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Nascida em 25 de julho de 1925, em Maceió (AL), Clara era filha de pais judeus russos que fugiram da Europa em busca de refúgio. Estudou inglês e piano e, ainda jovem, mudou-se com a família para o Recife. Mais tarde, viveu grande parte da vida em São Paulo, onde em 2019 recebeu o título de cidadã paulistana.

Aos 21 anos, Clara ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), iniciando sua trajetória política. Durante a ditadura militar, integrou organizações de resistência, como a Ação Libertadora Nacional (ALN), atuando contra a repressão e na defesa da democracia. Após o assassinato de Marighella em 1969, Clara viveu exilada em Cuba, retornando ao Brasil dez anos depois.

De volta ao país, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e manteve atuação em defesa dos direitos humanos e da preservação da memória das vítimas do regime militar. Em 1982, concorreu a deputada estadual pelo PT, recebendo 20 mil votos, mas não foi eleita.

Em 2005, coordenou no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, iniciativa internacional que indicou coletivamente mil mulheres ao Prêmio Nobel da Paz.

Clara Charf permaneceu ativa em campanhas, manifestações e encontros políticos nas últimas décadas, participando de debates sobre democracia e direitos humanos. Sua trajetória inclui militância partidária, resistência à ditadura, exílio, fundação de partido e atuação em movimentos internacionais.