Exclusivo: dívida da Comurg com Imas supera os R$ 35 milhões
05 dezembro 2024 às 18h47
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A dívida da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores de Goiânia (IMAS) é de R$ 35.054.242,07. O dados foram obtidos com exclusividade pelo Jornal Opção e constam no relatório sobre o orçamento do instituto que foi entregue para a comissão de transição do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB).
Os problemas de pagamentos da Comurg com o Imas se arrastam desde 2022, quando um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi assinado pela companhia. Mas segundo o relatório há 19 meses, desde abril de 2023, a Comurg não faz o pagamento para o Imas.
Entre as empresas públicas, da qual a Prefeitura é dona ou principal acionista, a Comurg é a que tem a maior dívida com o instituto. A informação também foi confirmada pelo futuro secretário de Finanças de Goiânia, Valdivino de Oliveira. A dívida da companhia com o Imas também foi alvo de investigações na Comissão Especial de Inquérito que investigou irregularidade na empresa pública.
Somente de janeiro a setembro deste ano, o passivo da Comurg com o IMAS é de R$ 14.058.744,25. Ao todo, são 19 meses sem que a Comurg realize os repasses ao IMAS. Vale ressaltar que a despesa mensal da Companhia com o Instituto é de cerca de R$ 1,5 milhão
Na quarta-feira, 4, o Jornal Opção mostrou que a dívida do Imas com prestadores de serviços é de R$ 227,1 milhões. O relatório revela que “as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas”.
Sendo assim, conforme consta no relatório, caso o valor fosse repassado, a dívida do Instituto seria de aproximadamente R$ 191 milhões. É importante destacar que o montante devido pela Comurg não inclui juros, multas e correções monetárias.
A reportagem entrou em contato com a Comurg e pediu um posicionamento sobre a falta de pagamento ao Imas, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. Também entramos em contato com Imas para saber se existe alguma perspectiva de acordo e também aguardamos retorno.
Crise no IMAS
Ao longo do ano o Jornal Opção mostrou que o instituto sobre com várias paralisações de prestadores de serviços. Em maio usuários do Imas com câncer ficaram sem atendimento no Ingoh e Hemolabor.
Nos meses de março e abril, o Hospital Infantil de Campinas (HIC) suspendeu os atendimentos, que retornaram após a troca do presidente Marcelo Teixeira pela médica Gardene Moreira, e os pagamentos de duas de oito parcelas atrasadas.
Agora, a crise se agravou com o atendimento de pacientes para prevenir e tratar casos de câncer. A dívida com a unidade de saúde chegou a R$ 137 mil segundo a diretoria.
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