O processo de construção das chapas majoritárias e proporcionais está chegando ao fim com a proximidade do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para a realização das convenções partidárias, que é de 20 de julho a 5 de agosto.

A convenção é a etapa que antecede ao registro das candidaturas junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e é quando se definem os números de votação de cada candidato. Em 15 de agosto, as 32 legendas registram as candidaturas e, a partir do dia 16, dá-se início a campanha eleitoral. Em Goiás, o cenário das chapas dos pré-candidatos ao Governo de Goiás ainda segue indefinido.

Apesar de ter anunciado o nome de Daniel Vilela (MDB) para a vaga de vice, a chapa do atual chefe do Executivo, Ronaldo Caiado (UB), continua no impasse para definir o candidato a senador. Com os nomes de Delegado Waldir (UB), Zacharias Calil (UB), Lissauer Vieira (PSD), Alexandre Baldy (PP) e Luiz Carlos do Carmo (PSC) no páreo, o governador aguarda a convenção partidária para definir os rumos.

Na última semana o que mais se ouviu no meio político goiano foi a possibilidade do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e pré-candidato ao Senado, Lissauer Vieira, estar tratando de uma composição com Gustavo Mendanha (Patriota) ou Marconi Perillo (PSDB). Não se pode negar que as conversas tenham acontecido, e que mudanças nos rumos podem ocorrer. Entretanto, os indícios são outros.

Nomes fortes que compõe a base caiadista confirmam que Lissauer está fechado com o governador e cada vez mais próximo de compor a chapa majoritária. No entanto, o presidente da Alego reforça essa afirmação ao trabalhar sua pré-campanha junto as bases caiadista. Ao que aponta, tem afinado seu discurso junto ao projeto de reeleição de Ronaldo Caiado (UB).

Apesar de aparecer em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos para o cargo de senador, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) decidiu lançar a pré-candidatura ao Governo de Goiás no último sábado, 16, em Goiânia. Em articulação, ele busca nomes para compor aos cargos de vice e ao Senado.

Fontes tucanas revelam que interlocutores do ex-presidente Lula (PT) ainda “demonstram interesse em conversar” com o ex-governador Marconi Perillo sobre uma possível aliança entre os dois partidos em Goiás. A tendência é de união das oposições contra o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O apoio do tucano a Lula em um eventual segundo turno já é praticamente dado como certo, mas setores mais ligados ao bolsonarismo que defendem Marconi dificultam uma aproximação já no primeiro turno.

Mesmo havendo respeito às diversidades e às divergências ideológicas, é sabido que o homem político, nada mais busca a não ser o poder. E essa é a talvez a principal barreira para uma aliança entre o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota) ainda no primeiro turno da disputa pelo governo do Estado.

As pesquisas eleitorais colocam Marconi e Mendanha empatados tecnicamente na segunda colocação das intenções de votos, ficando atrás do governador Ronaldo Caiado (UB), que busca a reeleição. Nenhum dos dois adversários se veem sem chances de ir para um eventual segundo turno. É essa perceptiva de poder que cria o principal entrave entre Marconi e Mendanha. Ambos querem ir às urnas, e medir o real potencial eleitoral para além das pesquisas. Em razão disso, nenhum abrirá mão da cabeça de chapa.

Mendanha conta com João Campos (Republicanos) ao Senado, mas busca nome para compor ao cargo de vice. Para o presidente do Patriota-GO, Jorcelino Braga, Mendanha “conversa com todos os partidos”.

O retrato do bolsonarismo em Goiás, o fiel apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é a carta na manga da direita conservadora em Goiás. Vítor Hugo brigou pelo apoio do PL, visto que, até então, havia sido declarado pelos ex-dirigentes da sigla em Goiás, Flávio Canedo e Magda Mofatto, sendo de Mendanha, independente de escolha partidária. Porém, ele conseguiu virar o jogo e agora se tornou presidente da sigla em Goiás. Ele tem feito reuniões diárias com líderes e associações vinculados a direita. Até o momento, a chapa só foi composta por Wilder Morais (PL) para o cargo de senador.

Depois de confirmar o nome do ex-reitor da PUC/GO, Wolmir Amado, na pré-candidatura ao governo, a federação composta por PT, PV e PCdoB não demonstra qualquer pressa em definir as indicações para vice e senado na chapa majoritária.

Petistas são unânimes em dizer apontar que a definição dos nomes só será fechada pela aliança na data limite das convenções. O PT chegou mantém disposição para aliança com o PSB, mas houve resistência no partido presidido pelo deputado federal Elias Vaz, que ainda considera amplas possibilidades de aliança em Goiás.

O petista tenta se eleger em um estado que, desde 1982, quando foram restauradas as eleições diretas, a sigla acumula derrotas no Estado. Nas redes sociais, o pré-candidato concilia publicações de agenda com postagens de fácil leitura onde apresenta tanto a si mesmo, quanto questões que deseja apresentar com os seguidores. Nesta semana ele participou de um evento na Câmara Municipal de Goiânia ao lado de aliados.