em Wyoming. Ele deixa a esposa, Lynne Cheney, duas filhas e sete netos.