Entrevistado pela Veja, Caiado defende o agro, a Amazônia, critica o MST e diz que Lula evoluiu

04 agosto 2023 às 11h46

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Em entrevista às paginas amarelas da Revista Veja desta semana, o governador Ronaldo Caiado volta seu discurso para os interesses do agronegócio. Buscando o espólio de Jair Bolsonaro, ressalta importância econômica do agro, critica a atuação do MST, fala sobre divergências com o governo federal e mostra sua visão para o Brasil. Na revista nacional, governador ressalta a importância de aliar o respeito ao meio ambiente ao agronegócio por meio de incentivos fiscais. “O governo deve dar subsídio para manter a floresta de pé”, disse.
O alinhamento ao agro se justifica logo na primeira resposta “é o que contribuiu com 159 bilhões de dólares nas exportações brasileiras no ano passado e é o único setor com chances de ser competitivo no cenário internacional”, explicou Caiado. Sobre possível rota de colisão com Lula no governo federal, é categórico ao afirma que esse tempo ficou para trás. “Quem não lembra, lá atrás, de meus debates com Lula, quando eu era presidente da UDR? E quando disputamos a Presidência da República, em 1989? Esse tempo ficou para trás. (…) Lula e eu sempre tivemos posições antagônicas, mas de forma respeitosa”, ressaltou.
Sobre a atuação do MST, o governador diz que a entidade não tem sequer figura jurídica e que por isso ‘não vale perder tempo falando sobre eles’. Em relação à reforma agrária, Caiado diz que “se a conversa não girar em torno de invasão, mas de promover a reforma com desapropriações ancoradas na lei, não vejo problema algum (…) Na maioria das vezes, você chega à terra e o cidadão está sem luz elétrica, sem água e sem acesso à cidade e isso não funciona”, explicou. Mostrando-se legalista, o chefe estadual goiano disse ainda que repudia os ataques de 8/01. “Não admito qualquer espécie de invasão ou destruição de prédio público. Critico essa postura da mesma forma que fiz quando o Congresso foi invadido pelo MST”, afirmou.
Perguntado sobre a postura do União Brasil, que mesmo com três ministérios se diz independente do governo federal, Caiado explica que o partido tem divergências internas e que “não existe algo como uma legenda homogênea em que todo mundo concorda com tudo”. De forma diplomática ele diz: “Não cabe a mim falar pelos deputados e senadores que lá estão. Cada um deve analisar a sua realidade”.
Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Caiado coloca que o considera um aliado e que “não se pode retirar dele a capacidade de mobilizar milhões de pessoas. Pouquíssimos líderes no país têm tamanho poder de transferência de votos”. Sobre os aspectos divergentes, ele afirma que não concorda com o questionamento das urnas eletrônicas e que acredita na ciência, em referência à forma que a Covid foi tratada no País. Ronaldo Caiado disse ainda que não descarta a possibilidade de concorrer à eleições presidenciais de 2026.
Ao final da entrevista, o governador falou sobre sua dor com a perda de seu filho. “É um fato que você simplesmente não consegue superar, não passa. Cada lugar que eu olho me traz uma lembrança. Mergulhei firme no trabalho, sabendo que meu filho está me ajudando lá de cima. Uma morte dessas tira um pouco a beleza da vida”, finalizou. A entrevista completa está aqui: https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/ronaldo-caiado-o-agro-quer-paz