Clara Charf, viúva de Marighella, morre aos 100 anos em São Paulo
03 novembro 2025 às 12h06

COMPARTILHAR
Nascida em 25 de julho de 1925, em Maceió (AL), Clara era filha de pais judeus russos que fugiram da Europa em busca de refúgio. Estudou inglês e piano e, ainda jovem, mudou-se com a família para o Recife. Mais tarde, viveu grande parte da vida em São Paulo, onde em 2019 recebeu o título de cidadã paulistana.
Aos 21 anos, Clara ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), iniciando sua trajetória política. Durante a ditadura militar, integrou organizações de resistência, como a Ação Libertadora Nacional (ALN), atuando contra a repressão e na defesa da democracia. Após o assassinato de Marighella em 1969, Clara viveu exilada em Cuba, retornando ao Brasil dez anos depois.
De volta ao país, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e manteve atuação em defesa dos direitos humanos e da preservação da memória das vítimas do regime militar. Em 1982, concorreu a deputada estadual pelo PT, recebendo 20 mil votos, mas não foi eleita.
Em 2005, coordenou no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, iniciativa internacional que indicou coletivamente mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz.
Clara Charf permaneceu ativa em campanhas, manifestações e encontros políticos nas últimas décadas, participando de debates sobre democracia e direitos humanos. Sua trajetória inclui militância partidária, resistência à ditadura, exílio, fundação de partido e atuação em movimentos internacionais.
