Eleições para conselheiros tutelares servem de prévias para vereadores
11 setembro 2023 às 11h02

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Com data marcada para o dia 1º de outubro, as eleições para os conselhos municipais ocorrem em todo o país e podem influenciar o pleito municipal do próximo ano. Por exemplo, em Goiânia serão escolhidos 30 conselheiros e outros 30 suplentes para as seis unidades presentes na capital. Uma situação que tem atraído bastante o interesse dos vereadores goianienses.
Para Aguinaldo Lourenço Filho, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), esse interesse dos parlamentares é motivado pela busca de votos para a próxima eleição municipal. Conforme conta ao Jornal Opção, o interesse dos vereadores transforma os conselheiros em “cabo eleitoral”.
“É muito interessante ter um conselheiro tutelar porque ele pode trazer uns 200 ou 300 votos para a campanha, cada. Por isso, os vereadores querem estender os gabinetes para dentro dos conselhos, em busca de cabo eleitoral. Dessa forma, há o interesse de financiar as campanhas para as eleições do conselho tutelar”, explica o diretor.
Segundo o presidente, essa motivação ocorre por conta da lei eleitoral, principalmente na questão do aumento dos votos de legenda. Com a necessidade de mais eleitores para poder emplacar uma cadeira na Câmara Municipal de Goiânia, oportunidades de agregar votos como as eleições para os conselhos tutelares não podem ser desperdiçadas.
Aguinaldo também lamenta o cenário de disputa por cabo eleitoral dentro dos conselhos tutelares. “Vereadores deveriam agir para buscar melhores condições para os conselheiros trabalharem, além de conselhos com mais aparelhagem para atender crianças e adolescentes. Mas, não, eles querem assentos dentro desses espaços apenas”, afirma.
Ao todo, cerca de 4,6 milhões pessoas estão aptas para votarem nas eleições para conselheiro tutelar, sendo que aproximadamente 1 milhão apenas em Goiânia. Todos os cidadãos maiores de 16 anos estão aptos para votar, mas apenas dentro da região que residem.
Ao contrário do cenário nacional, em Goiânia, cada eleitor pode votar em até cinco candidatos, ao invés de apenas um, dentro da região que reside. Polêmica, a medida foi aprovada neste ano na Câmara, após veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), e rendeu ação de inconstitucionalidade do Ministério Público de Goiás (MPGO). Entretanto, apesar das controvérsias, a medida seguirá para as eleições deste ano.
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