A Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio de uma parceria entre entidades do Brasil e da Alemanha, promove uma iniciativa para aprimorar o saneamento básico em quilombos. Nomeada como “TradSan”, a ideia é coletar dados e criar uma plataforma digital sobre a temática desses locais. Além de promover iniciativas para promover a qualidade de vida em comunidades quilombolas.

Segundo o professor responsável, Paulo Scalize, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA/UFG), a Plataforma de Territórios Tradicionais (PTT) busca incluir o máximo de dados sobre o saneamento da comunidade. O docente aponta que essas informações permitem uma maior visibilidade dos quilombos. Ao mesmo tempo, ainda facilitar o acesso de políticas públicas para garantir os direitos fundamentais, principalmente envolvendo o saneamento básico.

“Isso fortalece a voz desses comunidades sobre o território em que vivem”, apontou o coordenador do projeto que analisa o saneamento básico nas comunidades quilombolas em Goiás. “Com essas diretrizes, podemos buscar um trabalho de dados e comunicação com os órgãos federais para melhorar o saneamento básico nesses locais. Em seguida, nós vamos poder realizar outras ações a partir dessa”, completou.

Além da UFG, o projeto coordenado por Scalize também conta com uma parceria junto ao Ministério Público Federal (MPF) e Conselho Nacional de Povos e Comunidades, além da Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ, sigla em alemão). A iniciativa trabalha em sete comunidades quilombolas em Goiás e trabalha com um total de 140 domicílios, com uma estimativa de mais de 500 habitantes.

Entretanto, o docente não pretende parar apenas nos quilombos e almeja expandir o projeto para outras comunidades tradicionais, como indígenas, ribeirinhos e ciganos. Além de buscar trabalhar outros pontos envolvendo saneamento básico, incluindo drenagem e a parte dos resíduos sólidos. “Existe essa possibilidade de ampliarmos o projeto, mas depende do interesse e recursos das nossas parcerias”, pontuou.

Filtros e bacias de evapotranspiração

Além da coleta de dados para criação de uma plataforma, a iniciativa busca realizar oficinas com os moradores dessas comunidades a respeito de saneamento básico. Durante os encontros, os pesquisadores entregaram filtros de cerâmica para cada família e em setembro instalarão bacias de evapotranspiração nos locais.

“Com uma oficina, nós podemos trabalhas diversas questões envolvendo saneamento básico e com a entrega dos filtros, as famílias poderão ter uma melhor qualidade da água. Também vamos construir bacias de evapotranspiração, uma em cada comunidade, como uma solução para o tratamento de esgoto fecal. Escolhemos um domicílio em cada local, de forma participativa, para que os moradores acompanhem a construção e possam replicar futuramente”, explicou o docente.