Considerado como “ouro do futuro”, o grupo de minerais de terras raras é visto como a matéria-prima estratégica para o processo de transição energética. Os minerais raros são encontrados na região Amazônica (parte em áreas de proteção), em Goiás, em Tocantins, em Minas Gerais, e nos litorais do Norte e do Nordeste, áreas ricas em areias monazíticas e com fosfatos de terras raras. O Estado de Goiás, atualmente, é o 5º com mais pedidos de pesquisa aprovados pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Em Minaçu, norte goiano, um complexo está sendo construído para a exploração de minerais magnéticos pesados e leves, como disprósio (Dy), neodímio (Nd), praseodímio (Pr) e térbio (Tb). Com características únicas, como alta capacidade de condução de calor e eletricidade, magnetismo ou absorção e emissão de luz, os minerais raros são essenciais para a produção de celulares e motores de carros elétricos.

As terras raras também são muito utilizadas em imãs permanentes e aplicadas em grande parte das tecnologias de geração de energia verde, passando por geradores eólicos, painéis solares, além de equipamentos médicos catalisadores e aplicações na indústria aeroespacial. Um carro elétrico pode conter entre 9 e 11 quilos de terras raras, o dobro do encontrado num veículo a combustão, o que dá uma ideia do valor de mercado desses metais.

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Atualmente, cerca de 95% do mercado mundial de produção de terras raras é dominado pela China. Uma situação que cria um “monopólio” que causa preocupações para o mercado global. Por isso, com uma alta demanda, muitos países estão de olho no potencial do Brasil e podem realizar investimentos para desenvolver a atividade em território brasileiro.

Sobre os riscos ambientais da exploração, a ANM ressalta que a mineração de terras raras é uma atividade mineral como qualquer outra, isto é, os riscos são os mesmos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a exploração de terras raras em um Plano de Transição Ecológica, que promete ser a grande marca do governo. O Ministério de Minas e Energias (MME) também apresentou às mineradoras políticas de curto e longo prazos nesse sentido.

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