Base cobra posicionamento firme do prefeito após operação da polícia em secretarias
20 março 2024 às 13h47
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Enquanto a Polícia Civil de Goiás realizava uma operação envolvendo secretarias da Prefeitura de Goiânia, a Câmara Municipal teve sessão normal nesta quarta-feira, 20, com repercussão da base e da oposição do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) sobre. Aliados da atual gestão cobraram um posicionamento firme do Executivo a respeito.
Para o vereador Thialu Guiotti (Avante), Cruz precisa afastar todos os envolvidos que tiveram os nomes citados na operação. “Caso eu fosse o prefeito de Goiânia, eu afastaria todos os envolvidos e todos aqueles que tiveram o seu nome nas investigações de hoje. Só que essa atitude cabe apenas ao Rogério Cruz tomar”, defende.
Já o vereador Ronilson Reis (Solidariedade) frisou que é crucial a presunção da inocência, já que ainda é uma investigação que ainda está em andamento. Ele também conta que não pode se manifestar a respeito com detalhes porque não teve acesso aos autos do processo.
“Como advogado, nós nunca podemos presumir algo, seria premeditado da minha parte comentar sobre sem o acesso aos autos. É necessário ouvir ambas as partes envolvidas e a presunção de inocência, o direito da ampla defesa, tudo precisa ser preservado. Somente o Poder Judiciário poderá julgar se houve alvo incorreto ou não”, justifica o parlamentar.
Reis ainda pontua que caso as pastas investigadas (Amma, Comurg, Seinfra e Semad) apontem para alguma irregularidade, os órgãos de controle externo, como o Tribunal de Contas do Municípios (TCM) e o Ministério Público de Goiás (MPGO), precisam agir. “Seria um processo normal, só que não pode ser normal ter algo de errado nas secretarias”.
Já o vereador Henrique Alves (MDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, espera que as investigações também não interfiram com a rotina do Paço. O parlamentar espera que o Executivo siga com o ritmo normal das matérias pendentes para aprovação entre os vereadores, como o Plano de Mobilidade e o Projeto Centraliza.
“É importante que tudo seja investigado e os envolvidos de fato sejam responsabilizados, mas espero que isso não prejudique a cidade. Temos projetos em andamento que são importantes, como o Plano de Mobilidade que tem um grande impacto na capital. Esperamos que os eventos de hoje não atrapalhem o bom andamento da administração e que os projetos importantes continuem sendo encaminhados”, alerta o presidente da CCJ.
Lembrando que o Plano de Mobilidade precisa estar em vigor até o dia 12 de abril para que Goiânia não verbas federais provenientes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Oposição
Para a oposição na Casa, a operação da Polícia Civil não foi nenhuma surpresa, segundo Sargento Novandir (Avante) e Aava Santiago (PSDB). O vereador destaca que esperava uma operação apenas no próximo ano por conta do empréstimo de R$ 710 milhões. “Felizmente essas investigações está acontecendo agora para o bem dos goianienses”, diz.
Já a tucana vê a situação como “inevitável”, mas ressalta que não se pode tirar conclusões precipitadas ainda e que ainda é necessário aguardar a investigação. “Como parlamentar, eu só tenho condições de apontar esses indícios de irregularidades com base nos dados disponíveis, somente a Polícia Civil pode investigar”, afirma.
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