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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga um delegado da Polícia Civil e a esposa dele por suspeita de liderar um esquema de desvio de recursos que teria movimentado mais de R$ 2,2 milhões em contratos de escolas estaduais em Rio Verde. A operação, realizada nesta quinta-feira, 21, cumpriu um mandado de prisão e 17 de busca e apreensão no município e em Goiânia.

Segundo o MP, o delegado é sócio de um instituto que teria sido beneficiado em contratos sem licitação para reformas de escolas, impressão de material didático e até a realização de concurso público da Câmara de Rio Verde. Desde 2020, pelo menos 40 contratos estariam envolvidos nas irregularidades.

A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e a apreensão de bens dos investigados, na tentativa de recuperar parte do dinheiro desviado. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Sul), com apoio da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.

Esta não é a primeira vez que o delegado aparece em denúncias. Em 2015, ele chegou a ser afastado do cargo por suspeita de corrupção, acusado de cobrar R$ 10 mil de um fazendeiro após recuperação de gado roubado.

Batizada de Operação Regra Três, a ofensiva mobilizou 19 promotores, mais de 20 servidores e cerca de 80 policiais. Foi a primeira grande ação do Gaeco Sul, criado no ano passado para reforçar o combate ao crime organizado no interior do estado.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados oficialmente. As defesas não foram localizadas. O caso segue em investigação, e novas fases da operação não estão descartadas.

Operação Regra Três

A ação é a primeira executada pelo Gaeco Sul, unidade ligada ao Gaeco da instituição, que conta ainda com braços na capital, na região do Entorno do Distrito Federal e uma unidade especializada em crimes cibernéticos. A atuação regionalizada no combate ao crime organizado visa ao enfrentamento customizado para as características regionais, respeitando as peculiaridades, a abrangência territorial e o volume de demandas, tendo sido instituído pelo Ato PGJ nº 9/2024.