Marília Mendonça, Iris Rezende e Hailé Pinheiro podem dar nomes a espaços públicos em Goiânia
23 setembro 2022 às 09h10
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Vereadores de Goiânia debatem ao menos três projetos que alteram nomes de logradouros públicos para homenagear personalidades de destaque na cidade e no Estado. Atualmente, estão em tramitação na Casa textos para dar o nome da cantora Marília Dias Mendonça ao Centro Cultural Mercado Popular da Rua 74, no Setor Central; modificar o nome da Avenida Castelo Branco para Agrovia Iris Rezende; além de proposta que pretende mudar o nome da Avenida Guarapari, no Jardim Atlântico, para Avenida Hailé Pinheiro.
Por unanimidade, o plenário da Câmara aprovou, em segunda e última votação, durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 22, o projeto de lei nº 533/2021, que dá o nome da cantora Marília Dias Mendonça ao Centro Cultural Mercado Popular da Rua 74, no Setor Central. O texto é de autoria do vereador Geverson Abel (Avante).
O autor diz que sua expectativa é de que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) sancione a matéria, por se tratar “de um reconhecimento de Goiânia a essa grande cantora, Marília Mendonça”. “Acredito piamente que nossa proposta vai se tornar lei.”
O parlamentar, na justificativa da homenagem, relembrou diversas passagens artísticas da cantora, natural de Cristianopólis, mas criada em Goiânia, desde os 12 anos. “Marília Mendonça é ícone da música sertaneja e será lembrada por gerações pelo legado deixado. Levou o nome de Goiás para todos os cantos do Brasil e do mundo. Uma artista de enorme talento e carisma. Nossa proposta é apenas uma singela homenagem a essa fabulosa cantora”, concluiu Abel.
A cantora Marília Mendonça morreu, aos 26 anos, no dia 5 de novembro, em um acidente de avião no interior de Minas Gerais. A cantora viajava para cumprir a agenda de shows quando a aeronave caiu em curso d’água próximo da rodovia BR-474, na cidade de Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, oeste de Minas.
Agrovia Iris Rezende
Apesar do reconhecimento do trabalho prestado pelo ex-prefeito Iris Rezende à política estadual goiana, um outro projeto que está embaraçado na Casa é o de homenageá-lo com seu nome em uma agrovia. Em reunião na última quarta-feira, 21, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia aprovou pedido de diligência junto a moradores e comerciantes da Avenida Castelo Branco, para alteração do nome da via para Agrovia Iris Rezende, segundo matéria de autoria do vereador Clécio Alves (Republicanos).
O relator do projeto na CCJ, vereador Willian Veloso (PL), emitiu parecer pelo arquivamento, sob justificativa de não ter sido apresentado abaixo-assinado dos interessados – donos de estabelecimentos comerciais e moradores da região –, conforme preconiza lei municipal para alteração de nomes de vias públicas.
A proposta similar, aprovada pela Casa em dezembro de 2021, foi vetada pelo prefeito, sob alegação de que haveria necessidade da apresentação de abaixo-assinado dos moradores para realização da mudança. “As alterações nas vias causam transtornos à população e às empresas, ocasionando burocracia e gastos, com atualização dos imóveis no Registro de Imóveis, Correios, Enel, Saneago, órgãos municipais, estaduais, federais e internacionais, no que se refere à importação/exportação e à correção de placas de endereço pelo órgão municipal”, justificou a Prefeitura de Goiânia.
O autor da proposta defendeu a mudança, com base em lei municipal que permite alterações de nomes de logradouros públicos, quando se tratar de homenagem a personalidades da ditadura militar ou do nazismo e do fascismo. “Esse projeto pretende substituir nome que faz alusão ao primeiro presidente do período da ditadura, Castelo Branco, que foi um governo de exceção e que cassou injustamente direitos políticos deste grande homem público, Iris Rezende”, ratificou Clécio. Segundo o parlamentar, a proposta visa homenagear o político, falecido aos 88 anos em novembro de 2021 vítima de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que foi “um dos maiores representantes do agronegócio de Goiás, do Brasil e do mundo”.
Apesar de apoiar a obra de revitalização da Agrovia Castelo Branco, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia) é contra a mudança do nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado. A entidade diz que o legado do ex-prefeito é “excepcional” e reconhece que homenagens deveriam ser feitas em memória.
No entanto, a entidade defende que as honrarias não podem, de forma alguma, gerar transtornos e prejudicar a vivência da população local. Em carta aberta, divulgada em novembro do ano passado, a entidade apontou prejuízos que a alteração traria ao comércio, aos moradores e também ao poder público.
Hailé Pinheiro
Tramita na Câmara um projeto que pretende mudar o nome da Avenida Guarapari, no Jardim Atlântico, em Goiânia, para Avenida Hailé Pinheiro. Trata-se de uma iniciativa em homenagem ao ex-presidente do Goiás Esporte Clube, que morreu aos 86 anos no último dia 7, vítima de um câncer. A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) nesta semana e segue para plenário. Matéria é de autoria do presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), que é vilanovense. Para se tornar lei, o projeto precisa ser aprovado em duas votações e sancionado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos).
“Hailé Pinheiro tem uma das maiores e mais belas contribuições para o esporte goiano e brasileiro da história do nosso País. Ele formou e projetou muitas gerações de jogadores, técnicos e de tantos outros profissionais que atuaram no Goiás Esporte Clube, nas mais diversas áreas. Foram quase 60 anos de dedicação ao clube, crescendo junto com ele, transformando o time em uma casa profissional, com uma das melhores estruturas do país”, ressalta Policarpo.
A proposta de mudança de nome da via foi apresentada, como manda a legislação, após consulta a moradores da região, realizada pelo próprio clube. Em um primeiro momento, o projeto previa o nome completo do dirigente, Hailé Selassié de Goiás Pinheiro, mas emenda do próprio autor alterou a redação para o nome com o qual Hailé era mais conhecido.
A Avenida Guarapari passa em frente à nova entrada do Centro de Treinamento Edmo Pinheiro, tem cerca de 2 km de extensão e segue até o Parque Cascavel. “Ele sempre falou de seu carinho especial pelo Centro de Treinamento do Goiás, no Jardim Atlântico. Por isso decidimos batizar a avenida que leva ao CT com o nome dele, e ficamos muito contentes e honrados em saber que os goianienses que residem ao longo da via apoiaram e respaldaram essa iniciativa”, lembra o presidente da Câmara.