Garimpeiro que doou R$ 100 mil para Bolsonaro é alvo da PF

01 dezembro 2022 às 18h05

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O Grupo Fomentas Mining Company, que atua em Mato Grosso e no Pará, é um dos principais alvos da Operação Hermes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos (Ibama) contra o contrabando e acobertamento de mercúrio, produto destinado ao abastecimento de garimpos em estados da Amazônia Legal. A empresa pertence a Valdinei Mauro de Souza, conhecido como Ney Garimpeiro. As informações são do colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
A Operação Hermes, que faz alusão ao deus Mercúrio, também cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. A Justiça bloqueou cerca de R$ 1,1 bilhão, o equivalente ao prejuízo estimado aos cofres públicos.
A PF e o Ibama investigam supostos crimes de contrabando e comércio ilegal de mercúrio, que abasteceria garimpos no Mato Grosso, em Rondônia e no Pará. Também são apurados os supostos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo a apuração, além de Nei ter doado R$ 100 mil à campanha de reeleição de Bolsonaro, o empresário participou de um almoço com o presidente e empresários em Brasília, em maio deste ano. O objetivo era arrecadar recursos para a então pré-campanha presidencial.
Às vésperas do segundo turno, a Fomentas Mining Company, empresa ligada a Nei, foi alvo da Justiça por forçar funcionários a votarem no presidente. Além de parar com o assédio eleitoral, a firma foi obrigada pelo juiz a divulgar um comunicado interno afirmando o “direito de seus empregados escolherem livremente seus candidatos nas eleições”.
Procurados pelo Metrópoles, o empresário e a empresa Fomentas não responderam. Mais cedo, a companhia divulgou uma nota afirmando que uma das empresas do grupo foi alvo da operação por ter comprado mercúrio de “empresas supostamente irregulares”. “A Fomentas irá prestar todas as informações para colaborar com as investigações”, seguiu o comunicado.